Nas vastas terras do reino de Eryndor, a grandiosa capital, Norn, ergue-se imponente. No coração da cidade, o majestoso castelo real reluzia sob a luz do sol poente, suas torres alcançando o céu. Era ali que Jeon Jungkook, o príncipe herdeiro, vivia. Um jovem de rara beleza, mas conhecido pela sua crueldade e coração frio.
Aos olhos de todos, Jungkook era o exemplo de força e poder. Sua presença, carregada de uma aura sombria, fazia os súditos temê-lo. Ele governava com mão de ferro, sem demonstrar piedade ou emoção. Não tolerava fraqueza, e muito menos desobediência. Qualquer um que ousasse cruzar seu caminho de forma inadequada sofria as consequências de sua ira implacável.
Naquela manhã, o príncipe estava nos jardins reais, observando o campo vasto que se estendia até onde a vista podia alcançar. Seus olhos, escuros e profundos, refletiam o mundo que ele governava, mas que, no fundo, desprezava. Para Jungkook, o povo era apenas uma ferramenta; ele não acreditava em laços emocionais ou em bondade.
Enquanto ele admirava a paisagem, o som de risadas infantis ecoou pelos portões do castelo, vindo de uma feira que acontecia na cidade. Com o cenho franzido, o príncipe ordenou que seus guardas fossem verificar a origem do barulho.
"Estão se divertindo como se não houvesse problemas neste reino... tolos", murmurou para si mesmo, revirando os olhos.
Entretanto, por curiosidade, Jungkook decidiu ele mesmo cavalgar até a vila. Acompanhado por sua comitiva, montou em seu cavalo negro, imponente, e avançou em direção ao lugar onde o povo se reunia para celebrar a colheita. A festa era simples, com bancas de frutas, artesanatos e jogos populares. As crianças corriam pelos becos de pedra, enquanto os adultos compartilhavam risadas e histórias.
Foi ali que o príncipe viu pela primeira vez Park Jimin.
Jimin era um jovem camponês, de cabelos loiros e pele clara, com um sorriso que parecia brilhar mais do que o próprio sol. Vestido com roupas simples, ele ajudava sua mãe a organizar a barraca de pães. Sua leveza, a forma como tratava as pessoas com gentileza e seu riso encantador chamaram a atenção de Jungkook imediatamente, mas não da maneira comum.
Algo dentro de Jungkook se incomodou ao vê-lo. Como alguém podia ser tão... feliz? Tão cheio de vida, em um mundo tão cruel?
"Quem é ele?", o príncipe perguntou a um de seus guardas, sem desviar o olhar do jovem camponês.
"É apenas um plebeu, alteza. Um dos muitos que vivem para servir ao reino", respondeu o guarda, com desdém.
Jungkook franziu o cenho. Sentia uma irritação crescente, mas não sabia ao certo por quê. Era como se aquele sorriso inocente de Jimin desafiasse sua própria existência, sua visão do mundo. Por que ele, o príncipe de um reino vasto e poderoso, não conseguia encontrar satisfação, enquanto um mero camponês parecia transbordar alegria?
Decidido a testar aquele rapaz, Jungkook desceu de seu cavalo, causando um alvoroço imediato entre os plebeus. Todos se curvaram, baixando a cabeça em respeito — ou, mais precisamente, por medo. Mas Jimin, que estava ocupado atendendo uma criança, não percebeu a presença do príncipe logo de imediato.
"Você", disse Jungkook com uma voz fria, aproximando-se da barraca de pães. Seu olhar fulminante caiu sobre Jimin, que finalmente levantou os olhos e encontrou o príncipe.
Por um breve momento, os dois ficaram imóveis, encarando-se. O contraste entre eles era nítido: o príncipe, vestido com trajes de seda negra, emanava autoridade e severidade. Jimin, com sua simplicidade, irradiava uma luz que Jungkook nunca havia visto antes.
Jimin inclinou-se rapidamente ao perceber quem estava diante dele. "Alteza", murmurou, com a voz suave, mas clara, sem o tremor de medo que os outros costumavam demonstrar.
Jungkook estreitou os olhos, intrigado pela calma do rapaz. Ele estendeu a mão, pegando um dos pães da barraca e examinando-o com um olhar crítico. "O que faz você sorrir tanto, plebeu?", perguntou de forma brusca.
Jimin, ainda de cabeça baixa, respondeu com uma sinceridade que surpreendeu o príncipe. "A vida, senhor. Há muito o que agradecer, mesmo nos pequenos momentos."
Jungkook riu, mas sem humor. "Agradecer? Por esta vida miserável?" Ele deu um passo mais perto, fazendo com que as pessoas ao redor se afastassem ainda mais. "Você é ingênuo, ou apenas tolo?"
Jimin ergueu os olhos lentamente, encarando o príncipe sem medo. "Pode ser que sou tolo, alteza. Mas acredito que há beleza até nas coisas simples. Não preciso de um trono para encontrar felicidade."
A resposta ousada de Jimin fez com que os lábios de Jungkook se apertassem em uma linha fina. Ninguém nunca falava com ele daquela forma. Ninguém ousava. Sentiu sua paciência se esgotando, mas ao mesmo tempo, algo nele hesitou. Havia algo no olhar daquele jovem camponês que o intrigava.
"Veremos até onde vai essa sua felicidade", disse Jungkook, em um tom ameaçador. "Eu voltarei."
Com essas palavras, o príncipe se afastou, montou novamente em seu cavalo e partiu, deixando a vila em um silêncio desconfortável. Jimin ficou parado, observando a figura de Jungkook desaparecer ao longe, sem saber que aquele encontro havia sido apenas o início de algo muito maior. Algo que mudaria o destino de ambos para sempre.
Enquanto cavalgava de volta ao castelo, Jeon Jungkook sentiu uma nova sensação crescer dentro de si. Não era ódio, mas uma curiosidade perturbadora. Quem era aquele rapaz para desafiá-lo com palavras tão simples? E por que, mesmo depois de tê-lo deixado para trás, a imagem de Park Jimin continuava a ocupar seus pensamentos?
E assim começa a história entre o príncipe cruel e o camponês sorridente, dois mundos que colidem de maneiras que nenhum deles poderia prever.
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O Principe Cruel
FanfictionO enredo começa com Jungkook observando os jardins do castelo e ouvindo as risadas das crianças durante uma feira de colheita na cidade. Irritado com a felicidade dos plebeus, ele decide visitar a feira, onde conhece Jimin. Este encontro marca o iní...