O Principe Cruel

Capítulo 2: O Jogo de Poder

Os dias no reino de Eryndor continuavam, mas algo havia mudado no príncipe Jeon Jungkook. Desde o encontro com Park Jimin, a imagem do camponês simples e sorridente permanecia em sua mente, algo que ele não conseguia explicar, muito menos aceitar. Isso o irritava profundamente. Como alguém tão insignificante podia abalar seu equilíbrio?

No entanto, em vez de esquecer o jovem, o príncipe encontrou-se cada vez mais inclinado a saber mais sobre ele. Jungkook não era alguém que deixava as coisas ao acaso; ele sempre tinha o controle. Se algo ou alguém estava desafiando sua paz de espírito, ele lidaria com isso de sua maneira implacável. Assim, ele decidiu que era hora de colocar Jimin à prova.

Ao amanhecer, Jungkook chamou um de seus mensageiros e enviou uma ordem. Park Jimin deveria ser trazido ao castelo, e sem demora.

Na pequena vila, Jimin acordou com o som dos cavalos trovejando na entrada de sua casa. Ele saiu às pressas, e, ao ver os soldados reais, sentiu seu coração acelerar. O que o príncipe poderia querer com ele? Seus pensamentos voltaram ao encontro que tiveram dias atrás. Será que ele tinha feito algo errado?

Um dos guardas desceu do cavalo e, com um tom firme, mas sem ser rude, disse: "Park Jimin, o príncipe o convoca ao castelo. Você deve vir imediatamente."

Jimin assentiu, escondendo sua preocupação, e rapidamente preparou-se para partir. Sua mãe, com o rosto tenso, tentou disfarçar o medo ao lhe oferecer um beijo na testa. "Seja cuidadoso, Jimin. Não sabemos o que ele pode querer."

"Ficarei bem, mãe", respondeu ele, tentando acalmá-la, mas no fundo estava tão apreensivo quanto ela.

A viagem ao castelo foi silenciosa. Os guardas não disseram nada, apenas o escoltaram pelo caminho de pedras que levava à grandiosa fortaleza. Quando chegaram, Jimin foi guiado diretamente ao salão principal, um lugar que ele jamais havia imaginado pisar. O chão de mármore branco refletia a luz do sol que entrava pelas enormes janelas, e tapeçarias ricas com cenas de batalhas gloriosas adornavam as paredes. No centro, estava Jungkook, sentado em seu trono de ouro, com um olhar frio e calculado.

"Então, o camponês chegou", disse o príncipe, com um leve sorriso que não atingia seus olhos. "Aproxime-se."

Jimin obedeceu, caminhando com passos firmes, mas internamente lutava contra o nervosismo. Quando ficou a poucos metros de Jungkook, fez uma reverência profunda. "Alteza", disse respeitosamente.

O príncipe o observou em silêncio por um momento, seus olhos examinando cada detalhe do jovem à sua frente. Jimin parecia ainda mais singelo naquele ambiente opulento, como uma flor do campo perdida em um jardim de pedras preciosas. No entanto, havia algo inabalável nele — uma serenidade que irritava e intrigava Jungkook ao mesmo tempo.

"Você se lembra de nossas palavras na vila?" Jungkook perguntou, erguendo uma sobrancelha.

Jimin assentiu. "Sim, alteza."

"Pois bem, quero ver se sua felicidade sobrevive ao desafio que vou lhe impor", disse o príncipe, levantando-se do trono e caminhando em direção a Jimin. Cada passo ecoava no salão silencioso. "Você disse que encontra beleza nas coisas simples. Vamos ver se é verdade."

Jungkook parou na frente de Jimin, seus olhos agora fixos nos do jovem camponês, desafiando-o diretamente. "Você vai servir aqui no castelo, como um criado. Quero ver se consegue manter esse sorriso idiota no rosto enquanto vive em um mundo muito diferente do seu."

Jimin ergueu os olhos para o príncipe, encontrando o olhar penetrante de Jungkook. O desafio era claro — o príncipe queria testá-lo, talvez humilhá-lo. Mas, por alguma razão, Jimin não sentiu medo. Ele sabia que não poderia recusar, então, com um leve sorriso, respondeu: "Se essa é sua vontade, alteza, aceitarei."

Jungkook esperava uma hesitação, um sinal de medo, mas em vez disso, tudo o que recebeu foi a mesma calma que o havia irritado desde o início. Com os punhos cerrados por trás do corpo, ele assentiu. "Veremos por quanto tempo dura essa sua obediência."

Assim começou a nova vida de Jimin no castelo. Ele foi designado a várias tarefas pelos criados-chefes, a maioria delas pesadas e cansativas — carregar baldes de água para as cozinhas, limpar os estábulos, polir o chão de mármore do grande salão. Nenhuma tarefa era leve, e todos ao seu redor pareciam testá-lo de maneira sutil, como se soubessem que o príncipe estava observando.

Jungkook, de fato, o observava. Sempre que Jimin passava por ele nos corredores ou nos jardins, o príncipe lançava-lhe olhares furtivos, como se esperasse ver algum sinal de fraqueza. Mas, para sua frustração, Jimin não cedia. Mesmo coberto de suor e com as mãos machucadas, o jovem camponês continuava sorrindo, cumprimentando os outros servos com uma gentileza que parecia tão natural quanto respirar.

Essa persistência começou a incomodar Jungkook mais do que ele gostaria de admitir. Ele aumentou a pressão, ordenando que Jimin realizasse tarefas ainda mais difíceis, esperando que o rapaz finalmente perdesse a compostura. Mas, para seu espanto, Jimin nunca reclamava.

Certo dia, enquanto caminhava pelos jardins, Jungkook encontrou Jimin novamente, desta vez cuidando das flores que adornavam o lado leste do castelo. Ele se aproximou em silêncio, observando o rapaz ajoelhado, limpando delicadamente as pétalas de uma rosa.

"Você não se cansa disso?", Jungkook perguntou de repente, sua voz carregada de uma estranha mistura de curiosidade e frustração.

Jimin ergueu a cabeça, sorrindo ao ver o príncipe. "Cansaço físico, talvez, alteza. Mas há algo de gratificante em cuidar da vida, mesmo que seja de algo tão pequeno como uma flor."

Jungkook bufou, cruzando os braços. "Você realmente acredita que há valor em todas essas coisas insignificantes?"

Jimin assentiu, com um brilho sincero nos olhos. "Acredito. Às vezes, as coisas mais simples têm o poder de mudar tudo."

O príncipe ficou em silêncio por um momento, seus pensamentos girando. Ele não entendia como alguém como Jimin podia manter tal perspectiva, mas uma parte de si começou a questionar se ele, com todo o seu poder, não estava perdendo algo essencial.

Sem dizer mais nada, Jungkook virou-se e caminhou de volta ao castelo, deixando Jimin para trás. No entanto, pela primeira vez em sua vida, o príncipe começou a duvidar de suas próprias convicções.

A cada encontro, algo dentro de Jungkook começava a mudar, embora ele ainda não conseguisse admitir para si mesmo. Park Jimin não era apenas um camponês qualquer; ele era um desafio para o próprio coração do príncipe, que até então, nunca havia sido tocado por ninguém.