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Alyssa Collins pov.

Assim que chegamos à casa de John B, todos nós sentimos um peso sair das costas. Era como se finalmente pudéssemos respirar de verdade.

A atmosfera ali era completamente diferente da festa sufocante que tínhamos acabado de deixar para trás.

As risadas ecoavam pela varanda e o som das ondas ao longo completavam o cenário perfeito para uma noite de liberdade.

John B já estava lá, como sempre, com um sorriso largo no rosto e uma caixa de cervejas geladas ao seu lado.

- Eu sabia que vocês iriam aparecer. - Ele disse, nos cumprimentando um por um. - Bem-vindos de volta ao lado certo da ilha.

JJ imediatamente pegou uma garrafa e deu um longo gole, enquanto Kiara e Sarah se jogavam nos sofás velhos que estavam na varanda, rindo de algo que Pope falou. Eu me sentei no chão ao lado deles, sentindo a brisa fresca do mar e finalmente relaxando depois de um dia tenso.

Uma conversa fluída fácil, cheia de piadas e provocações. A bebida foi passando de mão em mão, e logo alguém sugeriu colocar música. JJ se declarou, tropeçando um pouco por causa das cervejas que já tinha tomado, e conseguiu ligar o som portátil. Uma playlist de rock clássico e reggae começou a tocar, e a noite ficou ainda mais leve.

Eu estava começando a sentir aquele relaxamento no corpo que só o álcool e o ambiente certo corrigiram. JJ começou a fazer truques idiotas com uma garrafa, Kiara e Pope discutiram sobre quem ganharia em uma corrida de natação, e Sarah estava deitada de barriga pra cima, rindo de alguma coisa que John B tinha acabado de falar.

Em algum momento, JJ tirou de algum lugar baseado. Ele acendeu sem muita cerimônia, e logo o cheiro doce de fumaça se deixou no ar. Uma vez ou outra, alguém pegava, dava uma tragada e ouvindo adiante. Quando chegou em mim, eu hesitei por um segundo, mas depois de um dia cheio, eu só queria que eu desligasse tudo.

Traguei, sentindo o efeito imediato. O barulho da música e das conversas ao redor parecia diminuir, enquanto a sensação de leveza tomava conta de mim. O riso de Kiara ao fundo, o som das latinhas abrindo e as piadas de JJ foram se tornando um borrão suave e confortável.

- Cara, isso aqui tá bom demais. - JJ disse, se jogando de volta no chão, com os braços abertos.

Eu sorrio para ele, sentindo uma onda de tranquilidade me envolvendo. Estávamos no nosso refúgio, longe de tudo que incomodava. Ali, a pressão dos nossos pais, das expectativas e dos dramas simplesmente não existia.

As horas passaram sem que percebêssemos, e em algum momento, a conversa foi ficando mais lenta, até que o silêncio se instalou entre nós. Olhei ao redor e percebi que Kiara já tinha desmaiado em um dos sofás, e Sarah estava com a cabeça no ombro de John B, os dois em algum lugar entre acordos e sono. JJ e Pope ficaram deitados no chão, ainda trocando frases soltas e rindo, mas era evidente que o sono já estava chegando.

O efeito da bebida e da fumaça me atingiu de novo, e antes que percebesse, meus olhos começaram a pesar. A última coisa que me lembro foi de me ajeitar no canto do sofá, o som suave das ondas lá fora me embalando. A sensação de estar ali, cercada pelos meus amigos, me trouxe uma paz que eu não senti há muito tempo.

No dia seguinte, acordei com a luz do sol filtrando pelas frestas da janela e o som do mar ainda ecoando ao fundo. Eu olhei ao redor, vendo que todos ainda estavam jogados pela casa. Mais uma vez, eu tinha acabado de dormir ali. Mas, sinceramente? Não me importava nem um pouco.

Fui pra casa assim que acordei, decidi que aquele dia ia ser pra mim estudar pelo menos um pouco. Mesmo estando de férias, sabia que o vestibular estava logo ali, batendo na porta. Fiz um café forte e espalhei os livros pela mesa da sala, mergulhando nos resumos e exercícios que me esperavam. Por horas, fui rabiscando fórmulas, anotando teorias e tentando absorver o máximo possível. O tempo parecia se arrastar, mas me forcei a continuar.

𝙄𝙣 𝙛𝙡𝙖𝙢𝙚𝙨 - 𝙍𝙖𝙛𝙚 𝘾𝙖𝙢𝙚𝙧𝙤𝙣 Onde histórias criam vida. Descubra agora