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Izuna nunca teve uma vida fácil. Desde pequeno, ele e Madara viram e passaram por coisas que nem adultos deveriam entrar em contato. Ele já estava acostumado, mas isso não era a mesma coisa de estar tranquilo.

Enquanto mulheres cortavam todo o rosa do seu cabelo, o deixando realmente muito curto, e deixavam quase na carne suas unhas, Izuna só conseguia chorar. Os símbolos de antes, que ele finalmente estava tomando suas próprias decisões, eram arrancados dele sem dó ou piedade.

Depois de forçarem ele usar roupas esfarrapadas e horríveis, com o cabelo todo torto e a cara inchada de choro, ele parecia exatamente o que sua mãe queria que ele parecesse: um escravo sexual.

Seus pulsos algemados foram puxados com brutalidade e ele quase tropeçou nos próprios pés descalços. Danzo já estava do lado da sua mãe e ambos sorriam friamente. Ele chorou mais e quando solucou, recebeu um tapa ardido, na bochecha esquerda, do seu futuro marido.

- Choro só na cama, boneca. - Ele disse, maldoso.

Izuna se encolheu mais, mas tratou de chorar em silêncio. As mulheres empurraram seu corpo para mais perto da mesa com os papéis do casamento e sua mãe colocou a caneta em sua mão direita. Danzo já havia assinado, agora era sua vez.

E ele não conseguiu. Ele preferiria morrer do que casar com outro que não fosse Tobirama. E não importava quais atrocidades fizessem com ele, ele NÃO SERIA DE OUTRO.

- Garoto, não teste minha paciência. - Yanara pediu, os olhos fechados e respirando fundo como se buscasse calma. - Vamos, assine.

- Não. - Ele ergueu os olhos avermelhados e inchados para sua mãe e disse firme. Ela o olhou com raiva. - Não vou assinar porra nenhuma!

Outro golpe, dessa vez um soco em seu nariz. O estralo fez todos sorrirem e ele gritou de dor, levando as mãos algemadas até a região que sangrava horrores. Ele quase desmaiou devido aos picos de dor e o chorar ficou mais intenso.

- Tanto faz. - Ela limpou a mão suja do sangue e pegou a caneta do filho. - Eu assino por você, então.

- Não! - Ele tentou pegar a caneta de volta, mas ela o empurrou com força e ele caiu de costas no chão. - Para! Eu não quero!

Eles não deram a mínima bola.

- Não escutaram? Ele disse que não quer. - A voz fria e assustadoramente irritada de Tobirama fez todos congelarem no lugar.

Eles se viraram e Izuna soluçou aliviado ao ver ele, o irmão e os amigos ali, sérios, bravos e com porretes em mãos. Os olhos de Tobirama desceram para o rosto do namorado e sua feição ficou homicida ao ver ele sangrando.

- Agora o assunto é com a gente. - Ele deixou claro e todos deram um passo para frente.

Minato correu até Izuna quando a briga começou, o pegou no colo e tratou de tirar da zona de confusão. Izuna chorava assustado e preocupado ao mesmo tempo, mas pedia para que ele o deixasse ajudar.

- Maddy me fez prometer que não te deixaria ver. - Namikaze avisou, o olhando preocupado porque seu nariz não parava de escorrer sangue. - Izu, eles vão matar todos.

Izuna o olhou estático, mas ao contrário do que qualquer pessoa sã responderia, ele disse:

- Obrigado.

Minato quase chorou ali. Izuna devia ter sofrido tanto, era um pecado.

Quando alcançaram um lugar tranquilo, Izuna foi colocado no chão. Minato estava com uma pequena bolsa com remédios e curativos dentro. Ele não era bem um enfermeiro, mas já tinha feito bastante cursos de primeiros socorros. Então cuidou dos ferimentos mais agressivos e prometeu que o levaria ao hospital assim que possível.

Nesse meio tempo, o barulho da briga acabou. Eles se olharam, não sabendo se seus amigos tinham vencido ou não e congelaram no lugar quando a porta do quarto onde estavam, começou a abrir devagarinho.

- Puta merda. - Os dois disseram juntos, assustados e horrorizados ao ver seus amigos ali, cobertos de sangue e machucados. - O que aconteceu?

- A sala é uma cemitério sem covas agora. - Madara quem respondeu, frio, antes de correr até o irmão e o abraçar com força. - Você está bem, Zu? O que eles fizeram com você?

- Obrigado por me salvarem. - Ele soluçou de novo, sem querer responder as perguntas anteriores, porque não queria mentir. - Obrigado, muito obrigado.

As expressões dos mais velhos suavizaram até ficarem piedosas. Izuna e Madara estavam livres agora, porque sua mãe e companhia nunca mais iriam sair do inferno.

- C-Cœur... - Izuna chamou, esticando a mão trêmula.

Madara se afastou conforme Tobirama apressava o passo. Eles se apertaram com intensidade e Izuna finalmente se sentiu em segurança outra vez. O Senju o pegou no colo com todo o carinho do mundo e beijou sua testa. Nisso, Minato e Indra já estavam de mãos dadas enquanto Madara e Hashirama se abraçavam com carinho, todos os assistindo com o peito mais leve.

- Você nunca mais vai se machucar, nunca mais vai chorar ou ficar longe de mim. É uma promessa. - Ele sussurrou e Izuna fungou sentido, deitando a cabeça no ombro dele enquanto o abraçava mais forte. - Vou te levar para o lar agora.

- Você é meu lar, Tobirama Senju.

E assim como eles, Minato e Indra, e Hashirama e Madara, sempre teriam um lar a qual voltar no final do dia. Porque lar, é onde o coração descansa.

♡ FIM ♡

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