- Porque você me odeia?
Alice não esperava tal pergunta de forma derrepente.
- E-eu não te odeio...
- Por favor... fala a verdade, eu quero consertar as coisas! Mesmo não sabendo o que errei, eu quero ajeitar tudo...!
Alice ficou quieta por alguns segundos, sentindo um nervosismo.
- Pai... porque a mamãe foi embora...? - Paulo sentiu seu coração levar uma flechada. - Porque ela nos abandonou...? - Fazia tanto tempo que não via a filha chorar.
- Ela... nunca quis ser mãe... então ela só preferiu te abandonar... - Evitou contato visual, olhando para baixo, não podia mentir agora, mas mesmo assim, a verdade doía.
- Sou um peso morto...? - Ela riu incrédula, com um sorriso dolorido.
- Claro que não! - Respondeu a outra. - Ela é uma vadia!
- Então, se eu não sou um peso... porque que ela me deixou...? Seus pais te expulsaram por minha causa, minha causa, minha... - Alice começou a sentir o corpo tremer.
- Essas pessoas não prestavam! Por isso te deixaram! Elas que perderam estar na vida de alguém como você! Uma pessoa incrível como você...!
- ISSO NÃO É VERDADE! - Respondeu com os olhos encharcados. - PORQUE VOCÊ SÓ NÃO ME ABANDONA TAMBÉM?! ASSIM VOCÊ SE LIVRA DE MIM! - Ela chorava como uma criança enquanto dizia isso. - VOCÊ DEU SUA VIDA PARA QUE EU TIVESSE UMA...! SÓ ME ESQUECE É VAI VIVER! FINGE QUE EU NUNCA EXISTI... FINGI QUE VOCÊ NUNCA ME TEVE E VAI SER FELIZ! VAI CONSTRUIR SUA FAMÍLIA-
- VOCÊ É MINHA FAMÍLIA ALICE! - Alice ficou surpresa com a resposta do pai. - Você é minha filha Alice... e nada vai mudar isso... olha só, eu sei que pode ser difícil não ter sua mãe aqui para te dar apoio e tals... mas, você não tá sozinha! Mesmo que não seja muito, eu tô aqui!
- É por isso mesmo... eu não quero mais te ver se gastado por mim...! E se eu der errado? E se eu for uma fracassada? E se eu apenas for um desperdício do seu tempo?!
- Eu vou continuar te amando incondicionalmente, porque você é minha filha.
Eu tava com medo quando eu peguei ela no colo pela primeira vez, mas, eu fui perdendo o medo ao longo do tempo, valia a pena, só para ver aquele sorriso banguelo, batendo palmas e mexendo as pernas, ouvir ela dizendo papai pela primeira vez, sempre me deu um calor absurdo no coração, e sempre fez tudo isso valer a pena.
A garota não sabia mais o que responder, lhe amava mesmo assim? Mesmo que não fosse o sucesso que esperava? Não conseguiu mais de conter, ela correu e abraços o pai como uma criança assutada.
Sandro inicialmente se assustou com o ato, fazia tanto tempo que ela não o abraçava que era estranho, mas sentindo as lágrimas quentes caindo em suas roupas, ele a abraçou de volta.
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.- Puta que pariu. - Suspirou cansado procurando o pacote de frauda mais barato. - Alice fica quietinha fica. - Pediu para a pequena que estava naqueles cangurus balançado as pernas.
- Papa. - Ela disse dando um sorriso enquanto balançava mais ainda as pernas e mãos.
- É Papai é? Isso. - Sorriu limpando a bochecha da menina. - Qual que eu pego? As mais baratas tão caras... - Resmungou. - Hm? - Pegou o celular tocando. - Oi?
"Vagabundo, porque não me atendeu!?"
- Porra Philipe nem um oi antes? E eu tô no mercado filha da puta.
"Independente, cê vai vir amanhã né?"
- Putz pior que eu não sei, eu ia levar a Alice para tomar vacina. - Colocou um pacote no carrinho.
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Rᴇᴍɪɴɪsᴄᴇ̂ɴᴄɪᴀ | Pauneiro
FanfictionSandro e Ricardo são dois rapazes ainda novos que são viúvos, cada um tem uma filha, sendo colegas de trabalho, um romance havia surgido entre ambos, mais o maior desafio, era fazer com que as filhas se acostumem em ter dois papai em vez de um papai...