Em meio a festas, desafios acadêmicos e descobertas emocionais, Luna e Leonardo precisam enfrentar suas inseguranças. Será que eles conseguirão deixar o passado de lado, encontrando a verdadeira liberdade que pulsa em seus corações?
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Se tem uma coisa que eu mais odeio nessa vida, com certeza é ter que acordar cedo! Mas fazer o quê, né? Essa é a vida de uma universitária que decidiu se tornar independente. A independência até que é boa, mas te faz assumir responsabilidades para as quais você com certeza não está preparada.
Hoje é segunda-feira, dia 5 de agosto, e volta às aulas na UFRJ. Começa o quarto semestre do meu curso de Administração.
Já acordei puta da vida com o barulho do despertador; já havia esquecido o quanto esse som é insuportável. Levanto da cama e vou direto ao banheiro, faço minhas necessidades e tomo um banho gelado - só isso pra me fazer acordar de fato. Coloco uma roupa básica e confortável pra conseguir enfrentar meu dia que vai ser cheio. Pego minha bolsa, saí do quarto já sentindo o cheirinho de café e logo avistei Letícia sentada, terminando de comer.
- Bom dia, Lelê. Tá bem? - pergunto enquanto vou até o balcão da cozinha, pego a garrafa de café e despejo na xícara, pego o pote de biscoito e me sento na mesa. Normalmente eu não costumo tomar café de manhã, sempre me dá dor de cabeça, mas hoje resolvi abrir uma exceção já que quase não dormi e preciso me manter acordada até tarde.
- Bom dia, meu amor. Bem, bem não tô. Quem consegue ficar bem acordando essa hora? - ela fala revirando os olhos e tomando o último gole do café da sua xícara - Na verdade eu nem dormi direito; quando fechei os olhos pra dormir, meu despertador já tocou. Vê se pode uma coisa dessas! - fala se levantando e indo deixar sua xícara na pia.
- aff amiga, nem me fale! Fiquei até tarde organizando o cronograma de eventos da empresa para este mês. Fui dormir mais de 1 da manhã.
Quando comecei a cursar Administração, consegui um estágio na área administrativa de eventos no escritório da Coca-Cola aqui no Rio. Eu basicamente organizo o cronograma de eventos, participo de reuniões com o setor de marketing, auxílio nos eventos de lançamentos de produtos entre outras coisas.
Terminamos de tomar café e descemos para chamar o Uber. Eu e Letícia nos mudamos para o Jardim Botânico com a intenção de nos tornarmos mais independentes. Nos conhecemos desde pequenas e, como todas as melhores amigas, sempre tivemos o sonho de morar juntas. E não é que conseguimos? Claro que nem tudo são mil maravilhas; no começo, enfrentamos muitas dificuldades com as responsabilidades que surgiram.
No primeiro mês, ficamos sem água durante dois dias porque nenhuma de nós duas se lembrou de pagar a conta. Sim, duas lerdas que conseguiram esquecer algo tão básico da vida adulta! Mas é por isso que decidimos morar juntas: tanto eu quanto a Letícia sempre tivemos uma vida fácil, com mamãe e papai bancando tudo e resolvendo todos os problemas. Mas depender dos pais para tudo, mesmo depois de adultas, não dá, né?
No caso da Letícia, ela sempre morou com a avó. Os pais trabalham muito e estão sempre viajando; nunca deixaram faltar nada para ela, desde que pudesse ser resolvido com dinheiro. E, obviamente, existem necessidades que o dinheiro não resolve: apoiar sua filha em momentos de vulnerabilidade, dar amor, carinho e outras coisas essenciais.
