Boneca de pano

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"Parece que você não é tão esperto assim

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"Parece que você não é tão esperto assim."

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S E G U N D A

GABRIELA NÃO TINHA muito oque fazer, apenas respirou fundo e tentou se concentrar no plano, do qual ela nem sabia oque era, e Nascimento também não fez questão de repetir, então tentou se manter o mais atenta possível no resto da operação, acompanhando seus colegas de equipe.

O Capitão subiu à frente, atento como sempre, seguido de Soares, Lopes e  Teixeira que vinha ao lado de Gabriela.

— A gente vai revistar algumas casas, que recebemos denúncia, faz oque ele mandar. — Teixeira falou baixo para a mulher, que afirmou e saiu à frente, deixando-a por último.

Passaram por alguns becos, a comunidade estava vazia, à essa altura provavelmente já sabiam que o BOPE invadia. Nascimento parou em frente à uma casa e olhou para nós, indicando que íamos entrar. A porta estava entreaberta, então ele entrou sem nenhum esforço, Gabriela e os outros entraram com suas armas a postos, caso venham a atirar.

Era um quarto pequeno, de tijolos e sem reboco, tinha uma beliche e um berço, com duas bonecas de pano, oque indicava que uma criança morava ali também, aparentemente era arrumado, e diferente de outros lugares que ela entrou, não fedia maconha. Um homem, ao que tudo indica deveria ter entre 19 e 25 anos dormia na cama de baixo da beliche.

— Acorda vagabundo! — Nascimento se aproximou do garoto dando tapas em seu rosto com agressividade para acordá-lo. — BORA'!Acorda! — O garoto se sentou na cama em um pulo, assustado, passou a mão rapidamente no rosto, enquanto o Capitão voltava a sua postura, segurando o fuzil. — Bom dia filho. — Dizia tranquilamente, como se não tivesse acabado de acordar o menino na base de tapas e gritos. — Eu venho pedir permissão para revistar a sua casa, você me da' permissão? — Perguntou e o garoto afirmou assustado, ele não era nem louco de negar.

— S-sim senhor. — Gaguejou assustado, ele se quer deve ter pensado antes de falar.

— 06, dá uma geral no armário, 17 as camas. — Mandou e os dois afirmaram, Lopes abriu as portas do armário jogando tudo que havia dentro dele no chão, rápido e sem se importar com a enorme bagunça que estava fazendo. Enquanto isso Teixeira olhava no colchão, em baixo das beliches e do berço, jogando novamente tudo no chão.

— Limpo! — Lopes falou.

— Limpo também Capitão! — Dessa vez foi Teixeira.

Alguma coisa não se encaixava ali, a expressão corporal aflita do homem indicava que estava faltando alguma peça para se encaixar, e aparentemente só Gabriela percebeu isso.

Nascimento voltou a sua postura de capitão enquanto encarava o — até então — suspeito, de forma intimidadora, balançando a cabeça em afirmação.

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⏰ Última atualização: Oct 24 ⏰

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