TIMOTHÉE
A noite já estava virando dia quando, sem perceber, acabei cochilando na cadeira ao lado da cama. Minha cabeça estava apoiada na beira da cama quando senti um leve movimento ao meu lado. Acordei num sobressalto, meus olhos se ajustando à luz suave que entrava pelas cortinas. Ela estava se mexendo, confusa, com os olhos inchados, claramente perturbada.
— Nati — me aproximei devagar, sem querer assustá-la. — Sou eu, o Timothée. Você me ligou pedindo ajuda. Lembra?
Ela assentiu levemente, os olhos já marejados de lágrimas. Enquanto eu explicava que a trouxe pra minha casa por não saber onde ela morava, os soluços começaram a escapar. Não queria pressioná-la, mas eu precisava entender o que tinha acontecido.
— O que aconteceu, Nati? — perguntei, suavemente.
Ela começou a contar, a voz entrecortada por lágrimas, sobre a noite com o rapper. Disse que tinha ficado com ele, mas que, quando chegaram na casa dele, as coisas saíram do controle. Ele tentou forçar algo. Tentou abusar dela. Mas ela conseguiu fugir. Ela estava claramente confusa sobre como tinha sido dopada, já que não tinha bebido ou comido nada que ele ofereceu. Então, lembrou da garrafa de água que ele deu pra ela.
— A água... devia estar batizada... — ela sussurrou, os olhos arregalados enquanto as memórias voltavam.
Meu estômago revirou de raiva, mas me segurei.
— Eu... não sei o que fazer... — ela choramingou, as lágrimas descendo pelo rosto.
Sem hesitar, me aproximei mais.
— Nati, você não está sozinha nisso. Se quiser, eu posso ir com você ao médico... ou denunciar esse cara. A gente faz o que você quiser.
Ela balançou a cabeça, negando com firmeza, os olhos cheios de medo e angústia.
— Não... não quero envolver ninguém. Só... obrigada por ter me ajudado.
As lágrimas ainda escorriam pelo seu rosto. Olhar pra ela naquele estado me quebrou por dentro. Ela parecia tão frágil e devastada, e tudo o que eu queria era protegê-la.
— Posso te abraçar? — perguntei, hesitante, sem querer ultrapassar nenhum limite.
Ela olhou pra mim por um momento, depois mexeu a cabeça em concordância, os olhos se fechando por um segundo como se ela estivesse buscando conforto.
Me aproximei, com cuidado, envolvendo-a em meus braços com delicadeza. Ela se aninhou no meu peito, e pude sentir seus soluços suaves enquanto o calor do meu corpo a envolvia. Eu queria absorver toda a dor dela, protegê-la de todo o caos que o mundo tinha jogado em cima dela naquela noite.
Aos poucos, senti o corpo dela se acalmando nos meus braços. Os soluços ficaram mais espaçados até que ela finalmente se afastou de mim. Seu rosto ainda estava manchado de lágrimas, mas já havia um pouco mais de tranquilidade em seu olhar.
— Você precisa de alguma coisa? — perguntei, mantendo minha voz suave. — Talvez tomar um banho? Você ainda está com a roupa da festa... ou, se quiser comer algo...
Ela balançou a cabeça, meio tímida, como se estivesse hesitante em pedir qualquer coisa.
— Não quero incomodar... — disse, com uma voz fraca, quase insegura.
— Não é nenhum incômodo, Nati. De verdade. Vou preparar um banho pra você e pegar alguma roupa. — A ideia de fazer qualquer coisa pra ajudar já me deixava um pouco mais em paz.
Me levantei e, antes de sair, gritei por Don, que estava no andar de baixo.
— Hey, Don!
Antes que ele chegasse, olhei pra Nati e expliquei:
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Wildest Dreams - Timothée Chalamet
FanfictionTimothée Chalamet, aclamado ator, vive em um mundo de aparências e curiosidade insaciável sobre sua imagem pública. Quando um amigo lhe envia uma fanfic erótica sobre ele mesmo, Timothée se vê intrigado não apenas pela história, mas pela mente por t...