Wildest Dreams - Timothée Chalamet

Capítulo 13 - Wildest Dreams

TIMOTHÉE

Ela me perguntou sobre a Lilly.

Contei isso pro Don mais tarde, enquanto bebíamos umas cervejas. Ele revirou os olhos e soltou aquela risada irritante.

— Cara, era óbvio que mais cedo ou mais tarde ela ia descobrir sobre a Lilly. Você é idiota? — ele disse, me encarando como se eu fosse o último dos burros.

Revirei os olhos também, já me arrependendo de ter começado essa conversa, mas ele continuou.

— Você levou a garota pra praia, foi flagrado por paparazzis, e agora tá em todos os sites com fotos de vocês dois juntos. E você nem anunciou o término com a Lilly! Tá pedindo pra dar merda.

— Eu não acho que tenho que anunciar nada. Acabou, pronto. — Tentei encerrar o assunto com um tom final.

Mas o Don nunca sabe a hora de parar.

— Mano, se ela descobrir que tu começou esse rolo com ela enquanto ainda tava com a Lilly, vai dar muito ruim pra você. — Ele me alertou com aquele tom de quem sabe tudo.

— Não tem como ela descobrir, porra. Elas nunca vão se ver. — Tentei soar confiante, mas uma parte de mim sabia que isso era só uma desculpa.

— Beleza, mas você vai levar a Nati pro aniversário do Paul, cara. Vai ter gente lá que conhece a Lilly. Você sabe como ela é, vai começar a juntar os pontos. Uma semana depois do término e tu já tá com outra? — Don me olhava como se eu fosse cego, mas eu não queria pensar nisso.

— Eu sei o que tô fazendo, Don. — respondi, seco. A verdade é que eu não sabia de nada.

Eu só queria estar com a Nati. Porra, depois de tanto tempo, eu finalmente tava feliz com alguém. E tudo que o Don conseguia fazer era me repreender, ao invés de ficar feliz por mim. Pro Don, a Nati parecia só mais um passa-tempo, mas não era. Não pra mim. Eu sentia que tinha algo mais ali. Ainda era cedo pra saber onde isso ia dar, mas com certeza não era só um casinho.

Don ficou em silêncio por um momento, depois jogou a bomba.

— Cara, tu já pensou que talvez esteja tão vidrado nessa garota só porque ainda não transou com ela? — Ele soltou, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

Aquilo me irritou. Eu sabia que ele tava errado, mas só consegui responder:

— Não é só pelo sexo.

Ele me olhou, meio debochado, e disse:

— Sei...

O que ele não entendia era que, com a Nati, eu sentia que era diferente. Mas como explicar isso pra alguém que achava que tudo se resumia a isso?

Don decidiu mudar de assunto, percebendo que eu estava ficando irritado.

— E aí, aceitou o projeto? — ele perguntou, se referindo à nova cinebiografia que eu faria. 

— Sim, a gente começa as gravações no próximo mês. — respondi, tentando relaxar um pouco a tensão.

— E onde vão gravar? — ele continuou.

— Nova York.

— Porra, espero que até lá tu já tenha comido ela, porque depois acabou as férias. — ele soltou, sem filtro, como de costume.

Eu revirei os olhos, já irritado.

— Merda, Don, tu é meu amigo ou meu empresário? — perguntei, deixando claro o quanto aquilo estava me cansando.