Música part.2

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Autora

Bom dia, boa tarde, boa noite ou boa madrugada, tudo bem?

Enfim, é isso, boa leitura!

Gabby Duran

Acordo com a luz suave da manhã entrando pela janela. Por um breve momento, tudo parece estar em paz — até que a realidade me atinge de novo. Meu tempo aqui está acabando.

Levanto-me devagar, sentindo o frio do colar contra minha pele, e respiro fundo. O que vou dizer a Mary Anne? Será que ela vai entender?

Desço as escadas e encontro meu pai na cozinha, preparando o café. Ele me lança um olhar preocupado, como se já soubesse que o dia de hoje será difícil.

— Está pronta? — ele pergunta, a voz suave, mas com um peso evidente.

Hesito por um momento, passando a mão pelo colar, como se aquilo pudesse me dar forças. Finalmente, esboço um sorriso triste e murmuro:

— Não sei... mas acho que não tenho muita escolha.

Sento-me à mesa e começo a comer lentamente, como se isso pudesse fazer o tempo parar. Uma parte de mim deseja, desesperadamente, viver uma vida em que eu pudesse conhecer Mary Anne sem precisar esconder tantas coisas — talvez apenas o meu amor por ela.

— Você disse que quer o quê, Gabby? — a voz do meu pai me tira dos pensamentos. Olho confusa para ele.

— O quê? — pergunto, tentando entender. Ele solta uma risada leve.

— Você disse que queria alguma coisa, o que foi? — "Não é possível que eu tenha falado isso em voz alta", penso, sentindo meu coração acelerar.

— Ah! Eu disse que queria vir aqui mais vezes, sabe, passar mais tempo com você. — Tento disfarçar, mas meu pai me olha de soslaio e sorri.

— Passar mais tempo comigo ou com a Mary Anne? — Meu rosto esquenta instantaneamente, e fico envergonhada. Ele suspira e para de comer.

— Quer falar sobre o que aconteceu ontem? — Ele pergunta com um tom paternal, preocupado.

Sinto meu estômago dar um nó antes de finalmente admitir:

— Eu e Mary Anne nos beijamos.

Vejo os olhos do meu pai se arregalarem um pouco, e ele toma um longo gole de café, tentando processar o que ouviu.

— Ela me deu uma letra de música que escreveu, uma carta explicando o colar e... bom, o colar. — Tento explicar, mas ele me interrompe.

— O colar que a mãe dela deixou para Mary Anne. — Ele solta um suspiro pesado. — Eu sei sobre isso. É por isso que fiquei surpreso ao vê-lo em seu pescoço. Ela cuida dele como se fosse parte de sua alma. Se ela te deu, Gabby, é porque você é muito, muito especial para Mary Anne.

As palavras dele fazem meu peito apertar ainda mais. Não é só o peso do colar em si, mas tudo o que ele representa.

Mary Anne

Acordo com uma dor de cabeça latejante e permaneço de olhos fechados, esperando que ela passe. Mas ela não passa. Não é apenas a dor física; meu coração também dói. Por que amar machuca tanto?

Dizem que, quando se ama, é preciso saber deixar ir. Mas isso parece insuportável, especialmente quando nada teve a chance de começar de verdade.

Escuto uma batida suave na porta e a voz de meu pai soa gentil, mas carregada de preocupação.

— Mary, está tudo bem? — Ele faz uma pausa, esperando. — Você não desceu pro café, queria saber se está passando mal.

Faço um leve esforço para responder, com a voz fraca.

Missão: StoneybrookOnde histórias criam vida. Descubra agora