Final?

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Autora

Bom dia, boa tarde, boa noite ou boa madrugada, tudo bem?

Enfim, é isso, boa leitura!

Gabby Duran

Aperto Mary Anne em meus braços, deixando que as lágrimas finalmente rolem livres. Todo o peso que eu vinha segurando — o medo, o cansaço, as despedidas que quase aconteceram — parece se dissolver naquele abraço silencioso.

Mary Anne não diz nada, apenas afaga minhas costas com ternura, como se soubesse que palavras não são necessárias agora.

Depois de um tempo, ela murmura:

— Gabby, você não precisa carregar tudo sozinha. Eu estou aqui com você... e quero estar, em todos os momentos, mesmo nos difíceis.

A voz suave dela me traz uma calma que eu não sabia que precisava, e, lentamente, meu choro cessa. Puxo o ar profundamente e me afasto só um pouco, o suficiente para olhar nos olhos dela, que estão cheios de compreensão e carinho.

— Eu sei, Mary. — Sorrio, tentando me recompor. — E é por isso que tudo isso vale a pena.

Ela sorri de volta, e percebo que, mesmo com todos os desafios, encontrei alguém que quer enfrentar esse mundo comigo. Nos ajeitamos lado a lado, e entrelaço minha mão na dela.

— Quer dar uma volta? — ela sugere, enxugando meu rosto com delicadeza. — Acho que um pouco de ar fresco pode ajudar.

— Claro, vamos. — respondo, sorrindo.

Enquanto caminhamos de mãos dadas, uma sensação de leveza toma conta de mim, uma calma que há muito tempo não sentia. Decido, finalmente, compartilhar algo que venho refletindo desde que comecei a me relacionar com Mary Anne.

— Estou pensando em me mudar para cá, para morar com meu pai em Stoneybrook. — Solto, com um sorriso nervoso.

Mary Anne para de repente, me puxando pela mão. Seus olhos estão arregalados, e sua expressão é de surpresa misturada com preocupação.

— Tem certeza? — Ela pergunta, sua voz é suave, mas atenta. — Talvez você só precise de um tempo longe de tudo... Mas se mudar?

Suspiro, sentindo meu coração acelerar, mas mantenho um sorriso enquanto respondo.

— Eu tenho pensado nisso desde que começamos a nos envolver, Mary Anne. — Coloco uma mão em seu rosto, acariciando sua pele. — As únicas coisas que me faziam sentir em casa eram meu trabalho como babá e... você. Agora que não tenho mais o trabalho, tudo que me resta é você. Eu sei que parece impulsivo, e até insensato, considerando que minha mãe, minha irmã e meus amigos estão lá... mas quando você perdeu a memória, senti como se meu mundo tivesse desaparecido. Eu não suportaria te perder de novo, não posso.

Mary Anne me encara, e vejo seus olhos brilharem com uma mistura de surpresa e emoção. Ela leva a mão até a minha, ainda repousada em seu rosto, e segura com delicadeza.

— Gabby... — sussurra, com a voz embargada. — Isso é... muito mais do que eu esperava ouvir. Eu só quero que você tenha certeza, sabe? Não quero que faça nada só por mim.

Seguro sua mão, apertando-a suavemente, e balanço a cabeça.

— Eu sei que é uma grande mudança, mas estou certa disso. — respondo, com um sorriso firme. — Eu quero construir algo aqui. Algo que faça sentido pra mim... e você faz isso. Nós fazemos isso.

Ela abre um sorriso, tímido mas cheio de esperança, e me puxa para um abraço apertado. Ficamos ali, por um momento, respirando o ar fresco e aproveitando o calor do abraço.

— Então, vamos fazer isso funcionar. — ela diz, com um tom decidido que faz meu coração disparar. — Seja o que for, eu estarei ao seu lado.

De repente, me sinto renovada, com uma felicidade tão intensa que parece que vou explodir. Dou um passo para trás, segurando as mãos dela, e sorrio.

— Mary Anne Spier, você tem ideia do quanto isso significa pra mim?

Ela ri, balançando a cabeça.

— Eu também não quero te perder, Gabby. Agora sei que estamos começando algo que pode ser... incrível.

Caminhamos de volta, com o futuro parecendo mais brilhante e menos incerto.

Alguns dias depois

A última mala é colocada no porta-malas do carro da minha mãe. Sinto uma mistura de ansiedade e nostalgia enquanto observo tudo pronto para minha partida. Com o fim das aulas, pelo menos terei tempo para organizar o pedido de namoro que planejei para Mary Anne.

Entro no carro e, ao olhar para fora, vejo todas as crianças aliens de quem cuidei ao longo do tempo, com Wes e Sky ao lado. Meus olhos se enchem de lágrimas ao ver os pequenos acenando, com o mesmo olhar de tristeza que sinto ao deixar essa parte da minha vida para trás. Minha mãe abre a porta do carro, e com um sorriso triste, diz:

— Vai se despedir dos seus amigos? Sua irmã ainda está terminando o presente de despedida dela pra você.

Suspiro, tentando guardar aquele momento na memória. Saio do carro e caminho até os meus amigos, que esperam próximos. Wes e Sky se aproximam, cada um com um olhar que mistura orgulho e tristeza.

— Vai sentir minha falta, Duran? — Wes pergunta, tentando esconder a emoção com um sorriso.

— Claro que vou. Como eu viveria sem você me lembrando dos deveres o tempo todo? — respondo, rindo. Sky se aproxima e me abraça, sua expressão cheia de sinceridade.

— Não se preocupe, Gabby. A gente vai estar bem. E eu sei que você também.

Fico em silêncio por um momento, abraçando-os um por um, antes de me despedir das crianças. O que vem pela frente é incerto, mas estou pronta para essa nova etapa.

Ao fechar a porta do carro, dou uma última olhada para todos, sentindo meu coração apertar ao saber que não vou vê-los com tanta frequência. Mas, ao mesmo tempo, sinto um alívio por saber que estarei com Mary Anne todos os dias em Stoneybrook.

Logo depois, minha mãe e minha irmã entram no carro. Olivia me estende um desenho, onde estamos todos: eu, mamãe, papai, Olivia e Mary Anne. Sorrio, comovida com o carinho dela, e abro a boca para agradecer. Mas, de repente, um clarão atinge meu rosto, cegando-me por um segundo, e ouço uma voz distante e triste.

— Me desculpe, Gabby. Mas foi necessário.

E então, tudo se apaga.

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Gostaram?

Não me matem antes do tempo! Lembrem que temos mais capítulos para frente.

Enfim, é isso, até o próximo capítulo!

Missão: StoneybrookOnde histórias criam vida. Descubra agora