Gatilhos:Depressão, Alto mutilação, Pensamentos suicidas, palavras de baixo calão, tentativa de suicídio.
Nota:eu não levei nada ao estremo, só fiz algumas menções
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You'r point of view
1990
A vida é uma merda, mas perto dele eu sinto que ela vira mais tolerável, somos duas carcaças podres com apenas uma alma despedaçada, os cacos de vossas almas furam nossos órgãos e com os anos nossos corações apodrecem lentamente.
Eu sinto falta da minha mãe e da minha irmã mais nova também, ela tem apenas 8 anos, eu não lembro como é sua voz ou até mesmo seu rosto.
--S/n é a mamãe, eu não sei se você vai ouvir isto, mas sua irmã vai fazer 10 anos amanha e seria legal se você viesse, sabe, ela sente a sua falta e eu também--Sua voz soava cheia de sentimentos--Eu te amo minha criança, eu tentei te ligar..mas você nunca atende, uma última coisa, diga ao seu irmão que eu também o amo.
E assim a mensagem se encerra, algo dentro de mim me fala para ligar e dizer "ola mãe eu senti sua falta"mas a outra me diz "você não vai ligar pra ela né?Você nem mesmo tem uma explicação para um ano inteiro sem falar com ela"
Meus cortes profundos faziam minha pele arder, o sentimento de dor me penetra sem dó, meus olhos marejam e algumas lagrimas teimosas escorriam pelo meu rosto, meu olhar prendido na faca em minha mão, os pensamentos mais obscuros passam em minha mente, logo aproximo a mesma em meu pescoço, mas antes mesmo de meu plano ser executado ouço um barulho na janela.
Quando abro as cortinas cautelosamente me assusto com a visão que tenho, Per com sua maquiagem no rosto toda borrada e as mãos encharcadas de sangue.
--Meu Deus Per oque caralhos aconteceu?--Meus olhos se arregalam e abro a porta rápidamente, ele não fala nada apenas me abraça em um aperto frio, pego com cuidado em seus braços e o trago para dentro.
Ele leva sua atenção até meus pulsos e logo olha em meus olhos com um olhar de reprovação, evito olhar em seus olhos, pego um pano e começo a limpar suas mãos.
--Onde cacetes você fez isso?Ou quem fez isso?--Digo tentando desviar o assunto.
--A isso?É só tinta--Meu rosto se contorce, vejo ele soltar um sorriso sínico.
--Seu idiota, você me assustou babaca--Dou um pequeno soco em seu braço, o mesmo apenas ri da minha cara.
Me levanto indo até o banheiro, escovo meus dentes e volto para o quarto vendo Pelle deitado em minha cama.
--Folgado--Falo enquanto me deito em seu lado, logo o abraço, ele se vira para mim e coloca o rosto em meu pescoço.
--Canta pra mim?--Ele me pede como uma criança em um dia chuvoso.
--Claro--Seus olhos se fecham e logo eu começo, após alguns minutos vejo que o mesmo já tinha caído no sono--Durma doce criança, sonhe e quando amanhecer me conte seus doces sonhos.
Minhas mão passavam em seu cabelo loiro, ele suspirava lentamente, seu rosto era tão calmo, eu sinto como se tivesse que o proteger de tudo e todos, no fim das contas por trás de toda aquela coragem não passa de um garotinho assustado.
