ʲᵃᶜᵒᵇ ᵉˡᵒʳᵈⁱ ˣ ᵒᶜ
Ele me machucou.
Suas palavras e atos me cortaram como lâminas, e agora, ao vê-lo, sinto a atração que nos une.
A verdade é que ele tem o poder de me destruir e, ao mesmo tempo, me salvar.
Ele é o único que pode me fazer sentir...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Quando eu saí da casa da Mia, peguei um táxi direto para o hotel. A reunião com o Luca Guadagnino era só às quatro, então ainda tinha um tempinho. Assim que entrei no meu quarto, me senti um pouco aliviada. A noite passada tinha sido bem intensa, e eu realmente precisava de um banho relaxante. Fui rapidinho para o banheiro, liguei a água da banheira e, enquanto ela enchia, fui para a sacada. Peguei meu roteiro, Whispers of Deceit, e comecei a folhear as páginas, dando uma olhada nas anotações enquanto fumava um cigarro.
Era um ritual que eu adorava: a fumaça misturava com o cheiro da água quente e me ajudava a me concentrar. O roteiro era uma pilha de folhas soltas, com anotações minhas e correções que eu tinha feito ao longo das semanas. Assim que terminei o cigarro, apaguei no cinzeiro e deixei o roteiro em cima da cadeira. A água já estava boa, então desliguei o registro e entrei na banheira. A sensação da água morna me envolvendo era tudo o que eu precisava. Fiquei lá dentro por mais ou menos uma hora, só relaxando e deixando a tensão do dia ir embora.
Depois que terminei de me lavar, saí da água e coloquei um roupão. Olhei para o relógio e percebi que já eram duas horas. Minha barriga estava roncando, e eu ainda não tinha comido nada. Então, pedi um serviço de quarto. Optei por uma salada leve, algo refrescante para aquele calor. Enquanto esperava, continuei revisando meu roteiro, me perdendo nas palavras e garantindo que tudo estivesse certinho. Quando a comida chegou, eu devorei a salada. Depois da refeição, ainda tinha um tempinho, então decidi tirar um cochilo. Coloquei o despertador para não perder a hora e deixei o cansaço me pegar.
Quando o despertador tocou, acordei um pouco confusa, mas revigorada. Olhei para o relógio e percebi que precisava me arrumar rápido. Escolhi uma roupa simples: uma calça jeans que sempre me deixava confortável e um top tomara que caia, ideal para o calor lá fora. Calcei meu Adidas Samba e peguei minha bolsa, o roteiro e, claro, meus óculos de sol vintage. Eu nunca gostei do calor, sempre fui mais do frio e da chuva, tinha desacostumado depois que fui embora. Desci as escadas do hotel com um mix de ansiedade e expectativa. Chamei um táxi e fui para o restaurante, sentindo a adrenalina subir a cada minuto.
Cheguei cedo e, por sorte, a mesa já estava reservada. Sentei em uma das cadeiras, respirando fundo enquanto aguardava o Luca. O clima do restaurante era bem descontraído, o que me ajudou a acalmar os nervos. Chamei o garçon e pedi duas taças de vinho branco, dei um gole, tentando relaxar. Eu sabia que essa reunião era a chance que eu precisava para dar um up na minha carreira, e estava decidida a aproveitar.
Enquanto eu esperava na mesa, meio perdida nos meus pensamentos e revisando mentalmente o roteiro pela milésima vez, senti meu coração acelerar. Olhei ao redor, tentando parecer calma, mas lá no fundo eu já estava começando a ficar nervosa. E foi nesse momento que eu o vi.
Um homem entrou pela porta do restaurante, com uma barba grisalha e aquele ar meio calvo que só fica bem em gente talentosa e cheia de estilo. Minha respiração deu uma pausa, e eu fiquei tipo: "Meu Deus... é ele". Não, eu não surtei externamente, mas por dentro? Puta merda, era o Luca Guadagnino. O LUCA GUADAGNINO! Era como se eu tivesse acabado de ver uma lenda viva na minha frente. Eu me ajeitei na cadeira, tentando manter uma postura tranquila, mas minhas mãos suavam. Era o sonho da minha vida estar ali, prestes a falar sobre meu projeto com ele. Não era todo dia que você tinha uma reunião com seu ídolo cinematográfico, né?
