Cicatrizes de inverno

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𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙 2

"Eu não aguento mais... Tão frio...", pensara Linn, "Por mais que esteja ficando gelado, ainda me sinto confortável... Sinto que tem alguém vindo em desespero para me abraçar e me aquecer... Vou estar ao seu aguardo, seja lá quem for você...".

Enquanto isso...

Morajo corria em direção a saída do shopping, sem nem prestar atenção nas pessoas que esbarrava ou nos objetos a sua frente, muitas vezes quase caindo.

Chegando na rua, ele ignorava os carros, não sabia mais se andava na rua ou na calçada, seu cérebro estava agindo por extinto, e sua preocupação com Linn tomou sua mente... Não pensava em mais nada.

Ainda estava um clima de inverno em Verade, a chuva então começou, porém, cada gota era extremamente fria e dolorosa, se intensificando cada vez mais, parecia que o mundo agia contra ele. Suas respirações começam a ficar rasas, ele sente sua visão embaçar e suas bochechas arderem, era como se não sentisse mais seu corpo.

A paisagem ao seu redor estava desaparecendo com a neblina que se formava, a chuva já não caia mais mansa, e sim, caia impiedosa. Enquanto corria, não percebeu uma grande poça de água no chão, o fazendo, assim, cair ne mesma, deixando sua mão e rostos machucados, porém, isso não o impediu de continuar e continuar a correr.

A dor que sentia em seu corpo era tortuosa, ele tinha vontade de deixar o cansaço tomar sua consciência. A chuva caia mais grossa, o frio aumentava, seu corpo congelado, seus pulmões ficavam fracos e suas respirações cada vez mais rasas. Suas pernas doíam e ele não sentia seus pés, parecia tortura.

Já faziam 20 minutos que estava a correr... Não aguentava mais a chuva, que antes a que já era forte, tornou-se neve, congelando aos poucos as roupas molhadas de Morajo. O redor já tinha passado de uma neblina para um cenário totalmente branco, parecia que estava andando infinitamente, até que avista uma silhueta... Era o hospital.

300 metros...

150 metros...

Agora estava a 10 metros do hospital, estava quase lá, só precisara aguentar um pouco mais....

Quando chegou, correu pelos corredores sem nem ver quem estava a sua frente, ele ia desesperadamente em direção ao quarto de Linn.

E finalmente, lá estava ele, parado em frente a porta, vendo seu amado deitado no leito do hospital, provavelmente num estado pior do que a última vez que havia o visto, "Linn...", pensou Morajo, andando em direção ao loiro, segurando suas lágrimas.

Quando finalmente chega à cama, o ruivo sente suas pernas perderam a força, e acaba caindo de joelhos em frente a cama. Deixando de resistir ao cansaço, ele começa a desabar, chorando intensamente, apoiado em seus braços que estavam sobre a cama.

Seus pulmões doíam de tantos soluços, ele tinha a sensação de seu coração estar sendo apertado, seus olhos ardiam junto de suas bochechas e não sentia mais suas pernas. O ruivo estava morrendo de frio, sua vontade era de berrar, mas não podia, não queria que o vissem naquela situação deplorável.

- Por favor Linn... Não me abandona, não agora... - Choramingava enquanto soluçava bruscamente, dificultando sua compreensão.

Enquanto desabava aos prantos, Morajo sentia suas esperanças se esvaindo, ele odiava chorar, ainda mais, chorar por achar que vai perder seu amado, sentia como se tivesse desistido. Ele queria que tudo acabasse, e pelo menos, queria sentir o toque de Linn em seu rosto mais uma vez.

Após muitos minutos, depois de se recompor um pouco, o ruivo enxuga as lágrimas e tenta se levantar sozinho, mas suas pernas não conseguiam se mexer, ele não as sentia mais, então, com muito esforço, ele se levanta apoiando-se na cama, deitando ao lado de Linn. Acariciando seus cabelos, começou a observar o rosto do loiro, "Linn, você é tão lindo... Você é tudo que eu sempre esperei minha vida toda... Poderia acordar só mais uma vez pra eu ouvir a sua voz? Mesmo que seja uma última vez... Me concederia esse desejo?...", pensava Morajo, enquanto abraçava o loiro, querendo sentir o calor de seu corpo quente, "Me desculpa por estar gelado e molhado, mas não podia deixar de sentir você perto de mim, pelo menos uma última vez...".

Atenciosamente, Morajo - MorallinOnde histórias criam vida. Descubra agora