Capítulo 07

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- Não posso mesmo fazer sozinha?- Questionou Adams em um fio de voz, sentindo o gosto desagradável da submissão lhe invadir. Ela se sentia envergonhada e extremamente travada diante o que Laura estava pedindo, e nem fodendo ela ficaria pelada na frente de outra pessoa; isso já era de mais.- Apenas hoje Laura...- Ela pediu de forma constrangida, tentando ganhar tempo para adiar seu trágico fim, e observou o negar de cabeça da maior ao que sentia suas costas sendo amparadas em um afagar suave.

- Não posso deixar meu bem, sabe que precisa ser eu a fazer isso.- Explicou o que Adams já sabia, e observou como o rosto de sua mais nova criança se fechava ao que Emily franzia suas sobrancelhas e exibia um biquinho contrariado nos lábios; mantendo uma postura extremamente teimosa diante toda complicada situação.- Ei, não fique emburrada meu amor.- Laura afagou os cumpridos cabelos da jovem assim percebendo o quão os mesmos precisavam ser lavados.- A mamãe também é menina, não precisa sentir vergonha.- Tentou explicar mais uma vez ao que se punha a oferecer carinho a menor, que se afastou abruptamente ao sentir a presença de Laura cada vez mais próxima de si.

Não, ela não iria ceder.

- Não estou emburrada! Apenas disse que não quero banho! Eu não quero!- Se irritou subindo perigosamente o tom de voz ao que ainda se mantinha sentada de frente para a linda mulher loira de aparência elegante, que logo a encarou nos olhos com firmeza aparente; provavelmente nada satisfeita com suas atitudes.

- Eu sei que não quer.- Ela continuou, tentando não perder a pouca paciência que tinha dentro de si logo no primeiro dia de sua menina, porém, se atentando para esclarecer que aquilo era sim um chamado de atenção.- Mas isso não lhe dá o direito de falar mais alto comigo, agora eu sou sua mãe Emily, e se a vida não lhe educou o suficiente para respeitar as pessoas, pode acreditar que eu vou!- Ela prometeu com o rosto sério, olhando fixamente nos olhos avelã de sua menina, tendo em mente que devia estabelecer certos limites logo no início da relação; para prevenir futuros desentendimentos.- Eu não quero saber da mocinha voltando a falar assim, voltando a usar esse tom malcriado comigo ou com qualquer outra pessoa, estou sendo clara?- Questionou com seriedade, não deixando de encarar a menor nos olhos e observou o momento exato que a face ruborizada da mesma começava a se encher de lágrimas; que logo deram espaço a um choro sentido e silencioso da jovem Adams. Laura estava surpresa com a reação de sua menor, nenhum de seus outros filhos havia se comportado assim no primeiro dia, mas ela entendia que iniciantes com a idade que Emily iniciou poderia ser diferente, ela tinha dois anos ali, e era extremamente normal que crianças de dois anos chorassem por não poder fazer algo sozinhas; e certamente essa era a primeira, mas, não seria a última vez que isso iria ocorrer. Por fim, Laura entendia.- Venha minha bebê, deixa a mamãe te pegar.- Pediu abrindo os braços para a jovem menina de face molhada, que a encarou com os olhos repletos de lágrimas e rubor aparente nas bochechas, de início um tanto quanto que confusa com seu pedido, mas, que logo se fez entender.

- Colo?- Questionou em tom rouco, tentando compreender o que a maior estava propondo para si. Ela se sentia envergonhada, chateada, e um tanto quanto que cansada; seus sentidos não estavam querendo colaborar consigo.

- Sim meu amor, venha para o colo?- Ofereceu mais uma vez a matriarca, tentando fazer com que aquela situação fosse o mais simples possível, pois, ela odiava fazer suas crianças chorarem.- Vamos, quero te fazer um carinho.- Ela permaneceu de braços abertos diante a confusa menina que não falava, mas deixava seus pensamentos expostos em suas expressões.

Emily se sentia constrangida como nunca antes, ela sabia que iria ser vista nua em algum momento por seus cuidadores, entretanto, não imaginava que seria assim... tão precipitadamente. Ela queria como nunca quis antes, estar ali, porém, seus instintos não a deixavam se mexer ou expressar verdadeiramente seus sentimentos e vontades internas. Ela estava frágil interiormente, e sim, ela queria o colo de Laura agora, mas como? Como ela iria quebrar essa trava que insistia em prender seu ladinho sombrio?

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