Capítulo 13

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Emily olhava para os brinquedos boiando a sua frente enquanto sentia a água quente, que a tinha submersa do busto para baixo, lhe trazer uma estranha sensação de paz. Laura, que havia preparado tudo para a menina, massageava de leve os ombros tensos da mesma após ter visto e tocado tudo o que precisava olhar. Emily estava com a feição chorosa e claramente pensativa; talvez processando tudo que havia se passado a pouco.

- Como você está se sentindo, meu bem? - Laura não conteve o questionamento que pairava em sua mente. Emily desviou o olhar para fita-la. A menina tinha os olhos úmidos e as bochechas rosadas, dando claros sinais de choro recente, e ah... como doía na mulher ver sua menininha naquele estado.

- Eu não sei...- Adams foi sincera ao admitir o fato seguido de um longo suspiro. Ela estava muito confusa, e apesar dos ocorridos, se sentia estranhamente bem com tudo. A mãe analisou a resposta sem rumo da menina mais nova e sorriu suavemente, tentando transmitir segurança através de seu toque. - Se eu assinar o contrato...- Emily começou em tom baixo, com receio evidente. - Vai ter direitos sobre mim e meu corpo. - Deduziu com pesar ao analisar tudo que havia sido exposta desde então.

- Sim. - A Sra. Foster não negou. - Você será minha. - Ela continuou analisando como Adams iria encarar aquilo. - Se assinar, vai estar concordado que quem manda em você sou eu. Eu decido o que você faz ou deixa de fazer, o que come, o que bebe e até mesmo o que veste. Exatamente Tudo. - Laura foi direta, sabendo que Emily precisava saber como era o buraco que estava entrando.

- Não vou poder ter desejos ou opiniões? - Quis entender.

- Claro que vai meu amor. - Laura sorriu para a fala inocente da menina. - Sempre vai poder dizer o que acha ou como se sente em relação a tudo, o que quer ou não, mas quem vai tomar a decisão e dar a palavra final serei eu, ou o papai, pois é para isso que estamos aqui. - Esclareceu percebendo a ansiedade da mais nova ao morder os lábios. - Como se sente com isso? - Laura quis saber.

Emily respirou fundo, tentando processar todas as informações. Sentia-se dividida entre o medo do desconhecido e a curiosidade pelo que poderia vir a experimentar. Ela era uma regressora e sabia disso, amava seus objetos de conforto e por mais que fosse difícil de admitir, a sensação de estar sendo cuidada, algo que jamais havia experimentado, era incrível! Mas ela também tinha seu lado grandinha, seu lado adulto, que tinha vontade própria e independência.

- Eu não sei... - Respondeu, hesitante. - Parte de mim está assustada. Não gosto da ideia de perder o controle sobre minha própria vida. Mas, ao mesmo tempo, há algo intrigante nisso tudo que me faz querer aprofundar no que estamos fazendo. - A Sra. Foster assentiu, compreendendo a complexidade dos sentimentos de sua menina.

- É natural se sentir assim. - Disse em tom gentil. - Não estou aqui para te forçar a nada. Quero que você entenda completamente o que significa esse contrato antes de tomar qualquer decisão, por isso os 7 dias. Acreditamos que, sob nossa orientação, você poderá experimentar tudo o que foi privada desde então. - Emily olhou para a Sra. Foster, buscando algum sinal de conforto.

- E se eu decidir que não quero mais? - Perguntou com uma insegurança gritante.

- Se, em algum momento, você sentir que essa vida não é para você, vamos conversar e resolver juntas. - Laura garantiu. - O contrato não é uma prisão, mas um compromisso. E como qualquer compromisso, ele pode ser reavaliado. - Afirmou.

- Certo...- Disse, mordendo o lábio inferior. - E o que acontece depois que eu assinar? - Laura sorriu, satisfeita com o progresso da conversa que estavam tendo.

- Depois que você assinar, vamos começar a trabalhar na sua rotina. Vamos definir horários, atividades e metas. Eu e o papai vamos te guiar em tudo o que for preciso. - Emily assentiu com a cabeça, ainda processando tudo.

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