— Lucas, na nossa próxima sessão, vamos tentar ir mais fundo — disse Dr. Sono, ajustando os óculos enquanto observava o jovem. Sua voz era firme, mas ao mesmo tempo tranquilizadora.
Lucas acenou com a cabeça, absorvendo cada palavra. Ele sentia a esperança brotar dentro de si, mesmo em meio à confusão que ainda o envolvia.
— Você pode agendar com a minha secretária — continuou Dr. Sono, levantando-se da cadeira.
— Certo, obrigado, doutor — respondeu Lucas, levantando-se também, a ansiedade quase palpável.
— Até a próxima, Lucas. — O médico sorriu.
Lucas se despediu com um aceno e começou a sair da sala. À medida que caminhava pelo corredor, suas emoções se misturavam em um turbilhão. Os relógios parados nas paredes pareciam zombar de sua incerteza, enquanto os livros antigos pareciam sussurrar segredos que ele ainda não conseguia entender.
Ele passou pela porta que levava à recepção, onde uma recepcionista atenta o aguardava. Lucas olhou ao redor, tentando organizar seus pensamentos, sua mente uma confusão de perguntas sem respostas. "E se eu finalmente encontrasse a resposta?" Essa ideia pulsava em sua mente como um farol em meio à neblina.
Ao chegar à recepção, perguntou à recepcionista:
— Olá! Que horários o Dr. Sono estará disponível amanhã?
A recepcionista abriu a agenda do médico e, após alguns segundos, respondeu:
— Ele tem horários disponíveis às 10:40 e às 16:00.
— A 10:40 está ótima! — Lucas respondeu rapidamente, sua ansiedade quase transbordando.
— Perfeito, já está agendado! — disse a recepcionista, anotando o nome de Lucas.
Ela sorriu, e Lucas sentiu um leve alívio enquanto se despedia. "Finalmente, um passo à frente."
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A noite se arrastou como um fardo pesado. Lucas rolava de um lado para o outro na cama, os pensamentos agitados em sua mente. "E se não descobrir nada? E se tudo isso for em vão?" A ansiedade o mantinha acordado, fazendo o tempo parecer estagnar. Ele olhou para o relógio: 1 da manhã. "Só preciso de algumas horas de sono."
Ele levantou-se e foi ao banheiro, ligando o chuveiro. A água quente começou a escorregar por seu corpo, e ele fechou os olhos, tentando se concentrar na sensação do calor, como se pudesse lavar a ansiedade embora.
Depois de um banho revigorante, Lucas se encarou no espelho. "O que eu vou vestir?" Ele abriu o armário e escolheu uma camiseta preta e uma calça jeans, algo que o fizesse se sentir confortável, mas também confiante. Olhou-se mais uma vez, tentando buscar um semblante que transmitisse determinação.
Finalmente, ele saiu de casa às 9 da manhã, sentindo o coração acelerar a cada passo que dava em direção à clínica. "É agora ou nunca." O caminho até lá parecia uma eternidade, cada semáforo vermelho como um lembrete da urgência que sentia.
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Ao chegar à recepção, Lucas se aproximou da atendente.
— Bom dia! Estou aqui para minha consulta com o Dr. Sono.
— Bom dia! Poderia me mostrar seu documento, por favor? — perguntou a recepcionista, com um sorriso acolhedor.
Ele pegou a carteira do bolso e entregou o documento, sentindo o nervosismo crescer novamente. A recepcionista fez algumas anotações, entregou-lhe uma ficha e disse:
— Por favor, me acompanhe até a sala do médico.
Lucas a seguiu pelo corredor, os olhos ansiosos explorando cada canto. A decoração peculiar do consultório parecia mais familiar agora, mas a ansiedade ainda pulava dentro dele, como um pássaro preso.
Na sala, Dr. Sono o aguardava, sorrindo.
— Bom dia, Lucas! — disse ele, com uma voz calorosa.
— Bom dia, doutor! — respondeu Lucas, tentando sorrir, mas a tensão em seu rosto era evidente.
— Aposto que você não conseguiu dormir — disse Clark, gargalhando suavemente.
— É tão óbvio assim? — Lucas bufou, sentindo-se um pouco envergonhado.
O médico apenas riu, e Lucas sentiu um pequeno alívio ao perceber que Dr. Sono parecia compreender sua ansiedade.
Desta vez, o chá já estava na sala, como se tivesse sido preparado assim que Lucas entrou na recepção. Dr. Sono lhe entregou uma xícara.
— Saúde! — Lucas levantou a xícara, um sorriso brincando em seus lábios.
— Saúde! — respondeu Dr. Sono, um brilho nos olhos.
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Assim como todas as outras vezes, o sonho começou com a mulher sobre o carro. Ela era loira, com cabelos lisos e platinados, vestindo uma jaqueta preta e uma blusa da mesma cor. Uma cicatriz um pouco acima da sobrancelha sangrava, o que indicava que ela tinha acabado de ganhar essa cicatriz. Estava de boina preta, assim como a calça e os sapatos.
Ela me olhava nos olhos e dizia sempre a mesma coisa:
— Eu estou a onze minutos de distância — dizia ela, com a voz trêmula como se fosse chorar. — Eu senti sua falta o dia todo!
Eu não conseguia me ver, mas sabia que ela estava falando aquilo para mim.
— Eu estou a onze minutos de distância — repetia. — Então, por que você não está aqui?
— Quem é você? — pergunto, mas sou jogado no meu quarto, onde acordo.
No meu pulso está um relógio, e nele se inicia uma contagem regressiva de onze minutos. Dou uma olhada ao redor, pego minha jaqueta enquanto ouço uma voz me dizer:
— Corre, você não tem muito tempo, só onze minutos!
E então estou na rua, correndo.
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O que virá a seguir? As perguntas martelavam na mente de Lucas enquanto ele se via novamente imerso em sua busca desesperada por respostas. A cada passo, a cada batida de seu coração, uma nova interrogação se formava: “Conseguirei descobrir o que realmente acontece em onze minutos?”
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Eleven Minutes
FanficTodos os dias, por 11 meses, Lucas tem o mesmo sonho enigmático: ele corre contra o tempo, sempre 11 minutos, em direção a um destino desconhecido. Mas antes de alcançar qualquer resposta, o tempo acaba e o sonho se desfaz, deixando-o com uma sensaç...