Capítulo 18

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Seher chegou em casa às 4h da madrugada. Estava completamente louca de ciúme. Nem conseguia raciocinar direito. Ficava falando para si que ele não faria aquilo com ela, mas ao mesmo tempo chorava de ciúme lembrando das cenas de sedução que presenciou no baile. Yaman parecia estar correspondendo alegremente ao assédio daquela mulher. Ela tomou um banho, colocou seu baby doll e foi deitar-se, mas não conseguia dormir. Aquelas cenas fervilhavam em sua mente. Ficou rolando na cama. Por vezes negava ser verdade que Yaman estava assediando e correspondendo ao assédio daquela mulher, por outras, seu coração acelerava e ela tinha certeza de que ele a tinha traído e bem embaixo de seu nariz. Se não fosse assim, onde ele estaria que ainda não tinha lhe procurado? Para dirimir suas dúvidas, respirou fundo e ligou para ele, mas a ligação caía na caixa postal. Ligou mais duas vezes e ele não atendeu. Chorou muito. Estava arrasada com tudo o que vira e mais ainda pelo fato de ele ter ido embora com a mulher. Ficou rolando na cama, mas não conseguiu dormir, embora estivesse exausta. Mandou uma mensagem para ele que dizia: Yaman, o que está acontecendo? O que foi aquilo que vi no baile? Onde você está? Por que não atendeu minhas ligações?

Yaman pediu a Eda que colocasse no celular o endereço dela para que ele pudesse achar pelo GPS. Eda muito embriagada digitou o nome da rua de forma errada. E ficaram dando voltas sem achar a casa dela. Quando Seher lhe telefonou, ele não quis atender na frente de Eda para que ela não descobrisse quem ele era ou que era sua namorada quem o chamava ao telefone. Afinal, no intuito de descobrir sobre Hakan, a primeira coisa que ele lhe dissera era que era solteiríssimo e não tinha compromisso. Quando Seher lhe enviou a mensagem, Eda lhe disse: parece que essa pessoa está mesmo precisando falar com você. Você não vai responder. Yaman disse a ela que era sua irmã quem estava ligando. Estacionou o carro e respondeu: Desculpe, não posso falar agora. Eda dormiu no carro. Yaman pesquisou pelo mapa e descobriu que o nome da rua que ela tinha digitado era parecido com outro nas proximidades em que estavam. Levou Eda para casa, a ajudou a abrir a porta, ela tentou se insinuar para ele o convidando para entrar, dizendo que prepararia um café para os dois. Yaman se recusou , alegando que estava tarde, que tinha um problema familiar para resolver e que talvez em outra oportunidade. Se despediu e saiu.

Seher visualizou a resposta da mensagem e ficou arrasada. Tinha certeza de que ele lhe respondeu daquele jeito porque estava com a mulher. Dizia para si que tudo estava acabado, que ela tinha se enganado a respeito dele e que na primeira oportunidade que teve, ele se mostrou insensível ao seu amor. O ciúme não a deixava raciocinar. Ela tinha certeza de que ele estaria naquele exato momento na cama da mulher com quem saiu do baile. Chorou de soluçar. Não perdoaria uma traição tão descarada como aquela.

Às cinco e dez da manhã, Yaman chegou na casa dela. A porta estava trancada. Ele deu a volta na lateral da casa e subiu pela calha até a sacada do quarto. Ela tinha trancado a porta da sacada. Deitada, encolhida na cama, ainda soluçava. Yaman a viu pelo vidro da porta.

Y: Seher, abre amor, sou eu.

Seher virou a cabeça, o olhou e voltou a deitar-se, ignorando-o.

Y: Seher? Sou eu Yaman. Abre a porta, por favor.

S: Vá embora Yaman, me deixe em paz.

Y: Amor? O que está acontecendo? Me deixa entrar. Eu vou te explicar tudo. Seher?

S: Sai Yaman. Já disse, me deixa em paz. Eu estou cansada. Você acha que eu ia ficar te esperando para sempre?

Y: eu sei amor, mas eu quero te explicar o que aconteceu. Amor, a moça estava bêbada. Eu fui a levar em casa. Amor?

S: Você sabe que horas são? Você saiu do baile às 3h da manhã. Quer saber Yaman? não me interessa mais. Por favor vá embora.

Y: Amor? Por favor eu preciso falar com você. Precisamos conversar. Eu preciso te contar algumas coisas.

A Flor e o ColibriOnde histórias criam vida. Descubra agora