RUN BOY RUN - WOODKID

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KILE CARTER


Estou à procura de Lexie há duas horas, e a cada minuto que passa, sinto que o desespero se transforma em uma sombra ameaçadora. O que acontecerá se algo estiver errado? O peso da responsabilidade me oprime. Jules vai pagar caro por deixar minha irmã sem supervisão. 


Lexie pode ser maior de idade, mas a irresponsabilidade dela é alarmante. Respiro fundo, tentando me acalmar. Uma boate próxima vem à mente — um lugar que sei que Jules frequenta. Decido que é lá que preciso ir.

Ao chegar, as luzes coloridas quase me cegam. A multidão se aglomera, tornando impossível localizar qualquer rosto familiar. A cena se desenrola em uma boate envolta em um intenso tom de vermelho. Luzes pulsantes dançam nas paredes, refletindo em superfícies polidas e criando um ambiente quase etéreo. O bar, iluminado por néons vermelhos, destaca garrafas alinhadas em prateleiras escuras, enquanto bartenders habilidosos preparam coquetéis vibrantes, o vapor subindo em espirais.

A pista de dança é o coração da boate, repleta de pessoas movendo-se ao ritmo da música eletrônica. A fumaça baixa se mistura com as luzes, criando uma atmosfera de mistério e euforia. Os rostos, iluminados esporadicamente por flashes de luz, revelam sorrisos e expressões de liberdade.

Nas mesas ao redor, grupos conversam e riem, a conversa se entrelaçando com a batida pulsante da música. Os móveis são de um design moderno e arrojado, com sofás de veludo vermelho que parecem convidar a momentos de intimidade em meio ao caos da festa.

Um pequeno canto mais afastado da pista é envolto em sombras, onde a tensão pode ser sentida no ar. Aqui, o tom vibrante da boate dá lugar a uma sensação de segredo e mistério, como se algo inesperado estivesse prestes a acontecer.. Mas, então, avisto Lee, sua namorada sob efeito de drogas, dançando de maneira frenética.


 O desespero se mistura ao riso contido que me dá vontade de estourar. Lee tenta evitar o soco que vai receber de Jules mais tarde, mas isso posso deixar para depois. Vou em direção a eles, mas antes que eu consiga dizer uma palavra, Lee me interrompe.

— Calma, estressadinho, ela está lá fora tomando um ar.


Sigo para fora da boate, e assim que meus olhos se ajustam à escuridão da noite, avisto Lexie encostada na parede, conversando com uma mulher. 


A mulher é de estatura média, seus cabelos longos e escuros emolduram um rosto que parece carregado de mistérios. Os olhos verdes da mulher são penetrantes, enquanto sua pele clara reflete a luz da lua. O corte de cabelo destaca suas maçãs do rosto altas, dando-lhe um ar de sofisticação. Mas a expressão de Lexie — nervosa e distante — me faz o coração disparar.

— Lexie! — chamo, aliviado por finalmente encontrá-la. - Ela se vira rapidamente, o olhar surpreendido.


 — Ah, oi... — responde, com uma hesitação que corta meu coração.

A mulher ao lado dela me observa com um olhar avaliador, mas permanece em silêncio. Uma sensação de familiaridade me assola, como se já tivesse visto esse rosto em algum lugar.

REDENÇÃO EM SOMBRASWhere stories live. Discover now