Capítulo 1: Nas Sombras do Palhaço

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Episódio 1
O Chamado de Bayville
࿐愛࿐

Carina Elowen
Terceira-Feira, 30 de outubro de 2007
1 dia antes o ocorrido, ás 15:00h da tarde.

Sentada com meus amigos na vivência do campus de Harvard, ao nosso redor o ar é fresco e leve, carregado com o perfume doce das flores recém-chegadas que pintam o gramado com cores vivas. Pétalas verdes claras caem suavemente da árvore, era quase hipnótico. O cheiro de terra molhada se mistura com o aroma das magnólias e cerejeiras, criando aquela atmosfera calmante. Enquanto conversavam sobre as aulas, os futuros incertos e os sonhos ainda tempestuosos, Me permiti relaxar. Cruzei os braços contra o vento fresco, curtindo todo aquele ar de primavera. Até uma pequena conversa me intervir.

- Vai ser épico! - disse Edgar animado. - Uma festa de Halloween, era tudo que eu estava precisando, mal posso esperar para passar rodo em geral - falou num tom de malícia em seguida.

Beijamim o encarou, cima abaixo.
- só se for para passar rodo nos banheiros, limpando as camisinhas.- Riu dando um leve empurrão no ombro de Carina - Você vai ter que ir dessa vez. Não tem como escapar. -

- Ah?, sim é, verdade..-
Falo meio confusa, balançando a cabeça como um "sim", logo após de ter saido de um momento de transe. O empurrão me fez acordar um pouco para verdadeira realidade. Os estudos estão mechendo com minha cabeça, além do mais, faz uns 3 meses que parei de beber, na verdade, 3 semanas. As coisas tem sido constantemente corridas, me sinto cansada e exausta, gostaria de tirar férias, ficar numa casa de praia seria meu verdadeiro sonho, num rizorte, apenas eu e o mar. Isso sim que é viver, mas enquanto estiver na terra e não nos sonhos, estudarei igual doida.

- Você não entendeu oque eu falei ne?-
Perguntou benjamim meio preocupado, pondo sua mão no ombro da amiga como forma de consolo, porém, logo o retirando.

Livvy falou por mim.

- Acho melhor ela nem ir. Carina precisa descansar, não é? - Livvy nem me deu tempo para responder, já completando com um sorriso sem vontade. - Ela estudou tanto, precisa de um tempo para si mesma. Aproveitar para dormir... -

Livvy era uma das minhas melhores amigas, pelo menos até começar a ir em festas demais e fumar maconha mais do que o necessário. O cheiro de erva era praticamente um perfume constante em seu corpo. Às vezes, eu nem preciso chegar perto para sentir. Hoje até que reduziu. Nós conhecemos ainda no Ensino médio, por volta dos 17 anos, fizemos muitas coisas erradas juntas e não me orgulho nem um pouco delas. Livvy quase me levou para seu "mundo das ervas", oque não é surpresa. Sorte que tive consciência suficiente para parar o quanto antes.

Livvy sempre aparentou agir meio estranho em relação a Carina desde que engressou na mesma Universidade, apesar dela nunca ter notado algo anormal na amiga. Suas amizades eram mais voltadas para Edgar e principalmente Beijamim, alguém que ela adorava conversar e passar o tempo.

- Fecha matraca peituda, ela vai sim! - Insinuou beijamim, piscando de canto para mim.

Ele é um ótimo amigo, conselheiro, quase um irmão. Nos conhecemos ano passado em plena academia, foi bem aleatório o fato de como chegou em mim e disse "você é a garota que faz Arquitetura em Harvard né?", um momento engraçado, pois jamais havia conhecido alguém da mesma Universidade que eu naquela academia que por sua vez era muito pouco conhecida.

Carina gostava de lugares mais silenciosos e com poucos movimentos, lugares cheios não a atraiam.
Mais acabou que descobriu que ela e Bem, seu amigo de viagem, tinham muitas coisas em comuns e uma delas era compartilhar do mesmo senso.

O Som do Riso CortadoOnde histórias criam vida. Descubra agora