Presentimento Inquieto

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Episódio 7
Presentimento inquieto.
࿐愛࿐

Carina Elowen
31 de outubro de 2007,15 horas da tarde. Ainda em sua casa.

O sonho começou como um cenário nebuloso e escuro, comecei a correr sem rumo por uma rua deserta. A cada passo, meus pés pareciam que não conseguiam sair do lugar. O som da respiração ecoava, pesado com um silêncio opressivo da noite, Então, senti uma presença esquisita. Uma sombra. Diante meus olhos, parecia distorcida, crescendo cada vez mais.

Não era uma figura definida pelo que aparentava, mas algo muito pior, uma sensação de terror, uma presença quase esmagadora que parecia absorver toda a luz ao seu redor. Tentei correr mais rápido, mas seus pés vacilaram.

A sombra se aproxima, mais e mais.

Meu coração batia descontroladamente enquanto tentava escapar, mas acabei que tropeçei em um galho míseravel, caindo com força no chão. Ao virar a cabeça, a sombra estava cada vez mais perto. Eu quis gritar, mas a voz não saiu.

Foi então que ela percebeu, que a tão termivel sombra era um palhaço,o mesmo que tivera ido ao seu aniversário de 10 anos em 1996. Ele agarrou meus pés e me puxou para o dentro de um buraco preto, o abismo infinito.

Então, acordei com um salto do sofá, o corpo suado e o coração ainda acelerado. O toque insistente do celular ao meu lado cortava o silêncio, arancando-me daquele pesadelo angustiante. Respirei fundo, tentando me recompor, peguei meu celular em cima da mesa, onde estava meus livros, vi o nome de Livvy na tela mais quatro chamadas perdidas.

Esfreguei os olhos com uma das mãos, ainda trêmula, atendi.

- Alô? - digo com a voz rouca.

- Amiga, você está viva? - Livvy riu do outro lado. - Só queria confirmar a hora mesmo. Vamos nos encontrar no Bayville Scream, em frente a Shipwreck Haunted Tavern. Especificando a localização é onde será a festa que vamos ficar. -

suspirou, eu apenas escutava, adquirindo as novas informações em minha cabeça.

- O pessoal vai sair de casa às sete.-
Livvy percebeu que fiquei calada, quase em transe, foi assim por mais ou menos 1 minuto, até ela chamar minha atenção novamente.

- Ah Carina?, não vai me dizer que está pensando em desistir... -

Sua voz me trouxe de volta para realidade. Pisquei varias vezes tentando afastar o sonho da mente.

- Sim, sim... - respondi meio distraída. - Nove horas, certo?, eu vou estar lá, pode ficar tranquila. -

Livvy continuou falando sobre os planos da festa, sobre como estava animada para a noite, Carina apenas concordou, sua mente sempre voltando ao sonho que acabara de ter.

Ao desligar o telefone, o silêncio voltou a preencher o ambiente, e ela ficou ali, por um momento, encarando o teto. Buscando algum tipo de alívio, talvez alguma palavra que dissesse "para de ser idiota e segue em frente garota!", era oque ela gostaria de fazer mais por um algum motivo se sentia presa.

Quando olhei diretamente para o grande relógio da sala, derrepente percebi que havia dormido mais do que pretendia. O desconforto persistia. A imagem do palhaço ainda pairava em minha mente e me causava arrepios, era uma sensação estranha que eu não conseguia esquecer.

Me levantei do sofá e andei até a cozinha refletindo. Seria só um pesadelo?, ou talvez um sinal?, algo parecia estar errado, o sonho ou o que quer que fosse não deixava meu corpo relaxar completamente.

Mais uma vez, o pensamento da mensagem desconhecida que havia recebido no dia anterior me veio à cabeça.

Tudo isso foi apenas um sonho. A mensagem era de Sebastian, tinha que colocar isso na cabeça!

Suspirei e procurei coisas na cozinha para comer, decidi fazer um bolo de laranja, apenas para passar o tempo e me manter ocupada. Abri a geladeira para pegar o leite e acabará que vi 4 garrafas de Vodka ao lado, a vontade de beber subiu a minha cabeça mais eu não deveria, eu não podia, mais a vontade era quase interminável.

- Seja forte Carina,você vai conseguir!! - Repeti como uma afirmação, para que algum tipo de Deus ou um ser do universo me ouvisse e fizesse com que parasse. Meus dedos tremiam quando fechei a geladeira rapidamente, agarrando o leite como se fosse a coisa mais preciosa do mundo.

Fechei os olhos e respirei fundo.

Eu me virei para a bancada e comecei a misturar os ingredientes do bolo. O som da batedeira girando e o cheiro de laranja me trouxeram algum conforto. Toda via, apesar de meus esforços, minha cabeça continuava persistente, so pensava naquela mensagem misteriosa e do palhaço no meu sonho que me rondava, como um fantasma. Por um momento quase esqueci de Sebastian, ele vai ficar puto quando souber que eu realmente fui, sorri com o pensamento.

Terminei de preparar o bolo, mas o descômodo não sumia. Limpei as mãos na toalha de cozinha e fiquei encarando o forno enquanto o tempo passava.

Foi quando o celular vibrou em cima da mesa. Peguei rapidamente e vi a mensagem de Beijamim.

- Ei, tá tudo bem?, Fiquei preocupado hoje... Você vai à festa?, Não quero que se sinta precionada a ir. -

Suspirei profundamente. Ele sempre foi o mais sensível do grupo, o que mais prestava atenção. Mas, naquela noite, eu estava decidido a me convencer de que tudo estava bem, mesmo que, lá no fundo, algo me incomodasse. O pesadelo, a mensagem misteriosa, aquela inquietação constante... tudo estava me afetando mais do que eu queria admitir. Porem, era hora de superar meus medos e encarar a realidade, eu ficaria bem, estaria com meus amigos e nada iria me machucar.

- Tá tudo certo, Beni! Só estou meio cansada, mas daqui a pouco estaremos todos juntos na festa. Não se preocupe, vai ser divertido ;) ‐

Enviei a mensagem que rapimento foi respondida, que rápido.

- Você não recebeu mais nenhuma mensagem daquele número? ‐

Digitei rapidamente.

- Não recebi nada, deve ter sido só o Sebastian mesmo. –

Mandei outra mensagem.

- Fique tranquilo, estou bem, sério. –

-Se você diz que tá bem... Mas qualquer coisa, me avisa, tá? A gente se vê mais tarde. –

Respondi de volta com um simples "Claro!" e desliguei a tela. Não queria prolongar a conversa, especialmente com as dúvidas e incertezas crescendo dentro de mim. Respirei fundo, tentando encontrar algum intervalo no silêncio da casa.

"Eu vou ficar bem", murmurei para mim mesma, como se pudesse transformar aquela frase em uma verdade. Mas a tensão não passa.



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⏰ Última atualização: 11 hours ago ⏰

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