O Peso de Sentir

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Olá Leitores!

Espero que estejam gostando da história, estou me esforçando muito para escrevê-la. Algumas vezes o bloqueio criativo vem mais depois a gente consegue desenrolar.

Desejo á todos uma boa leitura e espero que gostem desse episódio!

Episódio 5
O Peso de Sentir

࿐愛࿐

Passei pela entrada da biblioteca e me escondi em uma das mesas mais afastadas, tentando me concentrar nos livros abertos à minha frente. Mas as letras deixaram borrões, e minha mente voltou, para oque havia acontecido alguns instantes atrás. Sebastian foi e continua sendo meu primeiro namorado, a primeira pessoa que me relacionei, temos 10 messes e meio de namoro, algo que foi só intenso nos primeiros messes. Nosso relacionamento esfriou depois que ambos entramos em Harvard, isso era perceptível, até mesmo pelos meus próprios amigos. Apesar dele ser um insensível, um babaca ciumento do caralho..ele me salvou muitas vezes..

da solidão, das bebidas e me mostrou, pelo menos por um tempo, como é verdadeiramente ser amada.

Suspirei profundamente e me encostei na cadeira, observei a bagunça em minha mesa por conta dos livros espalhados. E comecei a pensar que realmente deveria terminar com Sebastian, foi lindo, no início. Mais agora, não dava mais. Era isso que eu iria fazer amanhã, pretendia ao menos. Fechei os olhos, tentando dormir ou cochilar ali mesmo na cadeira porém cada vez que fechava os olhos, era como se pudesse ver aquela frase escrita em algum lugar, flutuando em minha mente: "Não vá."

Mais eu obviamente descontrairia isso.

- Foda-se você Sebastian. Eu vou, mensagem alguma sua irá me impedir. -

Comentei baixinho a mim mesma e sorri. Logo tentei voltar aos estudos e foi assim por no mínimo 20 minutos. Eu não conseguia ler e nem me concentrar em nada do que havia escrito ali, estava sobrecarregada com tudo. Talvez Benjamim estivesse certo. Talvez eu devesse ir pra casa e descansar. Mas, ao mesmo tempo, havia algo mais profundo. Algo que não era apenas o medo de perder tempo de estudo. Era uma necessidade de provar que eu poderia lidar com tudo isso. Com o cansaço, com a pressão, com... o terror silencioso que rondava minha mente.

- Isso é só paranóia, se concentra, foi apenas o idiota do Sebastian tentando te assustar - eu repetia a mim mesma, enquanto folheava as páginas, mesmo sem absorver nada. Mas, lá no fundo, sabia que a paranóia às vezes tinha suas razões. Algo dentro de mim estava errado, o silêncio da biblioteca só fazia com que eu ouvisse mais alto as batidas aceleradas do meu próprio coração.

E então, mais uma vez, uma sombra cruzou meu campo de visão pela janela. Meu corpo inteiro ficou tenso. Girei a cabeça rápida, com o coração batendo forte, mas tudo que vi foi um estudante comum, passando pelo corredor.

"Você está enlouquecendo Carina."

Me alevantei subitamente da cadeira de estudos e peguei meus livros, estava prestes a ir embora, tentaria descansar a mente, pelo menos até a noite de hoje. Fui para casa, era a melhor opção naquele momento.

Não havia como permanecer ali, mesmo que eu quisesse.

Desci para o estacionamento com os livros pesados em minhas mãos, teria que naquela mesma manhã lembrar de ligar para Livvy e perguntar sobre os detalhes da festa de Halloween no Bayville Scream. Queria saber a hora exata que sairiam para não ter que chegar cedo demais e acabar sozinha.

Beijamim e Edgar estudariam ainda pela manhã, Livvy, Estudante de ciências sociais,geralmente ia pelo turno da tarde e tirava amanhã para dormir, recuperando-se das suas longas noites de festas,enquanto só aparecia mesmo na Universidade à tarde. E, no fundo, invejava um pouco sua liberdade, a maneira como ela parecia ignorar as pressões do mundo à sua volta.

Gostaria de ser como ela, saber lidar com meus problemas e conseguir me divertir sem pensar neles..

Beijamim fazia o mesmo que Edgar "Engenharia", algo relacionado com a ciência da computação e métodos quânticos. Resumindo, um dos piores. Se eles realmente queriam se formar naquilo, teriam que se dedicar muito, qualquer coisa que o menino maluquinho do Edgar não faria.

Quando Cheguei finalmente no estacionamento,tentando reorganizar meus pensamentos. Olhei ao redor, buscando meu carro preto, um Jaguar F-Type.

Havia sido um dos presentes que seu pai tivera dado em seu aniversário de 17 anos, com o ponto que sua "querida filha" se formasse em advogacia, oque não foi o caso. Ate hoje Carina não sabe como ele não tivera tirado o carro de suas mãos, ela mal pode esperar para começar na rede de seu próprio trabalho e conseguir um carro por seu esforço próprio, assim, devolveria o Jaguar para seu pai. Ela acreditava que não precisava de mordomias de ninguém, muito menos de seus pais.

Quando o achei meu Carro, Liguei o motor e dirigi rumo à minha casa, deixando os prédios da universidade para trás. Por mais que o trajeto estivesse tranquilo e nada parecesse fora do comum, uma sensação que ainda encomodava-me persistia no fundo da minha mente. O desconforto era algo que eu não conseguia afastar, por mais que tentasse. Esses dois últimos dias tem mechido com minha cabeça, olho sempre a tela de bloqueio de meu celular. Talvez esperando algum sinal?, não sei. Algo estava errado comigo desde a ultima noite.

Cheguei em casa um pouco mais tarde do que o planejado, por volta das 11h da manhã por conta do trânsito horrível, apesar de não morar tão distante de Harvard, a distância é de mais ou menos 30 km ou 20. Mais, a cidade é muito movimentada, turistas e estudantes entrando o tempo todo, oque afeta bastante o trânsito de Boston.

Deixei meus livros na mesa central da sala, havia um pano bordado branco em cima da mesa de vidro, no centro a via um vaso rico de detalhes com um buque de tulipas, eram rosas artificiais.

Tirei meu tênis e me Deitei no grande sofá, fechei os olhos, na esperança de dormir um pouco e afastar os pensamentos inquietantes que me assombravam desde a manhã. Sorte a minha que consegui assistir ao menos 1 aula quando cheguei, depois disso,biria estudar na biblioteca para depois novamente voltar a aula, nessa ida, tudo deu errado.

Santo Sebastian, porque você tem que ser tão impertinente?, se eu tivesse um super poder gostaria de te retirar da minha mente.



O Som do Riso CortadoOnde histórias criam vida. Descubra agora