Véu da Transmutação | BINCHAN

Calista

1 mês e 1 uma semana antes da "Execução" (fuga de Bang Chan) 

Vilarejo de Elaris.

Como habitual, a morena levantou-se às cinco da manhã, não que realmente houvesse essa necessidade, mas fazia, pois adorava as manhãs, eram seus períodos favoritos do dia. O levantar preguiçoso do sol, as cores calmantes e etéreas que adornavam o céu, os cantos dos pássaros e os últimos murmúrios dos animais noturnos a faziam se sentir em paz. Como se não precisasse se preocupar com mais nada no mundo.

Após tomar um banho quente e escovar os dentes, vestiu um vestido branco longo, de tecido solto e suave; arrumou os cabelos pretos em uma trança, colocando pequenos enfeites de flores ao longo da extensão escura. Caminhando em direção à cozinha, assobios saiam por sua boca, baixos para que não acordassem os outros membros da casa. Em frente à bancada, destampou a massa de pão adormecida para fermentação, sorrindo feliz por ver o quanto havia crescido. A sovou delicadamente depois de limpar a bancada e jogar farinha de trigo. Os assobios passaram a soar como uma canção, as letras deixando seus lábios bonitos, altas o suficiente para encantar aqueles que passavam em frente à janela de sua cozinha, sendo cumprimentadas com sorrisos grandes e bom dia gentis.

Soo Chae-Bin era conhecida por boa parte do vilarejo, amada pelas senhoras mais velhas, admirada pelos senhores, cortejada pelos homens e aclamada pelas mulheres. Todos que a conheciam se encantavam pela sua beleza, gentileza, doçura e voz. Todos gostavam de ouvi-la cantar, muitos passavam em frente à sua janela tão cedo somente para ser agraciados pela voz melodiosa. Ela foi carinhosamente apelidada por Calista, conhecida como a mais bela. O título descreve-a perfeitamente aos olhos de todos, não somente por sua beleza externa, mas também interna. Chaebin é aquela que se dedica a ajudar as pessoas, cuidando da saúde do povoado. Voluntariando-se em tratamentos médicos e dando aulas de canto para as crianças.

A mulher deposita a massa na forma, quebrando um ovo em uma xícara, mexendo por pouco tempo antes de pincelar sobre a massa fofinha, levando-a ao forno já aceso. Limpando a pequena bagunça feita sobre o balcão, sente algo macio passando por suas pernas. Ao olhar para baixo, viu o focinho e os olhos pidões de Kira, sua cachorrinha (o que é eufemismo, pois a cadela em pé fica quase do tamanho de sua dona). Soltando uma risadinha baixa, inclinou-se para fazer carinho nas orelhas branquinhas, chamando-a em seguida para colocar sua comida.

Com tudo limpo, comida e água nos potinhos e pão no forno. A moça caminha para o quarto de sua irmã mais nova. Ao abrir a porta de madeira, a vê deitada sob as cobertas em um sono profundo. Sempre tem pena de acordá-la, mas era necessário já que a mais nova tinha que ir à aula.

  - Aria. - Chama baixinho, passando as mãos por seu cabelo cor de chocolate.

  - Hm... só mais cinco minutinhos. - A mais nova pede, cobrindo seu rosto com a coberta.

  - Você sabe que precisa levantar-se, meu bem. - Puxa as cobertas de cima da menina, sabendo que só assim ela se levantaria. Ouve alguns murmúrios e xingamentos, mas ignora, mais que acostumada, pois todos os dias eram assim. A garota realmente odiava ter que levantar cedo e seu humor pela manhã não era um dos melhores.

  - Tá, tá... já acordei. - Sua voz sai baixa e rouca pelo sono. Espreguiça-se como uma gatinha antes de se pôr de pé. Chaebin arruma os lençóis na cama, sabendo que a irmã não faria.

  - Deixei o pão no fogo, não esquece de tirá-lo, por favor. - A garota concorda silenciosamente com a cabeça. - E não esqueça da manteiga. Estou indo para a floresta com Kira, quando vovó acordar, avise a ela.

  - Tão cedo hoje?

  - É estação das amoras, quero colhê-las cedo para pegar as mais bonitas e gostosas. Vou levar para as crianças e para a senhora Rita quando for vê-las. - A menor somente assente, deixando um beijo na testa da irmã, caminhando em seguida ao banheiro.