Prólogo

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Desligo o celular, minha mão tremendo de raiva. As palavras de Risk ecoam na minha mente, cada sílaba como uma punhalada no meu coração. Namorando? Intercâmbio? Seis anos?

Olho para o celular em minhas mãos, a tela ainda brilhando com a chamada encerrada. Por um momento, considero arremessá-lo contra a parede, deixar que se despedasse como meu coração. Mas não. Essa não sou eu. Ou talvez seja a nova eu, a Amiable que nasceu neste instante de revelação cruel.

Com um sorriso que beira o maníaco, deslizo meus dedos pela tela do celular, procurando o contato de Sinny. Meu coração dispara, uma mistura de adrenalina e raiva pulsando em minhas veias. É hora de confrontá-lo, de exigir respostas. E talvez, finalmente, tomar o que sempre desejei.

Ligo uma vez. Nada. Duas vezes. Silêncio. Na terceira tentativa, sinto meus dedos tremerem de frustração. Respiro fundo, tentando controlar o ódio que fervilha dentro de mim.

Ele não está atendendo. Não está em casa. Mas eu sei exatamente onde encontrá-lo. Meus olhos se estreitam, focando na janela embaçada pela chuva lá fora. O pier. Nosso lugar secreto. Onde tantas vezes sonhei em confessar meus sentimentos. Agora, esse lugar será palco de algo muito diferente.

Levanto-me abruptamente, ignorando o espelho que reflete uma garota que não reconheço mais. Aos 20 anos, cansei de ser a Amiable doce e compreensiva. É hora de mostrar a Sinny quem eu realmente sou. Uma mulher determinada, apaixonada e, se necessário, implacável.

Minha cabeça fervilha com uma mistura de raiva e desejo enquanto marcho em direção ao pier. A chuva encharca meu pijama curto, mas não me importo. Anos de gentileza e amor não correspondido se dissolvem com cada gota que escorre pelo meu corpo. Finalmente entendo quem realmente sou: uma mulher devassa, perversa, que quer Sinny em todos os sentidos possíveis.

Avisto-o sentado sob um guarda-chuva, seu rosto uma máscara de indiferença. Aproximo-me, meus olhos faiscando com uma intensidade que ele nunca viu antes. Aos 20 anos, cansei de ser a garota doce e compreensiva. Agora, quero o que é meu por direito.

— Sinny — eu digo, minha voz rouca de desejo. — Que porra é essa de namorada e intercâmbio?

Ele me olha, seu rosto uma mistura de surpresa e desdém. Aos 22 anos, Sinny sempre foi fechado e sarcástico, mas nunca imaginei que ele pudesse ser tão cruel.

— Do que diabos você está falando? — ele resmunga, seu tom cortante como sempre. — Minha vida não é da sua conta.

— É sim, porra! — respondo, aproximando-me mais. — Desde quando você tem uma namorada? E por que diabos você vai embora por seis anos sem me contar nada?

Sinny ri, um som frio que corta mais que a chuva.

— Você enlouqueceu? Nós somos irmãos, nada mais. Não te devo satisfações — Sinny rosna, seu rosto uma máscara de frieza que me corta mais profundamente que a chuva gelada.

Sinto meu sangue ferver, uma mistura tóxica de desejo e raiva correndo pelas minhas veias. Aos 20 anos, cansei de ser a garota doce e compreensiva. Agora, quero o que é meu por direito.

— Irmãos? — cuspo as palavras, minha mão agarrando seu peito molhado com força suficiente para deixar marcas. — Nós nunca fomos irmãos, seu filho da puta. Você tá me punindo, não é? Por aquele maldito Natal?

Sinny agarra meu pulso com uma força brutal, seus olhos escuros como o inferno. Sinto um arrepio percorrer minha espinha, uma mistura doentia de medo e excitação.

— Você não sabe de porra nenhuma — ele rosna, seu hálito quente contra meu rosto. Seu toque queima minha pele como ácido, mesmo através da chuva gelada.

meu caos | taboo romance.Onde histórias criam vida. Descubra agora