meu caos | taboo romance.

Capítulo 3 - nosso aniversário.

— Eu quero fazer aniversário junto com o Sinny.

— Mas vocês não nasceram no mesmo dia, meu amor e tampouco no mesmo mês.

— E precisa? Quero ter os nossos próprios rituais.

— Tá certo, meu bem. Se ele concordar, podemos fazer assim.

A chegada do Sinny na nossa casa me fez ter várias vontades próprias: ter o nosso próprio aniversário, ter as nossas próprias regras, ter os nossos próprios combinados, ter a nossa própria forma de se comunicar e de se amar. Nossos pais nunca viram problema nisso, mas já ouvi uma conversa deles com os nossos avós que apontavam uma preocupação em relação a isso.

— Não acha que a Amiable está muito fissurada no Sinny?

— Ela é uma criança, mãe. Não acho que usar a palavra fissurada seja apropriado aqui, ela apenas está muito animada em ter um irmão mais velho.

— Também não vejo problema algum nisso Ophelia. Amiable sempre nos pediu por um irmão e vê-la tão engajada nas coisas tem nos deixado bem felizes na verdade.

— E vocês sabem a história inteira do Sinny? Da onde ele veio? Quem são seus pais biológicos?

— Por que isso importa agora? Está querendo insinuar alguma coisa em relação ao nosso filho?

Hoje é 1º de setembro, meu aniversário de 14 anos e o de 16 do Sin. Meu coração dispara só de pensar nisso! Adoro compartilhar esse dia com ele, mesmo que ele não demonstre muito entusiasmo. Sei que no fundo, bem no fundo, ele gosta — afinal, Sin nunca foi fã de ser o centro das atenções sozinho. E eu? Bem, eu simplesmente amo cada instante!

Esta data me enche de emoção por vários motivos. Não é só pelo aniversário, sabe? É que hoje também é o dia que os alunos embarcam para Hogwarts! Confesso que ainda tenho uma pontinha de esperança de receber minha carta. Quem sabe, não é? O mundo está cheio de surpresas maravilhosas, especialmente hoje! Imagino como seria incrível se Sin e eu pudéssemos ir juntos para Hogwarts...

— Sin, feliz aniversário! — exclamo, envolvendo-o num abraço apertado. Sinto o calor do seu corpo e inalo seu cheiro familiar, que me faz sentir segura. Meu coração acelera de um jeito estranho, e eu me pergunto se ele pode sentir.

Sin fica tenso por um momento, mas permite o abraço. Seus olhos verdes me encaram com uma mistura de irritação e algo que não consigo decifrar. Sinto minhas bochechas esquentarem sob seu olhar intenso.

— Feliz aniversário pra você também, pequena — ele responde com sua voz grave, afastando-se do abraço. Ele bagunça meus cabelos com um gesto brusco, quase como se quisesse manter distância.

— Vamos nos arrumar para a festa? Mamãe e papai prepararam tudo com tanto carinho...

Sinny revira os olhos, soltando um suspiro exasperado.

— Tudo bem, mas só porque é seu aniversário também — ele diz, seu tom sarcástico. — Nem pense em me fazer socializar muito, ouviu?

— Claro, claro! — concordo rapidamente, ansiosa para manter a paz. Hesito por um momento antes de pegar sua mão. Uma corrente elétrica parece passar entre nós, e sinto meu estômago dar voltas.

— Vamos lá, prometo que será incrível! Você nem vai perceber o tempo passar.

Sinny olha para nossas mãos unidas com uma expressão indecifrável. Por um momento, penso que ele vai se afastar, mas para minha surpresa, ele apenas suspira e me segue. Sinto uma onda de alívio e algo mais, algo que não consigo nomear, mas que faz meu coração bater mais rápido.