Roman Pyotr
O quarto está mergulhado em sombras. A única luz vem de uma fresta entre as persianas, projetando linhas finas pelo chão e pelas paredes, um contraste entre o claro e o escuro. O silêncio pesa, e tudo que ouço é o som de sua respiração, entrecortada, tentando manter um controle que sei que ela está prestes a perder.
Ela está ali, parada, com as mãos trêmulas, os ombros encolhidos. É um nervosismo quase palpável, mas misturado a algo mais intenso, uma espécie de expectativa que eu conheço bem. Vejo em seu rosto - a tensão e a rendição já se misturam em seus olhos, e é isso que me faz querer testar seus limites, levá-la além do que ela mesma permitiria.
Aproximo-me devagar, os passos ecoando como uma batida ritmada, cada um calculado para aumentar a espera, para prolongar esse momento em que ela não sabe exatamente o que espero dela. Vejo seu corpo reagir, cada movimento, cada pequena hesitação. Ela não desvia o olhar, mas é como se cada fibra do seu ser lutasse contra isso, como se um impulso instintivo tentasse afastá-la, enquanto outra parte, mais profunda e oculta, implorasse por minha proximidade.
- Minha mão coça pra te dar uma surra - minha voz é baixa, quase um murmúrio, mas há uma firmeza ali que ela reconhece. Nadine inclina a cabeça levemente, mas não responde, e isso me provoca um sorriso. É essa dualidade dela que me fascina: o orgulho que insiste em resistir e a vontade de ceder.
Espero, deixando o silêncio se alongar entre nós, até que ela encontre coragem para me encarar novamente. Ela sabe que eu quero uma resposta. Não é sobre as palavras, é sobre essa entrega - o ato de se render antes mesmo de qualquer toque, antes de qualquer pedido.
Passo meus dedos por seu pescoço, deslizando lentamente, sentindo o arrepio na sua pele. É um toque leve, mas que carrega um peso para ela, algo que a desarma. Ela fecha os olhos por um instante, mas eu seguro seu queixo com delicadeza e a faço abrir os olhos de novo, obrigando-a a manter o contato visual.
- Não sabe o que fez cobrinha - murmuro, e vejo seus lábios tremerem levemente. Não é medo, é expectativa. Sei que ela está à beira de algo, e é isso que eu quero - segurá-la ali, entre a hesitação e a entrega, entre a vontade de se perder e o desejo de se segurar.
O silêncio fala mais do que qualquer promessa. Eu vejo a luta interna em seu olhar, a forma como ela se esforça para manter o controle, mesmo sabendo que já o entregou. Cada detalhe me atrai, cada sutil movimento de rendição, cada pequeno sinal de que ela se submete mais a cada segundo.
- Preciso que confie em mim - minha voz sai mais rouca que o normal - E eu lhe darei o que almeja
Sinto a cama macia abaixo de mim se afundar mais quando Nadine se engatinha pro meu colo e logo que a garota se senta, minha mão direita se a possa de seu pescoço. E lá estava, seus olhos que faziam qualquer um se render ela, me olhando como se fosse um filhote arisco que está com medo de algo
- Confie em mim - minha voz sai quase como um sussurro e aperto seu corpo contra o meu
- Roman - a mesma arfa contra minha boca, quando a pressiono para sentir minha ereção que me castigava dentro desse maldito shorts. Eu me atraía pelos seus menores movimentos e quase disparei meu revólver contra minha cabeça tentando me segurar no carro - Eu confio
O som de sua respiração ofegante se mistura ao meu próprio desejo, algo intenso e urgente que já não consigo conter. Minhas mãos deslizam pelas suas costas, firmes e possessivas, explorando cada curva, cada linha que se desenha sob meus dedos. O calor do corpo dela arde contra a minha pele, alimentando a urgência que pulsa entre nós. Sinto seu nervosismo se misturar ao desejo, e isso acende algo primal dentro de mim.
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Love is a bullet
ActionO amor pode ser doce como uma bala de mascar ou doloroso como uma bala vinda de uma arma