Nadine Brooks
Acordar com Roman do meu lado era uma mistura de satisfação e arrependimento. Não pela noite - isso foi ótimo, obrigada. Mas porque tinha uma parte de mim que não tinha controle sobre ele. Eu nunca me apeguei a alguém depois do sexo, e também nunca fui dessas mocinhas que não davam no primeiro encontro
Mas eu não sabia como seria daqui pra frente, eu com certeza não sou o tipo de submissa que se parece como uma, que usa laços, cores pastéis e toda essa palhaçada
Acordar com Roman do meu lado era também um lembrete de que eu estava brincando com fogo. Ele dormia tranquilo, os músculos relaxados, e mesmo assim parecia dominar o ambiente. Esse homem era um paradoxo ambulante: força e controle numa embalagem que me deixava sem ar e, ao mesmo tempo, desconfortavelmente vulnerável.
Não que eu fosse fraca - nunca fui. Mas Roman tinha uma habilidade irritante de me fazer querer baixar a guarda, e isso me assustava mais do que eu queria admitir. Eu sabia exatamente o que ele era: intenso, complicado, perigoso para o meu equilíbrio emocional. Mesmo assim, aqui estávamos nós, dividindo o mesmo travesseiro e os resquícios de uma noite que foi, no mínimo, incendiária.
Levantei-me devagar, tentando não acordá-lo. Precisava de café e espaço para processar o que aquilo significava - se é que significava algo. Minha mente começou a racionalizar: Foi só uma noite. Isso não me define. Eu ainda sou Nadine Brooks, independente, dona de mim. Mas uma parte de mim, mais honesta, sabia que não era tão simples.
Enquanto preparava o café, o som dos passos dele me fez congelar. Ele estava ali, parado na porta da cozinha, sem camisa, com aquele olhar de quem sabe exatamente o que está fazendo.
- Achei que você fosse fugir antes de eu acordar - ele disse, a voz rouca de sono.
Sorri, mas foi um sorriso pequeno, calculado. - Não sou do tipo que foge, Roman.
Ele riu baixo, um som que me atingiu como um golpe direto no peito. - Não, você não é.
Era impossível ignorar a tensão entre nós, mas também era impossível esquecer que Roman tinha um jeito de transformar até os momentos mais simples em algo monumental. Eu não tinha planos de me envolver com ninguém, muito menos com alguém como ele. Mas agora, com ele ali, olhando para mim daquele jeito...
Talvez eu estivesse me metendo em algo que não conseguiria controlar.
Roman se aproximou devagar, como um predador que sabia que a presa não tinha para onde fugir. Eu odiava a forma como meu corpo reagia antes mesmo de ele tocar em mim, como se tivesse uma conexão direta com aquele olhar intenso dele.
- Você me parece tensa, Nadine. No que está pensando? - Ele encostou no balcão, perto o suficiente para que eu sentisse o calor do seu corpo.
- Pensando em como você tem o péssimo hábito de não ir embora depois - retruquei, mantendo meu tom firme, mesmo com meu coração batendo mais rápido.
Ele arqueou uma sobrancelha, um sorriso torto brincando nos lábios. - Interessante. Pela forma como você me olhou ontem à noite, achei que quisesse que eu ficasse.
Revirei os olhos, tentando ignorar a pontada de verdade na provocação. - Não confunda a química com uma declaração de intenção, Roman. E não é como se não estivéssemos presos um ao outro
Ele inclinou a cabeça, como se me estudasse. - E o que foi aquilo, então? Só química?
- Uma noite - respondi sem hesitar, virando-me para pegar uma xícara de café. - Uma boa noite, claro. Mas não passa disso.
Quando me virei novamente, ele estava mais perto, tão perto que precisei inclinar a cabeça para encará-lo. Ele tinha aquele maldito sorriso de quem sabia exatamente o que estava fazendo.
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Love is a bullet
ActionO amor pode ser doce como uma bala de mascar ou doloroso como uma bala vinda de uma arma