Nadine Brooks
Eu com certeza estava odiando a forma como Roman me olhava, não gostava de olhar de cuidado e sim de desafio, então decidi esquecer toda aquela loucura que aconteceu e agora focaria na missão para termina-la o mais rápido possível
A estrada para Pietas era como uma cicatriz escura que se estendia pelo vazio. A cada quilômetro, o mundo parecia se tornar mais hostil, como se a própria natureza estivesse tentando nos avisar para voltarmos. O silêncio no carro era quase palpável. Nem eu nem Roman ousávamos quebrá-lo, como se uma única palavra pudesse chamar a atenção de algo que preferíamos não encontrar.
O céu estava cinzento, carregado por nuvens que se moviam devagar, bloqueando o sol. A luz que conseguia passar parecia mais fraca, tingindo tudo com um tom frio e desbotado. À medida que nos aproximávamos da entrada da cidade, as árvores rareavam, seus galhos retorcidos e nus parecendo garras que apontavam para o carro.
Roman dirigia com a expressão rígida, as mãos firmes no volante. Ele não olhava para mim, mas eu sabia que estava atento, seus olhos rastreando cada movimento na estrada e além dela.
— Estamos chegando — ele disse, finalmente quebrando o silêncio. Sua voz era baixa, quase grave, como se estivesse falando mais consigo mesmo do que comigo.
Eu olhei pela janela. Pietas surgiu no horizonte como uma mancha escura, seus edifícios antigos e sombrios se destacando contra o céu cinzento. Era uma cidade pequena, quase esquecida, mas havia algo nela que fazia minha pele arrepiar. Não era só o abandono; era a sensação de que ela não deveria estar ali. Como se Pietas fosse um erro no mapa, um lugar que deveria ter sido apagado.
Passamos por um arco de pedra que marcava a entrada da cidade. Símbolos gravados na estrutura chamaram minha atenção, mas Roman acelerou antes que eu pudesse observá-los com mais cuidado. Era melhor assim. Algo em mim sabia que quanto menos eu entendesse Pietas, melhor.
Dentro da cidade, as ruas eram estreitas e desertas. As casas tinham janelas fechadas, e suas fachadas desgastadas pareciam nos observar com uma curiosidade fria. Não havia carros estacionados, nem sinal de vida. Mesmo assim, eu me sentia exposta, como se algo nos visse.
— Está quieto demais — murmurei, cruzando os braços sobre o peito.
Roman não respondeu. Ele virou o volante bruscamente, dobrando uma esquina, e de repente o carro pareceu sufocado pelo espaço apertado das ruas. O som dos pneus sobre as pedras ecoava alto demais, preenchendo o vazio como um grito distante.
Foi então que ouvi. Um som baixo, distante, mas inconfundível. Não era o motor, nem o vento. Era... arranhado. Como unhas contra algo duro.
— Roman, você ouviu isso? — perguntei, minha voz um pouco trêmula.
— Não olhe para trás, Nadine — ele respondeu, com os olhos fixos na estrada à frente.
A forma como ele disse isso me fez congelar. Segurei o cinto de segurança com força e fiz o que ele mandou. Não olhei para trás. Mas eu sabia, assim como Roman sabia, que Pietas não era apenas uma cidade esquecida. Era algo vivo, e agora sabia que estávamos ali
Avistamos um hotel e com certeza um dos únicos na cidade
— Vamos ficar lá — Roman diz e eu apenas assinto
"Império Adams"
O nome do hotel era bem nítido e brilhoso, suas paredes tinham cores frias e era um dos únicos pontos altos da cidade, algo faz meu coração acelerar
Assim que saímos do estacionamento e pisamos na área da recepção encaramos um grupo de pessoas no hotel
Um homem alto com inúmeras tatuagens e com fios curtos no cabelo, uma mulher alta, com o cabelo tão branco quanto a neve que caí na Rússia e ao seu lado uma mulher menor dos cabelos quentes como fogo. Ao seu lado um casal, ambos pálidos e de cabelos escuros, o homem tinha tatuagens e cicatrizes, assim como a mulher também possuía cicatrizes
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Love is a bullet
ActionO amor pode ser doce como uma bala de mascar ou doloroso como uma bala vinda de uma arma