5. Os Vizinhos

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Lá fora, na entrada da casa, a família nativa continua aguardando para entrar.

- Amor, dê uma crescida nesse pau, né? Que falta de educação, entrar de pau mole na casa dos outros! Você também, filho!

Pai e filho recebem a bronca e dão de quinze a vinte punhetadas, só para o pau dar aquela inchada, não chegando a ficar ereto.

Enquanto Ed vai atender a porta e levar os vizinhos para dentro, Bianca ajeitava o cabelo no banheiro. Tinha acabado de acordar, mas estava bonita. O que estragava tudo era aquela roupa de dormir, camiseta Hering branca e calção de futebol preto. E era calção masculino, para piorar. Estava descalça, pois o piso de madeira não era gelado.

Bia sabia que deveria agir com naturalidade, pois quanto mais tímida ficasse mais chamaria a atenção para si. Ela se olha mais uma vez no espelho. Podia ouvir as vozes daquele povo entrando em sua casa. Podia também ouvir da cozinha a voz de seu filho Ed:

- Sentem-se, pessoal, ela já vem.

- Tudo bem, fique tranquilo - diz uma das vozes

Ed vai até o banheiro.

TOC TOC

- Mãe, vai logo!

- Filho, pega o sutiã no quarto pra mim - ela responde baixinho, sem abrir a porta

- Mãe, eu não sei onde está, não vou ficar procurando sutiã agora, poxa. Eles já estão achando estranho isso!

Bianca se olha no espelho e reconhece que a camiseta branca não era transparente, e raciocina que não estava frio para se preocupar com o bico do peito. A porta se abre e Bianca sai do banheiro, descalça, com aquela roupa de dormir, mas ajeitada, camisa por dentro do calção para ficar mais feminina, porém, nada chamativo. Ela caminha até a cozinha e ali estão todos. Dois negros altos, duas brancas, todos naquele padrão de beleza surreal da ilha.

"Naturalidade, Bianca, aja com naturalidade! Não seja caipira, eles vieram te conhecer, deixa de ser bicho do mato…" - ela pensa.

Ao verem Bianca, todos se colocam de pé. Bianca sempre olhando-os só na altura do rosto.

- Bom dia, tudo bem? - diz Bia sem graça, mas amigavelmente, sorrindo.

- Bom dia, vizinha! - também sorrindo e estendendo a mão - Meu nome é Anne, é um prazer te conhecer! Nossa, bem que disseram que você é linda!

- Ah, obrigada, eu sou a Bianca rsrs

- Esse é meu esposo Will - o homem solta o pau e estende a mão para cumprimentar Bia, que não tinha outra alternativa a não ser aceitá-la

- É um prazer, Bianca! - um sorriso branco marcante.

- Igualmente - ela responde sem jeito.

- E essa é minha filha Cathe - Anne continua.

A garota estende delicadamente a mão, mordendo um pouquinho o cantinho dos lábios, indicando ao mesmo tempo timidez e sem-vergonhice. Bianca não pôde deixar de notar que Cathe era a cara da mãe. Notou também os piercings nos mamilos da mocinha. Como os pais dela permitiram algo assim, sabendo que todo mundo ia ficar olhando e a desejando?

- Prazer, dona Bia rs

- Prazer, Cathe! rs

- E esse é meu filho Denis - prosseguia a mãe.

O rapaz, por sua vez, estende a mão e abre um sorriso branco de impressionar, como o do pai.

- Oi, dona Bia rs

- Olá - Bia aceita a mão e sorri.

Em seguida, Bianca continua:

- Que bom conhecê-los, e obrigada pelos pães e pelo café, a gente nem sabe onde pode comprar nada ainda e...

A Ilha do SexoOnde histórias criam vida. Descubra agora