~ Uma au bobinha em q Kelvin está entrando no colegial e Ramiro um veterano do 3 ano que recebe uma carta de amor
Ou,
o astro do time de basquete pede ajuda ao alegrinho do clube de teatro, amigo de todas as meninas, para encontrar a garota que lhe...
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Kelvin se engasgou com o biscoito que comia ao ouvir seu pai dizendo aquelas palavras. Levou alguns minutos até o menino voltar a respirar normalmente sem tossir feito um louco.
— Ei, calma aí, bebe uma água. - O mais velho falou o abanando e passando o copo com água.
— O que? - ele tentou começar ainda tossindo —, o que disse?
— Uma água, pega aqui. - Ele estendeu o copo, Kelvin tomou em uma golada.
Sentia seu rosto queimar e suas narinas arderem pelo engasgo. Seu pai tinha dito mesmo aquelas coisas? Ele olhou em direção ao jogador atendendo uma mesa e novamente para seu pai que ainda o encarava.
— Então, aquele menino - ele apontou com a cabeça —, eu sinto que o conheço de algum lugar.
— Pai, er… - ele limpou as mãos suadas por cima do jeans. — Ramiro é meu amigo a muito tempo - fez uma careta involuntária ao se ouvir dizendo aquilo —, você já conhece ele, já se viram outras vezes, deve ser isso.
Seu pai riu.
— Agora ele é só seu amigo? - Perguntou arqueando a sobrancelha. Kelvin estava nervoso, olhou novamente para o namorado e este lhe lançou uma piscadela.
— Não… não é… ele é… - ele engoliu em seco desviando o olhar para seu pai outra vez. Passou a torcer os dedos por baixo da mesa, nervoso, limpou a garganta antes de respirar fundo, era agora, iria dizer. — Ele é…
— Seu namorado? - Disse simplista e de uma vez.
— Sim! Ele… ele é meu namorado.
— Tudo bem.
— Tudo bem?
— Sim, ele me pareceu ser um rapaz trabalhador, educado, que te trata bem apesar de você ser um pouco irritadinho, não pode tratar seu namorado assim. Ele parece ser gente boa.
— Oh… ok.
Kelvin não esperava por isso, definitivamente não esperava por isso. Estava tudo tranquilo? Como assim? Não existiria nenhum drama? Nada? Nenhum questionamento? Zero? Seu pai não perguntaria nada, era fácil assim? Ou será que ele não se importava o bastante para questionar ou querer saber? Sua mente rodava um milhão de perguntas.
— Só isso? - Kelvin não se aguentou e perguntou quando o homem voltou a comer os cookies.
— Como assim?
— Não vai perguntar nada? Não está surpreso?
— Kelvin? - Ele puxou a mochila do garoto do chão. — Não é bem uma surpresa, tá literalmente escrito “super gay” aqui. - Ele riu apontando pro bottom e o garoto sentiu seu rosto esquentando mais ainda, se é que isso era possivel. — A não ser que tenham mudado o significado da palavra gay, porque na minha época ainda era para se referir a uma pessoa homossexual, uma pessoa que se relaciona romanticamente com pessoas do mesmo sexo, ou estou errado?
