O Controle

Eu Domino

A manhã no escritório começou como qualquer outra, o burburinho das assistentes, os prazos apertados e Miranda mantendo seu olhar afiado sobre todos os detalhes. Mas, desde o incidente na loja de artigos adultos, havia algo no ar. Uma tensão invisível, quase imperceptível para quem não estivesse atento. Andrea sentia isso, e sabia que Miranda também.

Ela estava se concentrando no trabalho, ou pelo menos tentando, quando sentiu o olhar de Miranda sobre ela. Aqueles olhos afiados, intensos, a perfuravam de longe, e Andrea quase se encolheu sob a intensidade do olhar. Havia uma energia nova entre elas, algo que não existia antes daquela noite.

Miranda, é claro, parecia totalmente no controle. Elegante, calculista, como sempre. Mas por trás daquele exterior inabalável, ela agora carregava um segredo, um desejo recém-descoberto. Ela tinha provado o poder de dominar Andrea na privacidade de suas interações anteriores, e isso a deixara curiosa. Talvez até ansiosa para mais.

O dia avançava, mas Miranda não conseguia evitar pensar em como Andrea reagia a seus comandos. O controle que ela exercia sobre sua equipe, sobre sua vida, agora tinha um novo significado. Miranda gostava de dominar, mais do que imaginava.

Durante uma reunião mais tarde, Andrea estava tentando, sem muito sucesso, manter o foco enquanto apresentava alguns novos conceitos. A sala estava cheia de pessoas, todas atentas ao que estava sendo dito, exceto Miranda, cujos olhos estavam fixos nela, estudando cada movimento.

Então, enquanto Andrea passava os slides, sentiu uma vibração súbita e discreta em seu bolso. O choque inicial quase a fez soltar a pasta que segurava, mas ela conseguiu disfarçar com um leve pigarro. Era o controle que Miranda havia escondido em sua bolsa mais cedo. E agora estava claro o que Miranda pretendia fazer.

O olhar de Miranda não deixou dúvidas. Ela estava testando Andrea, verificando até onde ela conseguiria manter a compostura na frente de todos. O poder nas mãos de Miranda era invisível para os outros, mas era palpável para Andrea, que agora se esforçava para não tremer com a onda de sensações que a percorriam.

— Está tudo bem, Andrea? — Miranda perguntou, com uma leve inclinação de cabeça. Sua voz era cortante, mas havia algo mais ali. Um traço de diversão escondido atrás da máscara de profissionalismo.

Andrea, engolindo em seco, assentiu. — Sim, Miranda. Está tudo sob controle.

Miranda arqueou uma sobrancelha, satisfeita com a escolha de palavras. Controle, a palavra parecia ecoar na mente das duas, com significados diferentes.

As vibrações aumentavam e diminuíam, de forma imprevisível. Miranda controlava cada impulso com precisão, e Andrea lutava para não deixar seu rosto trair as sensações que dominavam seu corpo. Era um jogo perigoso, mas também irresistível.

Com o fim da reunião, Miranda se levantou lentamente, ajustando seu casaco enquanto todos começavam a sair. Mas quando o último funcionário fechou a porta, ela não disse uma palavra, apenas caminhou ao redor da sala até ficar de frente para Andrea, que ainda estava tentando se recompor.

— Você está tremendo, querida — Miranda observou, sua voz baixa e carregada de intenção.

Andrea sabia que a resistência era inútil. Ela sentia cada parte de si sendo controlada por Miranda, e isso a fazia queimar por dentro. Mas, mais do que isso, ela queria ceder.

— E você gosta disso — Miranda continuou, suas palavras agora suaves, mas implacáveis. — Gosta de ser controlada.

Andrea não conseguiu esconder o sorriso fraco que se formou em seus lábios. Miranda estava certa. Ela gostava, e a maneira como Miranda se movia em torno dela, dominando o espaço e seus pensamentos, tornava tudo mais intenso.