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Narradora on

Izana: Sn, temos que ir para uma reunião da Tenjiku. Você quer ir conosco?

Sn: Desculpa, rapazes, mas vou ficar. Ainda tenho que organizar tudo o que compramos. – Fala um pouco desanimada, olhando a bagunça que teria que organizar.

Kaku: Arruma amanhã… Vamos sair, aproveitar o clima!

Sn: É uma oportunidade tentadora, rapazes, mas não vou conseguir ficar em paz sabendo da zona que estará minha sala e quarto.

Eles se deram por vencidos e foram para a reunião contra a vontade. Kisaki sentia que algo estava errado. Ainda não compreendia qual peça não estava em seu devido lugar, mas sabia que não podia abaixar a guarda.

Quando deixaram a casa da garota, sentiram uma presença, mas, ao olhar ao redor, não viram nada fora do lugar, o que só aumentou o incômodo de Kisaki.

Atrás de algumas árvores, Takashi estava apoiado, esperando que eles deixassem os arredores da propriedade. Afinal, o mais difícil ele já havia conseguido. Seguir os maiores delinquentes da Tenjiku era uma missão quase impossível, a menos que estivessem distraídos com a loira de olhos claros.

Dentro de casa, Sn desembrulhava e organizava item por item, com extremo cuidado e carinho pelos presentes que seus amigos lhe deram. Seu sorriso entregava a felicidade que sentia por ter amigos como eles. Ela admirava como, em tão pouco tempo, se sentia bem ao lado de pessoas totalmente opostas à sua personalidade. Cada um deles contrastava de maneira diferente com ela.

Hanma a fazia rir sem se esforçar; Ran era o tipo de amigo que gostava de ser mimado, mesmo sendo um poço de preocupação com quem realmente se importava, perdendo toda sua pose de pessoa orgulhosa e arrogante; Izana era o que mais a surpreendia, afinal, ele era um líder nato, mas isso não o impedia de ser o mais elétrico entre os amigos, perturbando todos ao seu redor – com os íntimos, claro, pois com desconhecidos ele costumava ser sério. Rindou a ajudava mesmo sem necessidade; ele não falava muito, mas demonstrava com pequenos atos que gostava de sua companhia, dividindo o fone ou fazendo pequenas piadas sarcásticas. Shion era a amizade espalhafatosa, que gostava de exaltar sua amiga e até mesmo a fazia passar um pouco de vergonha na rua ao gritar do nada só para ver as risadas dela. Mochi só tinha tamanho, pois amava ser o amigo que a acompanhava para assistir a filmes da Barbie.

Kakucho era o amigo que mantinha a paz; bastava um olhar de canto para os rapazes e, até mesmo Izana, sentava-se comportado, fingindo que nada estava acontecendo. Muto não era muito presente, mas sempre que podia, levava tortas para ela e tomava chá com Sn para se atualizarem sobre suas vidas. Sanzu era superprotetor, a ponto de lançar olhares mortais para afastar quem se aproximava de quem amava. Kisaki era uma incógnita para ela. Em algumas ocasiões, ele parecia ter todas as personalidades de seus amigos, cada uma à sua própria maneira. Costumava ser calmo e atencioso, cuidando de cada mínimo detalhe ao seu redor para que nada saísse do controle.

Sn: O Kisaki esqueceu seu casaco… – Fala ao sair de seus devaneios. Quando a garota ia enviar a mensagem, alguém bateu na porta. – Que rápido! Nem esperou eu mandar mensagem. Acho que ele esqueceu a chave no bolso do casaco…

Fala baixinho, pois todos os seus amigos têm uma cópia da chave, assim como ela ganhou uma cópia da casa de cada um deles. Ao destrancar a porta, não teve a chance de abri-la, pois ela foi empurrada com força, com Takashi entrando bruscamente. Com o impacto, seu celular caiu no chão, iniciando uma chamada para Kisaki, que era o contato para o qual ela iria enviar a mensagem.

Sn: Mitsuya, o que faz aqui? – Pergunta desnorteada pela entrada brusca do platinado em sua residência.

Mitsuya: Então, você está morando com eles, Sn! – Não foi um grito em si, mas seu tom era mais grave do que o de costume, assustando a garota, que recua para trás. Você não tinha o direito de nos deixar! Teve a coragem de me abandonar! Você nunca se explicou, e agora me sinto aliviado. Com qual deles estava me traindo esse tempo todo?

Ao falar, ele começa a se aproximar mais da garota, que estava extremamente assustada com o timbre da voz dele e a forma com que ele se comportava.

Sn: Diferente de você, Takashi, eu não lhe traí. Minha consciência está limpa, e a sua, como se encontra? Como é saber que sempre carregará o peso de ter feito o que fez? Saber que nem mesmo me procurou para saber a verdade? Qual é a sensação de ser enganado pela "puritana" da sua amada Hana? – Ela não obteve resposta, mas os olhos de Takashi não se desprendiam dos dela. Ele se aproximou mais e a prendeu contra a parede, fazendo pressão com sua mão direita no pescoço dela, que ficou surpresa pelo ato do platinado.

Mitsuya: Qual sua moral para falar da minha namorada, garota? Acha que depois de tudo o que a fez passar tem moral para sequer citar Hana? Ninguém acredita em você, Sn, ainda mais depois de tudo o que Hana falou de você, vindo à tona de maneira tão descarada, como o fato de você e Kisaki estarem querendo nos atingir. Já sabemos que estão juntos para tentar separar Hinata e seu irmão, e eu e Hana. Seu jogo não vai funcionar, garota.

A pressão ao redor do pescoço dela aumentou, e o garoto estava claramente fora de si.

Sn: M-mitsuya…

Mitsuya: Você falando meu nome assim até me deixa com saudades das nossas noites juntos, Sn… – Com essas palavras, um sorriso apareceu nos lábios dele antes de deixar um leve beijo no pescoço da garota, que deixou uma lágrima escorrer.

Sn: Takashi… por favor, não faça isso… vá embora, por favor.

Ela só obteve um riso anasalado como resposta.

Mitsuya: Sei que você sente falta também, não negue, meu amor. Quem sabe eu não possa te perdoar por todas as suas falhas depois disso. – Ele levantou o rosto dela, aproximando-se para tomar seus lábios enquanto a garota chorava, implorando para que ele a deixasse. – Seja boazinha para mim… depois faremos nosso amor fusionar entre nós três… Sei que Hana e você serão ótimas namoradas para mim…

Beijos. Até o próximo capítulo ✨

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