Capítulo 7 - Morena na Janela

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Capítulo 7 - Morena na Janela

Capítulo inspirado na fanfic "velha infância" da autora @ElizaDickinson

Giovanna narrando on

Maya Manoela odeia filmes de terror. Ela nunca disse isso com todas as letras, mas eu, como sua melhor amiga sabia muito bem disso. Sabia porque ela sempre respirava fundo antes do filme começar e fechava os olhos sempre que alguém morria. E essa é a única razão para eu gostar tanto desse gênero. Com certeza não era pelas cabeças rolando e o sangue espirrando. 

A razão por trás disso tudo era que Maya sempre colocava seu corpo ao meu, se grudava em mim procurando conforto para se sentir segura. 

Era a coisa mais interessante do mundo observar todas as reações dela. Desde os olhos arregalados até a careta de decepção no final. Mas eu jamais diria isso para ela, se eu dissesse, ela reviraria os olhos, tiraria o filme e colocaria um romance água com açúcar do século passado. 

- Essa definitivamente foi a pior coisa que eu já assisti em todos os meus quinze anos de vida.

Ela fez uma careta tão engraçadinha, que eu me pego pensando em como ela é adorável. 

- Um cara com uma faca e máscara é a pior coisa que você já viu? Então você nunca assistiu lendas urbanas no SBT. 

Eu respondo sorrindo de lado. Maya também sorri, mas logo se levanta da cama enquanto fala meio impaciente:

- Preciso me distrair - ela fala vasculhando o armário dela atrás de alguma coisa.

- Bom, eu posso te ajudar com isso.

Eu falo enquanto estou deitada na cama dela e olhando cada movimento seu. Maya franze a testa, seus olhos se estreitam e ela pergunta com a voz meio risonha: 

- Está se oferecendo para ser minha distração? 

Eu sorrio de lado e respondo, enquanto vejo Maya dobrar algumas peças de roupas que estavam espalhadas:

- É... acho que estou.

Maya retribui o olhar na mesma hora, o sorriso ainda está no rosto, mas agora a sua expressão está mais curiosa do que confusa. 

- E o que você poderia fazer para me distrair?

Não sei se foi o tom de voz que ela usou, ou se o horário que já estava começando a mexer com a minha cabeça. Mas a questão foi que meu coração parou por um segundo e, então quando ele voltou a bater, foi a vez da minha mente ficar esquisita, pois, eu automaticamente imaginei eu e Maya ficando distraídas. 

Juntas. Bem juntas. Juntas e completamente distraídas. 

Tão distraídas que ela estaria em cima de mim. Sentada no meu colo de preferencia. E eu desceria as mãos pelas pernas dela. Meus dedos tocariam na barra do seu short fino de dormir. Ela iria suspirar exatamente como fez antes do filme começar, mas agora, seria de ansiedade para saber o que eu faria com as minhas mãos. E então eu...

E exatamente como as mortes do filme, sou arremessada da zona dos meus pensamentos e caio na realidade quando a Maya fala com uma expressão de quem está segurando o riso: 

- Acho que você nem precisa de mim, já está se distraindo sozinha. 

Maya estala os dedos na frente do meu rosto e, só então eu percebo o que eu estava fazendo. Ou melhor, pensando. Meus olhos se arregalam na mesma hora e, sinto todo o meu sangue se concentrar nas minhas bochechas. 

- No que você tá pensando? 

Maya me olha com a testa franzida e, então eu percebo que com os olhos arregalados e sem falar nada por bastante tempo. 

Quando o Destino Insiste - MagiOnde histórias criam vida. Descubra agora