Amor na Terra dos Mortos

Capítulo Quatro - Boas vindas em grande estilo! Part.2

Depois tudo aconteceu tão rápido que Ginger demorou para processar. Sua irmã Beverly saiu da carruagem para enfrentar os mortos e Soul ficou com Ginger por pouco tempo, os cavalos presos a carruagem foram liberados e tudo pareceu bem, exceto pelos grunhidos e zumbidos da aproximação dos mortos, até ouvir o cocheiro pedir ajuda. Os zumbis claramente tentando escalar até o teto da carruagem. Era possível ouvir as batidas e os arranhões no casco dela. E Soul, obviamente foi ajudar o homem, antes que a carruagem fosse cercada e não tivesse como sair dela sem ajuda externa. Primeiro, ela usou uma de suas agulhas de tricô para finalizar os zumbis que estavam em seu lado da porta. Depois ela saiu calmamente, finalizando todos os zumbis em seu caminho. Eles não a viam. Para os mortos, o vento e Soul eram a mesma coisa.

Os mortos caíram um a um ao redor da carruagem e Ginger ouviu sua irmã dizendo que levaria o cocheiro para subir em uma árvore. Soul relembra a Ginger as instruções de segurança. No caso de Ginger, sair da carruagem estava fora de questão. Principalmente depois do zumbi que escalou uma árvore para caça-la.

Ginger então trancou todas as duas portas da carruagem e puxou as janelas internas de madeira. Depois sentou-se no piso da carruagem, o mais longe possível das janelas, bem no meio da carruagem. Logo ela descobriu que foi tudo em vão. Sua capacidade de atrair mortos era lendária, pois eles foram para a carruagem onde ela estava em um tipo de marcha que só poderia ser planejada e tentaram de todos os jeitos entrar na carruagem até que ela tombasse, fazendo com que Ginger caísse de costas contra a janela.

Ela suspirou a sorte de ter as janelas de proteção de madeira encima das de vidro, mas sua sorte não durou muito tempo, pois os zumbis quebraram a janela acima dela, espalhando cacos e lascas de madeira em cima de Ginger. Ginger conseguiu perceber a tempo de vira-se em posição fetal protegendo seus órgãos vitais, cabeça e pescoço. Torceu para que seu corset e todas aquelas camadas de roupa lhe desse alguma, mínima que fosse, proteção. No final ela saiu com o braço cheio de arranhões, mas sem cortes profundos.

Ginger olhou para cima e ficou paralisada enquanto a mão de um zumbi tentava alcançar seu rosto. E não demorou muito para que ela tivesse que se deitar em sem cima dos cacos de vidro, para impedir que a porta fosse aberta com as pernas.

E Ginger então ficou em uma posição desconfortável, deitada em cima dos cacos de vidro da janela, segurando a porta com as pernas, tentando ignorar uma enxaqueca, as cada vez mais evidentes dores em suas pernas e seu coração trovejando a ponto de nauseá-la por um longo tempo.

Os mortos vertiam um cheiro pútrido que faziam as narinas de Ginger queimar e o som de seus grunhidos eram tão altos que não era possível ouvir a comoção fora da carruagem.

Ginger não conseguia pensar em nada. Sua cabeça era um enorme branco, como os olhos dos zumbis.

Ela estava segura e perfeitamente feliz a horas atrás e agora tinha uma horda ameaçando esmaga-la e estraçalha-la. Quem tinha humor para pensar? Ginger estava muito ocupada tentando conter a náusea que aumentava a cada pingo de sangue podre que caia no abdome de Ginger, manchando seu vestido. O odor dentro da carruagem era tal que a visão de Ginger embaçou. Ela demorou a perceber que aquelas mãos esverdeadas tinham parada de se mover. Pareciam retorcida como galhos. O som de grunhidos continuava alto e Ginger passou a ouvir sons de rangidos vindo da própria carruagem.

O som dos rangidos e estalos aumentaram.

Parecia que a carruagem estava quebrando.

Os sons de grunhidos pararam.

E para o horror de Ginger dedos ensanguentados perfurou a porta da carruagem. Sangue preto como carvão vertia dos dedos e pingou na testa de Ginger.

Ela olhou aterrorizada enquanto a porta da carruagem era arrancada, a carruagem rangendo, a morte se aproximando. Até que a porta foi completamente arrancada e a luz invade a carruagem.