Capítulo 2 - Dante

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Matteo, Stefano, Lucca e Lorenzo discutem veementemente sobre os novos investimentos da Catering Company. Isso tudo é entediante para mim, mas meu pai ficaria furioso se descobrisse que não tenho comparecido às reuniões do conselho.

Sorrio de forma maliciosa para Aurora, a secretária de Stefano que não para de me dar mole durante toda a reunião.

Parece que me agarrar com ela no almoxarifado do andar debaixo a deixou caidinha por mim; a forma como ela se inclina para servir café parece bem convidativa do ângulo que estou.

— E é por isso que Dante é a melhor opção para essa feira.

Volto a atenção para a conversa quando escuto meu nome. 

Feira? 

Mas que feira?

— Não sei não, Matteo - Lucca começa, desconfiado. — É mais fácil Dante sair de lá com mais uma mulher do que com ideias de novos parceiros.

Os quatro rapazes caem na gargalhada, e Aurora, irritada, sai da sala batendo a porta.

Ergo uma sobrancelha em direção ao som. Adoro uma garota atrevida.

— Posso saber que feira é essa que estão falando? - pergunto, curioso.

A melhor parte do meu trabalho com certeza é participar de eventos em busca de novidades, que em sua maioria são lotados de mulheres bonitas e carentes.

Nossa empresa, ou melhor, a empresa do meu pai e dos seus colegas, é uma empresa que atende eventos da alta sociedade Italiana, fornecendo todos os insumos necessários para festas requintadas. Desde bebidas, até o guardanapo para limpar o batom caro das madames.

Cobrimos eventos variados, como casamentos, festas empresariais de grandes multinacionais da região da Florença, festas de aniversário, eventos corporativos, festas de socialização e até reuniões.

Lorenzo me tira dos meus devaneios.

— É importante encontrar novas vinícolas, Dante. Não se esqueça que nossos clientes adoram um bom vinho. E se conseguir um daqueles artesanais… Você sabe né? O lucro é certeiro.

— É, eu sei - reviro os olhos e olho o relógio. — Acabamos por hoje?

— Na verdade, nós temos alguns assuntos que ainda não foram discutidos - Stefano comenta, também olhando o relógio. — Mas você pode ir, se quiser. Ao que te diz respeito, o assunto já encerrou.

— Não comente com meu pai que saí mais cedo - digo, me levantando e pegando um daqueles biscoitos que Aurora deixou mais cedo com o café.

A massa amanteigada é realmente de comer ajoelhado.

— Voce sabe… - continuo, indo em direção à porta. — Ele odeia quando falto às reuniões.

— É, sei bem como é o temperamento de Leonardo - Stefano brinca, e aceno da porta para os rapazes que acenam de volta para mim.

Vou até a recepção, onde Aurora está de costas para o corredor de onde venho, com o telefone apoiado em um dos ombros.

Agarro sua cintura e beijo bem embaixo da sua orelha, fazendo-a estremecer de susto.

— Cl-claro - ela gagueja para algum cliente e me olha, claramente irritada. — Vou providenciar isso - depois comenta e me dá as costas de novo.

Agarro seu cotovelo ossudo e a viro para mim, dando uma leve mordida em seu lábio inferior.

Ela solta um suspiro úmido e sorrio para ela.

— Tudo bem - ela concorda e me olha, mordendo o canto direito da boca. — Obrigado, senhor Ricci.

Então, desliga o aparelho e me olha.

— Te vejo mais tarde? - pergunto, enfiando as mãos no bolso.

— É, acho que sim - Aurora ri e revira os olhos. — Mas não vai achando que me esqueci do que o senhor Lorenzo falou. É melhor ter bons modos nessa feira, ou… 

— Relaxa, gatinha – corto sua fala e chamo o elevador. — Você sabe que odeio compromissos. 

Dou uma piscadela para ela e dou as costas, pronto para me encontrar com a garota do armazém da rua debaixo.

O Charme do Italiano (DISPONÍVEL ATÉ DIA 6/11)Onde histórias criam vida. Descubra agora