Tem algo no meu armário! - One Shot -

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Evan

— E-eu juro! Algo se mexeu no meu armário!! — afirmo, apontando minha mão trêmula para o guarda-roupa embutido na parede.

— Meu filho, pelo amor de Deus, não há nada ali dentro além de suas roupas. — Meu pai, Oliver, responde pela milionésima vez, passando a mão pelos cabelos, já visivelmente impaciente.

Por que meu pai não acredita em mim!? Eu sei que vi algo lá! Há uma semana que ouço barulhos estranhos e coisas caindo lá dentro. Será que ele nunca viu filmes de terror? Claramente tem algo errado aqui... alguma energia sobrenatural, ou sei lá!

— Oliver, é sério! Por que não acredita em mim? — Pergunto com os olhos marejados. Eu não quero dormir aqui essa noite.

— Porque essa coisa toda de fantasmas e monstros não existem, meu amor... — Ele suspira, antes de me puxar para um abraço caloroso.

— Mas eu vi!

— Não, você não viu. Você só está assustado porque continua me desobedecendo e assistindo a filmes de terror. — Ele responde sério, com aquele tom que não deixa espaço para discussão.

— Mas dessa vez não é por isso! — Tento me justificar, lembrando do mês passado, quando eu jurava que havia espíritos no banheiro, mas era só a lâmpada piscando. Um dos funcionários do meu pai trocou a lâmpada, e pronto, o "fantasma" sumiu.

Digamos que sou, sutilmente, viciado em filmes de terror. Eu e meu amigo Julian sempre estamos trocando recomendações e teorias assustadoras. É super divertido! Quer dizer... até chegar a noite e eu ter que dormir sozinho. No começo, eu tentava disfarçar, mas o medo começou a tomar conta e eu comecei a fazer xixi na cama. Papai achou que era infecção urinária, então, para evitar uma ida ao médico e levar injeções, tive que contar a verdade. Ele ficou chateado por eu ter desobedecido e assistido a esses filmes escondido. Depois disso, fiquei duas semana dormindo no quarto dele, até me sentir seguro de novo.

Hoje, porém, é diferente. Eu tenho certeza de que algo se mexeu ali.

— Evan, vamos, escove logo os dentes para ir dormir, já passou da hora de ir para a cama. — Ele diz, me soltando e me empurrando suavemente até o banheiro. Gemo em desgosto.

— Mas ainda é muito cedo! — reclamo, cruzando os braços.

— É cedo, mas se passar muito da hora, você vai acabar assustado e molhar a cama. — Meu rosto esquenta, e coro de vergonha.

— Não! Pai, foi só daquela vez...

— Aham, claro. — Ele responde, com uma sobrancelha arqueada e um sorrisinho no canto da boca.

Reviro os olhos e começo a escovar os dentes enquanto ele me espera no batente da porta. Isso virou rotina desde que fiquei com medo do banheiro à noite.

— Pronto!

— Já fez xixi?

— Papai!!

— Só quero evitar que você pegue um resfriado por dormir em colchões molhados.

NGHHF!! — Marcho de volta para o banheiro e fecho a porta, irritado, mas faço o que ele pediu. Lavo as mãos e, finalmente, volto para o quarto. — Pronto. — Ele sorri e me dá um beijo na testa.

— Muito bem, agora direto para a cama. — Ele põe a mão no meu ombro e me ajeita carinhosamente entre o edredom.

— E-espera, eu vou dormir sozinho!?

— Ué, mas é claro, filho.

— M-mas, mas...

— Não pode dormir no meu quarto para sempre. — Sinto meus olhos umedecerem. Por que ele não quer que eu durma no quarto dele?

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⏰ Última atualização: Nov 17 ⏰

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