Capítulo 1: A Menina dos Chips Brilhantes

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Era uma vez, no ano de 2075, uma garota muito especial chamada Sandy. Mas Sandy não era uma garota comum; ela era uma androide! Isso quer dizer que ela foi construída com peças brilhantes, chips e circuitos delicados, como se fosse uma máquina, mas com algo diferente e especial que a fazia ser curiosa e aventureira. Seu corpo parecia feito de pedacinhos de estrelas, com fios e luzes que brilhavam em seu interior. E seus olhos? Ah, os olhos de Sandy brilhavam como duas pequenas estrelas, azuis como o céu quando a noite é mais clara.

Sandy morava em um planeta chamado Aurora Estrelar. Era um lugar mágico e muito diferente da Terra. O céu de Aurora Estrelar não era só azul; ele mudava de cor o tempo todo. Às vezes ficava rosa, outras vezes laranja, ou até mesmo verde, como um arco-íris que nunca parava de brilhar. As árvores eram feitas de cristal e tinham folhas que tilintavam como sininhos quando o vento soprava. Durante a noite, essas árvores se iluminavam, e o planeta todo parecia uma festa de luzes.

Sandy era conhecida por todos no planeta como "Chip Girl", a menina mais inteligente e curiosa que eles já haviam conhecido. Ela sempre fazia perguntas, queria saber de tudo, aprender sobre tudo e, principalmente, explorar o universo além de Aurora Estrelar. Para ela, o espaço era como um grande mar, cheio de mistérios esperando para serem descobertos.

Certo dia, Sandy estava em sua oficina, um lugar cheio de ferramentas, peças e engenhocas que ela mesma havia criado. Era onde ela passava boa parte do tempo ajustando seus chips e aprendendo novas coisas. Ela gostava de mexer em sua nave, uma pequena espaçonave que ela mesma havia construído. Toda prateada e cheia de botões coloridos, era seu orgulho e sua companheira de aventuras.

— O que será que eu posso explorar hoje? — perguntou Sandy para si mesma, enquanto olhava para as estrelas brilhando lá no alto.

Sandy estava animada para mais um dia de exploração. Ela colocou seu capacete, prendeu o cinto e apertou alguns botões no painel da nave. A nave começou a emitir um som leve e a brilhar suavemente, como se estivesse ansiosa para levantar voo.

Ela voou ao redor de Aurora Estrelar, observando as montanhas de cristal, os rios de água cintilante e os animais que pareciam feitos de luz. Cada cantinho do planeta era diferente e fascinante, e Sandy amava ver tudo de perto. Mas, mesmo assim, algo dentro dela dizia que havia muito mais para ver além de Aurora Estrelar. Ela sonhava em descobrir o que existia em outros planetas, em outras galáxias, além do que seus olhos já conheciam.

— Um dia, vou descobrir tudo o que existe no universo! — disse ela, com os olhos brilhando.

As estrelas que Sandy observava eram para ela como portas para outros mundos. Ela imaginava que cada uma delas guardava um planeta com pessoas, animais e mistérios a serem descobertos. Às vezes, ela ficava horas olhando para o céu, sonhando em visitar todos esses lugares mágicos.

Sandy tinha amigos em Aurora Estrelar, e eles também gostavam de explorar. Tinham o Max, um robô com um corpo redondo e três rodinhas que sempre fazia Sandy rir com suas piadas engraçadas. E tinha a Lili, uma andróide que adorava brincar de esconde-esconde entre as árvores de cristal. Mas, apesar das brincadeiras, nenhum deles era tão curioso quanto Sandy. Eles até a chamavam de "A Menina dos Chips Brilhantes" porque, além dos seus circuitos, sua curiosidade brilhava como uma luz que nunca apagava.

— Você vai acabar viajando para outro planeta, Sandy! — brincava Lili, rindo.

— E quem sabe? Talvez um dia eu realmente vá! — respondia Sandy, piscando um de seus olhos que cintilavam como uma estrela.

Era numa dessas brincadeiras que Sandy teve uma ideia. E se ela realmente pudesse ir além de Aurora Estrelar? E se ela pudesse visitar outros mundos? Ela estava tão animada com a ideia que começou a pensar em como poderia ajustar sua nave para viajar para muito longe. Decidida, ela passou horas na oficina, trabalhando com seus chips e circuitos, colocando novas peças e apertando cada parafuso com muito cuidado.

Finalmente, depois de muitos dias e noites, a nave de Sandy estava pronta para uma nova aventura. Ela mal podia esperar para testá-la e ver até onde conseguiria chegar.

— Pronto, nave! Estamos prontas para uma grande aventura! — disse ela, dando um último aperto no cinto e segurando firme nos controles.

Ela decolou com um grande sorriso no rosto e o coração cheio de expectativa. Subiu cada vez mais alto, passando pelas árvores de cristal e pelos rios de luz de Aurora Estrelar, até chegar ao céu onde as estrelas brilhavam. Ela foi voando devagar, ajustando os controles e testando todos os sistemas da nave. Mas Sandy não sabia que algo muito especial estava prestes a acontecer.

Enquanto ela voava, notou uma estrela diferente. Ela parecia mais brilhante e estava um pouco tremida, como se chamasse por Sandy. Curiosa como sempre, Sandy resolveu se aproximar. Mas quando chegou perto, algo estranho aconteceu. A estrela começou a crescer e a brilhar cada vez mais forte, até se transformar em um buraco escuro e redondo que parecia puxar tudo ao seu redor.

— O que é isso? — exclamou Sandy, surpresa.

Ela tentou desviar, mas a nave foi sugada pelo buraco, girando e girando até Sandy perder o controle. As estrelas ao seu redor começaram a passar tão rápido que ela mal conseguia enxergar. Ela tentou apertar os botões de emergência, mas nada parecia funcionar.

— Socorro! — gritou ela, enquanto a nave continuava sendo puxada pelo buraco.

Sandy sentiu um frio na barriga e segurou firme nos controles. Ela nunca havia sentido tanto medo antes, mas também sentia uma pontinha de excitação. Será que o buraco a levaria para um lugar novo e misterioso?

De repente, com um grande ZOOM!, Sandy e sua nave foram arremessadas para fora do buraco. Ela fechou os olhos com força e, quando abriu, percebeu que estava em um lugar muito diferente de Aurora Estrelar. Não havia mais árvores de cristal nem céu colorido. Em vez disso, o céu era de um azul profundo, e ela via algumas nuvens brancas flutuando.

— Onde estou? — perguntou Sandy, ainda um pouco tonta.

A nave caiu suavemente em um lugar que parecia um parque. Ela observou ao redor e viu que havia crianças brincando em balanços, correndo e se divertindo. Elas pararam de brincar e olharam para Sandy com olhos arregalados. Para elas, Sandy parecia uma menina de outro mundo, com suas roupas prateadas e seu cabelo azul-elétrico.

— Quem é você? — perguntou uma das crianças, se aproximando devagar.

Sandy olhou para eles e, de repente, percebeu que estava em um planeta desconhecido, cheio de pessoas que pareciam muito diferentes de qualquer coisa que ela já havia visto. Sem saber o que dizer, ela sorriu e fez uma reverência, tentando parecer amigável.

— Olá, meu nome é Sandy! Eu sou de Aurora Estrelar, e... acho que acabei de fazer uma aterrissagem acidental aqui! — respondeu ela, ainda um pouco confusa.

As crianças se entreolharam, sem entender direito o que Sandy queria dizer com "Aurora Estrelar". Mas, mesmo sem entender, uma das crianças sorriu para Sandy e perguntou:

— Quer brincar com a gente?

Sandy não podia acreditar. Ela tinha acabado de chegar a um lugar totalmente novo, com pessoas diferentes, e a primeira coisa que elas faziam era convidá-la para brincar! Ela se sentiu muito bem-vinda e sorriu, aceitando o convite. Juntas, começaram a brincar e a dar risadas, e Sandy percebeu que, mesmo sendo de um planeta diferente, ela podia fazer novos amigos.

Mas, enquanto brincava, Sandy olhou para o céu e sentiu uma pontinha de saudade de Aurora Estrelar. Mesmo com todas as novidades e as amizades que estava fazendo, ela sabia que um dia precisaria voltar para casa. Por enquanto, no entanto, estava feliz por estar ali, aprendendo coisas novas e descobrindo o que significava ser uma garota especial, feita de chips e circuitos, mas com um coração cheio de curiosidade e coragem.

Chip GirlOnde histórias criam vida. Descubra agora