Elas chegaram no aeroporto bem cedo, quase que no final da madrugada, para conseguir uma passagem de volta para o Brasil.
Antes disso, elas deixaram o carro na casa dos pais de Carol e com uma mensagem no celular, elas chamaram um táxi para o aeroporto.
"Eu e Natália estamos voltando para o Brasil. Uma pena que as férias não tenham saído conforme o planejado, mas fiquei feliz em reencontrar você e a Manu. Espero que um dia possam nos visitar e ficaremos muito felizes em recebê-las em nossa casa. Em breve enviaremos o convite do nosso casamento para vocês duas."
-Temos um voo para o Brasil que vai sair daqui três horas, mas o único acento disponível vai ser na primeira classe. - A moça informou verificando em seu computador. Para ajudar, ela era brasileira.
-Ótimo, é nesse que iremos. - Natália logo disse abrindo a sua bolsa para pegar a carteira.
Não que ela tivesse cogitado em ir de classe econômica.
Ela recebeu uma grande herança dos seus pais assim que eles faleceram e a empresa de sua família continua dando muito certo. Pedro quem cuida do negócio e cada vez mais esse dinheiro se multiplica, no qual por direito ela tem parte. Fora o seu estúdio.
E isso foi um grande problema no começo do relacionamento delas, Natália sempre chegava com presentes caros e queria sempre pagar a conta, e Carol não gostava muito de usar o seu dinheiro, mesmo sabendo que ela é rica e podia pagar por tudo.
-Deixa eu te ajudar, amor. - Abriu a bolsa também mas ela logo impediu.
-Não, de jeito nenhum.
-Eu não quero gastar todo o seu dinheiro, Natália. - Continuou insistindo e pegando o cartão. Como se elas já não tivessem tido aquela briga um milhão de vezes durante esses anos de relacionamento.
-Nosso dinheiro, o que é meu é seu. - Ela logo corrigiu. - E eu vou pagar. - Estendeu o cartão em direção a moça também que olhava as duas confusas sem saber qual cartão pegar. - Aqui, pode pegar o meu, por favor.
-Natália! - Carol exclamou.
-Olha, eu já vi gente brigando porque não quer pagar, agora porque querem, essa e nova para mim. - Ela deu um sorriso gentil e pegou o cartão de Natália. - Como eu sinto falta do Brasil.
-E você é de onde? - Carol perguntou simpática. Ela sabia que perderia a guerra para ver quem pagava.
-Sou do Recife. - Ela disse sorrindo. - E vocês, pelo sotaque, Rio de Janeiro.
-Exatamente. - Natália disse.
-O chiado não nega. - Brincou tirando uma risada delas. - Os documentos e o passaporte, por favor.
Elas entregaram todos os documentos certinhos e fizeram todos os tramites necessários.
-Agora sim vamos fazer uma viagem tranquila, meu bem. - Natália disse dando mais uma mordida no seu pão de queijo. - Estou fazendo meu ritual.
-Você fala como se eu tivesse te amarrado na cama aquele dia, sendo que foi você quem me seduziu naquela manhã. - Carol disse dando um gole no seu café preto.
-Se tivesse a visão que eu tenho de você deitada ao meu lado na cama só de robe, você entenderia o que eu estou falando. - Natália tentou se defender. - A culpa não é minha se você é tão gostosa.
-Natália! - Carol sentiu suas bochechas ficarem vermelhas com o elogio da noiva.
-O que?! É verdade! - Ela deu de ombros mastigando mais o seu delicioso pão de queijo.
Carol sorriu de lado e voltou a olhar para a televisão da lanchonete em que elas estavam enquanto esperavam o horário do voo.
Natália notou que o olhar de Carol parecia um pouco longe e seu semblante estava caído. Ela sabia bem o motivo. E esse motivo tinha nome e sobrenome.

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Férias - Narol
RomansaOs planos para as férias de Natália com a sua namorada mudam quando a faculdade de Kingston, no Canadá, quer homenageá-la pela sua última pesquisa na qual Ana Carolina ganhou muitos prêmios e se destacou pelos resultados positivos. Isso leva a fotóg...