365 Days

037|Ashley.

Novosibirsk
06/06/2010.

O encaro com um certo espanto, minhas mãos seguravam firmemente à lâmina afiada.. O mesmo sorria de uma forma macabra enquanto balançava a cabeça positivamente, para mim feri-la.

Eu me encontrava em total desespero, eu não estava preparada para machucar alguém, principalmente quando é um inocente. Como petrov pode ser tão terrível em suas ações, e modo de pensar..?

Balanço minha cabeça negativamente, me negando totalmente a realizar aquela ação. Jamais a machucaria..! Não sou como ele.

__N-não posso fazer isso, eu não consigo..!!—digo com nervosismo deixando a lâmina cair desastrosamente sobre o chão.

O velho bufou em decepção, abriu a porta do banheiro e se retirou batendo os pés sobre o chão de madeira velha, fazendo um barulho nenhum pouco agradável.

Levo minha atenção a garota a minha frente, que se encontrava na mesma posição. Sua aparência era algo que chamava a atenção, cabelos lisos escorridos do tom mais claro possível.. havia piercings em seus mamilos, junto da joia que se encontrava em seus lábios finos e delicados. Ela parecia ser bem mais jovem que eu, eu lhe daria uns quinze anos!

Deixo de notar sua situação, a deixo de canto e avanço em minhas atividades de limpeza.

A primeira coisa a ser feita foi a limpeza da banheira, eu podia sentir o cheiro desagradável de longe! Havia tantas quantidades de preservativo que tive que usar o desentupidor para retirar os que haviam ido de ralo abaixo, oque me tirou muito esforço e energia.

Após, removi as garrafas e cinzas de cigarro descartadas sobre o chão, as jogando no enorme saco de lixo. Talvez eu tenha exagerado no tamanho da sacola, mas por um lado tem sido útil.

Quando tudo já estava organizado, vejo a menina que agora estava deitada sobre a banheira levantar atordoada, havia confusão em sua cabeça pela forma que encarava-me. A vejo semicerrar os olhos e derramar-se em lágrimas quentes, a garota em prantos cobria seu corpo despido, envergonhada pela situação em que se encontrava.

Não a dirijo nenhuma frase, sequer. Apenas a deixei sozinha com suas milhares gotas de lágrimas.

Eu não interromperia, era necessário chorar.

Já havia se passado horas, a mais nova estava deitada em meu colo enquanto eu trançava seus enormes cabelos.

Ela me explicou detalhadamente o por que de ter feito atos com o meu pai, disse ter problemas em casa e que precisava urgentemente de dinheiro para entregar ao seu tio embriagado; que a obrigava constantemente a se prostituir para comprar bebidas para ele. Os seus pais morrerem em um acidente de carro, que resultou em ter que morar com o seu tio, o único em que tinha contato.

Ashley chorava baixinho enquanto abraçava o seu próprio corpo, atrás de alguma forma de se manter aquecida.
Estava tendo uma forte ventania, chegava a fazer fortes barulhos contra a janela velha.

Seguro sua trança com uma mão enquanto puxo a coberta para cobri-la, a loira agarrou a coberta com as mãos trêmulas, e em seguida encarou-me soltando um lindo sorriso de agradecimento em meio às lágrimas.

Retribui o sorriso, novamente voltando minha atenção à linda trança que eu realizava.

Ouço passos altos e pesados se aproximando do quarto em que nos encontrávamos, a porta havia sido aberta de uma forma brusca e rápida revelando ser petrov.

__oque essa garota ainda faz aqui?.. - questionou dando um trago em seu cigarro.

Seu tom estava suave, oque era totalmente estranho. Oque o deixou desta forma?..

Mordo os lábios levemente pensando em minha resposta, meus pensamentos estavam à mil. Sinto um medo excessivo dele tocá-la novamente. É apenas uma "criança, não merece passar por isto outra vez..

__Ela ficará conosco. - Falo em um tom firme, sinto que devo fazer algo por está menina..

__Como pode ter tanta certeza que ela ficará? Eu afirmei em deixá-la ficar? - cruzou os braços jogando as cinzas de seu cigarro apagasse sobre a madeira oca.

Balanço a cabeça negativamente, olhando para a garota apertar ainda mais a coberta.

__Eu posso trabalhar para alimentá-la.. apenas deixe que ela possa ficar, eu imploro!.. - Falo o vendo o mesmo sair pela porta e ignorar oque eu dizia.

Largo a trança ainda na metade e me levanto com cuidado, caminho rapidamente o impedindo de continuar a avançar.

__Eu imploro, p-pai. - Gaguejo ao chamá-lo de pai, mas pude ver o brilho em seus olhos. Talvez impressionado por ter ouvido isto sair de minha boca.

__Às oito ainda terá de chegar em casa, se fugir eu mato a garota. - diz, em seguida dando as costas.

Há uma esperança para nós, fico com o coração esperançoso pela vitória de nós encontrar com a paz.

Lindas, A aparência da Ashley é assim: