365 Days

036|Feridas que não se curam.

Novosibirsk
05/06/2010.

Sábado. Para alguns, A melhor parte da semana. Mas para mim, A mesma coisa de sempre.

Talvez passar pano está sendo a minha atividade predileta, ainda não gosto muito de lavar os pratos. Apenas de pensar em enfiar minhas belíssimas mãos dentro da pia cheia de restos nojentos de comida me causa um mal estar. Totalmente nojento.

Ultimamente venho a sentir enjoos frequentes, está sendo exaustivo levantar em meio a madrugada para vomitar. Cada vez estou mais desgastada, meu corpo violado e ferido está mais magro que antes, meus seios diminuíram e meus glúteos a mesma coisa.

Penso em fazer exercícios para ganhar novamente meu corpo malhado, mas estou totalmente indisposta. Fraca, fútil.

Ainda sinto suas mãos encostando em meu corpo, suas palavras horríveis ditas e referidas à mim. Sinto um leve sentimento de culpa por ter sido tão teimosa, neste momento eu poderia estar ao lado do cara que mais amo.

Por que sou assim?
Por que quero tentar ser algo que não posso ser?
Por que sou como uma pedra no sapato de todos?
Por que eu sinto que mereço todo esse sofrimento?
Por que esse sentimento terrível não sai da minha presença?
Por que.

Talvez eu devesse morrer, está é a melhor solução para achar a paz eterna.

Cancún

__Estou grávida. -Falou cabisbaixa, havia um tom de tristeza em sua voz.

Apenas olhei para sua feição, me levantei da poltrona e me retirei do cômodo.

Havia uma enorme frustração dentro de mim, O meu maior sonho se tornou meu maior pesadelo.

Não deveria ser ela.

Cancún|Mandala Nightclub.

__A lilith ficaria chateada se soubesse que foi trocada. -digo com certa decepção.

__Lilith está morta. -colocou as mãos sobre o rosto-Você viu ela já sem vida, Por que insiste em sempre tocar no nome dela?-bufou olhando novamente para mim.

__A carta, Você sabe muito bem que ela está viva. Está apenas tentando convencer a si mesmo, que isso é algo da sua cabeça. -dou um gole em meu whisky-Se a amasse mesmo, iria atrás dela.

__Como se fosse fácil assim. Tenho outra mulher agora, Ela é a minha responsabilidade.

Tom deve sentir minha falta, não deve?

Imagino o quão louco ele deve ter ficado ao descobrir que não estou morta, ao saber que há uma chance para nosso amor.

Desde então venho a ter dúvidas paranoicas na minha cabeça, ele não deve ter se relacionado com outras mulheres. Seria estúpido da parte dele, se eu estivesse morta eu gostaria de um mínimo respeito! Pelo menos dois anos de luto.

Porra, mas eu ficaria louca se soubesse que ele "amou" outra garota que não fosse eu. Ele é meu, e eu sou dele. Isso está bem claro, não está??

__Lave o banheiro, há sangue para todos os lados. -o velho falou me tirando do transe. Enquanto limpava suas mãos ensanguentadas no pano de prato.

Assenti, larguei o cardeninho e peguei o balde que estava na porta do banheiro.

O pano de chão estava de molho na água vermelha, o cheiro metálico impregnou minhas narinas, me causando uma pequena ânsia de vomito.

Não havia muito tempo que eu havia limpado o banheiro, é a segunda vez no mesmo dia. É sempre o lugar mas nojento e complicado de limpar!

Após empurrar a porta me deparei novamente com uma cena nojenta, havia cacos de vidro e preservativo usados sobre o chão; A cortina da banheira estava molhada e pingava no carpete manchado.

Após terminar de adicionar os produtos de limpeza no balde com uma água já limpa, me levantei e puxei a cortina vendo uma garota desacordada sobre a água suja.

Toquei levemente em seu rosto, não houve nenhuma reação.

A puxei fortemente pelo braço a tirando da banheira, a joguei no chão a fazendo cair dura sobre o piso escorregadio.

A mesma continuou apagada.

Em seguida a porta abriu bruscamente, vejo petrov segurando um bisturi em suas mãos, o mesmo sorriu e me entregou a lâmina.

__você sabe bem oque deve fazer, querida.

♧Talvez eu apague a fic, não estou com tanto ânimo para postar. Tentarei me esforçar para trazer o final o quanto antes. 🐆💋