𝕬𝖈𝖔𝖓𝖙𝖊𝖈𝖊.

Mᥱ꧑᥆rιᥲ᥉

Pov's Doarda

Hoje é domingo, dois dias desde que eu beijei a Gabs no pograma. Vai rolar um churrasco aqui na casa da Sofia, e ela chamou a Gabs e o Brino pra virem, mas só a Gabs vai poder vir. Ou seja, hoje eu vou surtar! Ela ainda se ofereceu para fazer o churrasco... vou passar mal. Confesso que estou ansiosa para vê-la. Desde aquele dia, a gente ainda não se falou, e cada vez que a campainha toca, fico mais ansiosa, na esperança de que seja ela. Já tem um tempo desde a última vez que tocou, e eu continuo à sua espera.

Me levantei assim que ouvi mais um toque, e dessa vez era ela.

- Oi, Gabs - falei, sorrindo pra ela, que logo sorriu ao me ver.

- Oi, princesa - respondeu, me dando um beijo na bochecha, então dei espaço para ela passar.

- Tentei chegar mais cedo, mas peguei o maior engarrafamento de todos. Mas tô aqui - falou com aquele seu humor nerd que eu nunca deixei de amar. Aquele óculos te dava um charme que, sinceramente, eu não tinha forças pra aguentar. Minhas pernas chegam a falhar só de lembrar dela sorrindo pra mim.
Não tem problema. O pessoal foi comprar algumas coisas que estavam faltando, mas eu não estava afim de ir, então fiquei por aqui mesmo - falei, vendo ela se sentar no tapete. Sentei-me ao seu lado.

- Sinto sua falta - ouvi ela falar, me pegando de surpresa.

- Eu também sinto a sua, e não é pouco - falei, sentindo ela passar seu braço pelo meu ombro. Então, me aconcheguei em seu corpo.

- Seria muito doido dizer que, mesmo depois de todo esse tempo, quando eu vejo você longe, ainda gostaria de ter você por perto? - ela perguntou, me olhando.

- Não, porque mesmo depois de todo esse tempo, eu continuo querendo você - falei, sentindo seu olhar sobre mim, carregado de desejo e amor.

- O que a gente tinha para achar que nosso amor havia acabado? - ela falou, fazendo carinho no meu cabelo.

- Não sei. Mas eu tenho certeza que isso está errado. Pelo menos agora eu tenho - falei, olhando para ela. Logo, ela se aproximou, e estávamos prestes a nos beijar, mas a luz da casa da Sofia apagou junto com o resto do prédio, o que nos fez afastar e eu ouvi sua risada baixa. Ela logo pegou o celular, ligando a lanterna.

- Não é tão romântico quanto a luz de velas, mas pelo menos no escuro a gente não fica - ela falou, me fazendo rir.

Ficamos em silêncio até ela falar:

- Se eu te chamasse para jantar comigo e depois assistir a filmes, como sempre fazíamos, você aceitaria?

- Depende. Vai me deixar escolher o filme? - falei, vendo ela revirar os olhos.

- Deixo. Mas saiba que meus filmes são melhores do que os seus - falou com um tom de humor.

- Sim, filmes nerds, que nem você. Realmente, só você entende - falei, rindo.

- Qual é! Você disse que tinha gostado de assistir ao filme do Homem-Aranha no nosso primeiro encontro - falou com um pouco de drama.

- Eu gostei, realmente, porque você sabia explicar toda a ciência. Ver você me explicando era fofo - falei, apertando sua bochecha.

- Não vou mais escolher filmes para ver com você, então - falou, fingindo estar chateada.

- Ah, larga de drama! - falei, dando um pequeno tapa em seu braço.

- Você gosta, não gosta? - falou, se aproximando de mim e roubando um selinho.

- Eu sou da época que você não tinha coragem de fazer isso - falei, surpresa.

- Os tempos mudaram, gata - ela falou, me beijando mais uma vez. Dessa vez, eu retribuí, e foi questão de segundos para eu estar em seu colo. O beijo estava bom o suficiente para que não percebêssemos que a luz havia voltado.

Depois que nos afastamos do beijo, ficamos abraçadas, aproveitando a companhia uma da outra. Eu gostava de estar em seus braços mais uma vez. Sentia falta de momentos como esses. Ter ela ali, me amando, me abraçando, me beijando e, principalmente, me deixando segura, fazia com que eu nunca quisesse sair dali.

A luz caiu mais uma vez, e dessa vez, um barulho de chuva e trovões foram ouvidos, fazendo eu e a Gabs nos olharmos. Logo, meu telefone tocou; era a Sofia, dizendo que teríamos que adiar o churrasco, pois eles estavam no engarrafamento por causa da chuva. Então, eu e a Gabs ficamos abraçadas em silêncio até que ela pegou no sono.

Ter alguém como ela em minha vida foi difícil no início, pelas nossas diferenças. Quando eu a perdi, percebi que não vivia mais sem ela. Eu queria que nunca tivéssemos achado que nosso amor havia acabado. Deitar na cama e lembrar de nós duas no carro, nos embolando daquele jeito e nos entregando uma para a outra com a música que tocava no rádio, me doía. Mas o que mais me machucava foi a forma como lidamos com isso, virando as costas uma para a outra e dizendo que havia chegado ao fim.

Eu queria que esse dia nunca tivesse existido, porque, quando amamos alguém de verdade, o amor nunca chega ao fim. Mas, no fim, sempre acontece.
A saudade apertou, e eu lembrei que já fomos amor e que nossas transas no carro eram mais do que transas; eram toques de amor. Eu me entreguei ao seu toque e a deixei partir. Só fiz te ligar durante várias noites para tê-la de volta, nem que fosse por uma hora. As recaídas já estavam se tornando normais. Nunca havia acabado; eu sempre a amei e passei noites em claro pensando na gente. Eu pensava em várias formas de saciar essa dor de solidão, mas o que eu não sabia é que só ela poderia curar isso.

Eu me permiti te amar como um idiota ama, sem medo de me entregar em nenhum momento, mesmo sabendo que seria difícil. E ela não desistiu de mim, mas me viu desistindo dela, pedindo socorro por várias noites. E em todas as noites, ela estava lá, estava lá para me proteger e amar. Eu só achei isso em seus braços.

E estar nos seus braços mais uma vez me faz querer não desistir mais nem uma vez e enfrentar tudo ao seu lado, porque eu a amo e eu não vou deixar isso acontecer mais uma vez.

Eu estava pronta para me ver te amando mais uma vez e ser sua durante uma vida toda; eu só não sabia se você estava pronta para me ter de volta.

Foi isso, galera! Por hoje é só. Curtam e comentem. Até a próxima! Provavelmente, esse capítulo vai ser apagado para ajustes.