Após os eventos devastadores da Dança dos Dragões, Aegon II Targaryen, o Usurpador consumido pelo arrependimento e pela culpa, decide tirar sua própria vida com um cálice de vinho envenenado. No entanto, ao invés de encontrar a morte, Aegon acorda n...
Aegon afastou-se do burburinho do festival, despedindo-se de Jacaerys com um aceno tímido. Caminhou lentamente até a tenda da família, sentindo o frio da tarde. Ao entrar, encontrou sua mãe sentada, os olhos contemplando as árvores próximas, cobertas por uma fina camada de neve que cintilava sob a luz do sol. Alicent segurava uma xícara de chá quente, e o vapor formava pequenos redemoinhos enquanto ela tomava um gole, o rosto sereno, mas pensativo.
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Aegon se aproximou em silêncio, sentando-se ao lado dela e deitando a cabeça em seu colo, buscando um pouco do conforto que o gesto lhe trazia.
Alicent olhou para ele e, suavemente, começou a acariciar seus cabelos. Com a voz baixa e gentil, ela perguntou "Onde você estava, Aegon?"
"Estava passeando pelo festival com Jace, mãe" respondeu Aegon, com um tom suave e quase desinteressado.
"Entendo." Alicent voltou a beber seu chá, sem mais perguntas. Porém, mesmo em silêncio, seus dedos continuavam a deslizar pelo cabelo do filho, em um carinho quase ausente, mas profundamente reconfortante.
O olhar de Aegon se perdeu do lado de fora, onde Daeron e Joffrey brincavam na neve, a risada deles ecoando como pequenos sinos. Aquele ambiente, cheio de momentos calorosos e festividades, era uma cena que parecia bela e surreal para ele. Em sua vida passada, tudo havia sido mais rígido e cheio de expectativas. Agora, ele estava ali, mas sem saber exatamente como se sentia sobre essa “nova vida” e sobre as mudanças de humor de sua mãe.
Em certos momentos, Alicent parecia distante, fria, como na vida anterior, quando tudo que ele fazia parecia insuficiente e ela o julgava. Mas, em outros, ela era uma presença amável e preocupada, quase protetora. Aegon não sabia ao certo se essa era realmente sua mãe ou uma versão dela que ainda estava tentando entender.
O som dos passos de Aemond tirou Aegon de seus pensamentos. Seu irmão mais novo, com apenas doze anos, entrou na tenda com um ar de determinação que, para alguém tão jovem, era impressionante. Sem cerimônias, Aemond se sentou em frente a Aegon e, de repente, deitou a cabeça no colo dele, replicando o gesto de conforto. Alicent observou a cena, um sorriso suave surgindo no canto dos lábios.
"Onde você estava, Aemond?" perguntou Alicent, erguendo uma sobrancelha enquanto Aemond ajeitava-se no colo do irmão.
"Estava com Lucerys" respondeu Aemond, com um brilho travesso nos olhos. Alicent suspirou e balançou a cabeça.
"Vocês dois... espero que não tenham aprontado."
"Claro que não, mãe. Vou assistir à competição agora" respondeu Aemond, com um olhar inocente que não convencia muito.
Nesse momento, Helaena, doce e com seus doze anos, chegou e sentou-se na outra cadeira ao lado da mãe, observando atentamente os flocos de neve que caiam. Alicent virou-se para ela e puxou um fio solto do vestido de sua filha, arrumando-o distraidamente enquanto as duas conversavam sobre as danças e os enfeites do festival, temas que faziam os olhos de Helaena brilharem com curiosidade e interesse.
