Capítulo 7 - Desembarque Nova York

12 2 0
                                    

Compromissos realizados com sucesso, eventos e entrevistas encerrados, tudo estava de acordo com o cronograma de David. Com tudo limpo, eles podiam ir para Nova York sem preocupações. Além disso, seguir o cronograma do raposo o deixava mais tranquilo com sua agenda. Todos os assistentes pessoais dos ouriços sabiam que David era obcecado com seu cronograma, tão obcecado que não suportava nada fora dele. Faziam o máximo para não ouvirem sermões de horas por míseros detalhes.

A família Olgivier era privilegiada por ter seus próprios transportes. Aleena seguiu o exemplo de seus pais, que tinham um avião particular. As palavras de seu pai sempre rodavam em sua cabeça: "Se nós temos condição, por que não ter esse luxo?". Durante o voo, David estava conversando com o novo guia turístico que Aleena havia contratado para seus filhos explorarem a cidade nos dias de folga. Jason era seu nome, um jovem ornitorrinco que estava animado para começar a trabalhar, mas que no momento estava confuso com as agendas dos jovens ouriços; parecia um pouco... demais para o seu gosto, com zero tempo livre.

Finalmente, quando David se ocupou com seu celular, Jason pôde analisar o que poderia fazer nos tempos "livres" dos trigêmeos. Olhou brevemente para eles, que estavam dormindo. Não era surpreendente para ele, afinal, um dos assistentes lhe contou que quase nunca paravam. Ele se assustou com o fato de um deles dizer que, para todos os membros da família Olgivier, trabalhar era como um hobby ou um esporte. Pensou consigo mesmo que iria estudar mais a fundo os gostos deles antes de levá-los aos lugares; não queria desperdiçar os únicos momentos livres em lugares que não os interessassem.

Ao chegarem ao aeroporto privado, usado por famosos e políticos, David foi o primeiro a sair para visualizar o carro. Quando disseram que aquela era a melhor empresa de transporte, não houve hesitação em contratar. Mas, ao sair, sentiu uma onda de estresse chegando. Onde estava o bendito carro? Onde estava o motorista? Não era essa empresa que tinha cinco estrelas? Ele deu um sorriso amargo olhando para o espaço vazio onde deveria estar o carro. Olhou diversas vezes para o relógio, que só mudava o ponteiro dos minutos. Os seguranças já o haviam informado que estavam em frente ao hotel; David os havia contratado para proteção e privacidade de seus clientes.

— Droga... — David murmurou com raiva. Pegou seu celular do bolso outra vez e viu a notificação do motorista chegando. — Nojento, espero que chegue em 1 minuto. — falou com os dentes cerrados, sentindo seu pelo arrepiar, ainda mais quando ouviu sua cliente bem atrás dele.

— David? Aconteceu alguma coisa? — Aleena desceu as escadas do avião e se aproximou de David. — Onde está o carro?

— Aleena, minha doce estrela! — David se virou para vê-la com um sorriso nervoso. — O carro está nas proximidades, problemas com o trânsito. — David sentiu seu olho direito tremer, mas deu um sorriso para tranquilizá-la. — Além do mais, por que esperar aqui fora? Espere lá dentro com os meninos, é um bom momento para bater um papo.

— Eu sei que sim, mas... — Aleena desviou o olhar de David, com as orelhas levemente abaixadas. — O que posso dizer?

— Aleena, já conversamos sobre isso — a voz do raposo estava calma e suave, tocando seu ombro para fazê-la olhar para ele. — Você precisa se aproximar deles, ou quanto mais eles crescem, mais ressentidos ficarão. E não podemos esquecer de Manic; o garoto ainda tem raiva do que aconteceu entre você e Jules.

— Manic... — Aleena sentiu que podia desabar ali mesmo, mas os dedos de David em seu ombro a fizeram lembrar que aquele não era o momento para lamentar.

— Vai ficar tudo bem, e...

David não conseguiu terminar sua frase, pois um de seus celulares começou a tocar, e ele não podia recusar. Pediu licença à sua cliente e se afastou, não queria que ela o ouvisse xingando o motorista. Aleena ficou no mesmo lugar, pensando se deveria arriscar entrar no avião e iniciar uma conversa com seus filhos, especialmente com seu primogênito. Mas como ela faria isso?

A fama se apaixonou pela arte (Sonadow)Onde histórias criam vida. Descubra agora