— +1 ano depois —
A rotina do escritório havia se tornado uma espécie de refúgio. O tempo passou rápido, e eu me ocupava tanto com as tarefas diárias que não sobrava espaço para pensar em qualquer outra coisa que um dia me puxou para trás.
Jason, meu chefe, era rigoroso e direto, mas também tinha uma leveza que fazia qualquer ambiente parecer mais fácil. Enquanto terminava de revisar alguns relatórios, ouvi passos se aproximando e, logo em seguida, a voz dele:
— Luana, bom dia! — Jason sorriu ao parar ao lado da minha mesa. — Só queria dizer que gostei muito do nosso encontro ontem. Espero que possamos fazer isso mais vezes, foi ótimo sair um pouco do ritmo de trabalho.
Demorei um segundo para registrar a frase. Jason não era só meu chefe; ele era uma pessoa que eu tinha aprendido a admirar com o tempo, alguém que demonstrava um equilíbrio raro entre autoridade e empatia. E, recentemente, nossa convivência extrapolou o ambiente profissional de forma discreta.
— Ah, que bom que gostou! — respondi, surpresa e meio sem jeito, tentando manter a compostura. — Acho que foi uma noite bem leve, uma pausa necessária, sabe?
— Exatamente — ele concordou. — É fácil perder isso de vista quando estamos todos concentrados no trabalho o tempo inteiro. Mas você e eu… bem, acho que a gente se entende — ele sorriu de forma sutil, o suficiente para me deixar mais desconcertada ainda.
Jason tinha um jeito intrigante, um charme discreto que mantinha as pessoas ao redor querendo estar próximas, sem que ele precisasse pedir. E talvez o que me desconcertava mais era o quanto eu estava confortável nessa proximidade que ele, mesmo sendo meu chefe.
— Então, que tal repetirmos? — ele disse, recuando um pouco para me deixar pensar. — Sem formalidades. Se você quiser, claro.
Senti meu coração acelerar, e percebi que, finalmente, uma ideia de futuro me pareceu bem possível.
— Sem problemas, é só marcar — Sorrio de leve.
— Tudo bem então — Ele pisca e se afasta.
Assim que ele sai, mando uma mensagem no grupo das meninas contando que percebi o interesse do meu chefe e pedindo dicas de como lidar com a situação. Elas respondem na hora, dizendo que eu deveria aproveitar a oportunidade e sair com ele.
[...]
Terminei meu trabalho e me preparei para ir embora. Já estava bem tarde, e todos os funcionários tinham saído. Entrei no elevador, e, quando a porta estava prestes a fechar, ouvi a voz de Jason pedindo para segurar. Ele entrou ao meu lado, e a porta se fechou.
— Noite fria, né? — ele comentou, olhando para frente.
— Um pouco — respondi, rindo levemente.
Nosso primeiro encontro foi um tanto inesperado. Jason simplesmente chegou na minha mesa um dia, mencionou um restaurante novo e me convidou para ir com ele. Fiquei receosa, já que ele é meu chefe, mas acabei aceitando.
Jason é um homem charmoso. Alto, sempre vestindo roupas sociais, barba bem feita, e aquele relógio elegante que ele nunca tira, dando a ele o ar típico de um empresário seguro de si.
— Acho que podemos escolher um lugar mais animado dessa vez, o que acha? — ele sugeriu com um sorriso.
— Ah, por mim, ótimo — retribuí o sorriso.
— Que tipo de música você gosta? — perguntou ele.
— Gosto de tudo um pouco, mas sou bem fã de rock — respondi.
Ele sorriu, surpreso.
— Que coincidência! Vai ter um show do Metallica aqui na cidade.
— Não acredito! — meus olhos brilharam de empolgação.
— Se você quiser, podemos ir juntos — ele sugeriu.
— Com certeza! Não perderia essa chance — respondi, animada com a ideia.
— Ótima ideia para um encontro, não é? — ele comentou com um sorriso.
— Com certeza, você acertou em cheio — respondi, retribuindo o sorriso.
Quando a porta do elevador abriu completamente, saí e Jason me acompanhou. Ao deixarmos o prédio, senti o vento frio batendo contra meu corpo.
— Você tem como ir embora? — ele perguntou.
— Eu ia pegar um ônibus — respondi.
— Nem pensar, eu te levo pra casa — ele diz.
— Não quero incomodar — falei, hesitante.
— Nada disso, me deixa ser um cavalheiro — ele riu, e eu acabei concordando.
Seguimos para o luxuoso carro dele, e indiquei o caminho para minha casa. Durante o trajeto, conversamos sobre praticamente tudo. Fazia tempo que eu não me sentia tão à vontade para falar abertamente, sabendo que alguém estava ali, ouvindo com atenção.
[...]
— Chegamos, senhorita — ele disse ao estacionar.
— Muito obrigada pela carona, mesmo — agradeci.
— Imagina, foi um prazer — ele respondeu.
— E olha, não se sinta pressionada, tá? Só estamos saindo para nos divertir, não vou pedir sua mão em casamento de repente — ele brincou, mas parecia preocupado.
— Pode ficar tranquilo, chefe. Já te conheço — respondi com um riso leve.
— Você me conhece como chefe, mas adoraria que começasse a conhecer o Jason, fora daquela empresa — ele disse, me olhando nos olhos.
— Estamos no caminho certo para isso — sorri de volta.
— É muito bom conversar com você, Martínez — ele comentou.
— Digo o mesmo, você é uma ótima companhia — respondi, e ele riu.
— Já tenho seu telefone. Assim que estiver tudo certo para o show, te aviso — ele disse, e eu assenti.
— Bom descanso, “patrão” — brinquei.
— Jason, por favor. E bom descanso também, Luana — ele respondeu, e sorri em agradecimento.
Saí do carro e entrei em casa. Encostei na porta, sentindo o silêncio tomar conta. Meu coração batia rápido, como há muito tempo não acontecia. Quando foi que comecei a me sentir assim, como uma adolescente de novo?
Aquela sensação boa, quase esquecida, me trouxe um alívio e uma alegria inesperados. Era como redescobrir o bem-estar que vem de saber que alguém realmente se importa com o que você diz e compartilha suas histórias. Talvez isso seja um sinal do rumo que minha vida está começando a tomar — e eu mal posso esperar para ver onde vai dar.
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𝚁𝚄𝙿𝚃𝚄𝚁𝙰 | 𝗝𝗼𝗻𝗮𝘁𝗵𝗮𝗻 𝗖𝗮𝗹𝗹𝗲𝗿𝗶
Fanfiction"O casamento às vezes não é o conto de fadas que imaginamos, não é? Com Jonathan Calleri e Luana Martínez não foi diferente: o relacionamento esfriou aos poucos e o encanto foi desaparecendo." [+16]