05 - Crise adolescente

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Jungwon estava em uma crise adolescente. Afinal, nada mais era que um adolescente, acima de todos seus problemas. Era frustrante, cansativo e todas as opções disponíveis; 

Tentava aprender coisas de adolescente ou entender as estranhezas daquela fase que passava. Tipo ele estava tentando entender porque suas bochechas estavam corando tão facilmente.

 Era desconcertante sentir aquilo e sentir que seu  coração acelerava sutilmente mais do que deveria e era considerado normal para a idade dele. Podia constatar que estava infartando, mas sabia que nem passava perto. Tão novo... Seria horrível pensar tal coisa. Um castigo, maldição.

Mas não era nada crucial assim, nada que o levasse à morte, bem, era constatado. Certamente o mais novo passava pela terrível fase da adolescência: O florescimento de emoções mais profundas. Tal como, atrações além dos famosos que acompanhava. Um laudo perigosíssimo.

Conversar com alguém sobre isso era fora de cogitação total, por mais que conselhos fossem bons. Mas sabia que não conseguiria, ele já tentou e rapidamente seu cérebro o fez mudar de assunto, então naquela manhã durante o café ele tentou conversar sobre de novo, mas estava tão atrasado e se sentiu tão desconcertado que adiou aquilo mais uma vez.  Ele ia sobreviver mais um dia, não era nada, ele na verdade, na mais profana verdade… Só queria um choque de realidade, que alguém pegasse e falasse com todas as palavras, letra por letra que ele estava gostando de alguém.

Laranjeiras sem duvida era o pior lugar pra ser um adolescente em paz, não tinha festas — não que ele fosse — o shopping era muito longe, todo mundo parecia isolado mo próprio mundo, e os dias pareciam enormes, e o clima era estranho, essas coisas nunca incomodaram Jungwon, mas naquele dia... Jungwon estava em um digníssimo dia ruim e tudo ao redor estava incomodando ele. Ele sentia um nó apertado no peito enquanto caminhava pelo campus, os passos quase automáticos. Estava tão perdido em seus pensamentos que o som dos burburinhos dos outros estudantes alvoroçados que já foram liberados, ao seu redor parecia abafado, distante, assim como sua mente desligando.

 A escola, naquele dia, tinha sido um labirinto de frustrações — A álgebra se recusava a fazer sentido em sua mente e não podia fazer dupla para o trabalho, as piadas dos colegas que atingiam como pequenas farpas, e aquela sensação constante de não se encaixar, não que ele tentasse de verdade agora, vivia no seu mundinho isolado, com as suas emoções tão confusas e tão intensas naquela manhã , quanto o outono que cercava o bairro, trazendo uma tarde ensolarada e no fim da noite, um frio com ventos congelantes. Sério, ele quase estourou um ventilador em certa aula e por um momento ele queria que ele tivesse estourado.

Quando chegou na esquina da rua, onde sempre encontrava Jay para companhia da volta, na mesma hora de todo dia, como se tivessem um cronômetro.  Algo familiar e reconfortante o puxou para fora de sua nuvem de pensamentos, o sorriso de Jay. Ele estava lá, despreocupado e se bobiasse nem ligando que as notas do boletim saia hoje, como sempre Jay tinha um sorriso tranquilo, o mesmo que aqueceu o coração de Jungwon e acelerou de uma maneira que ele ainda não entendia completamente.

— Oi, Jungwon — Jay o cumprimentou, a voz suave como uma brisa que te aconchega em um suave dia caloroso e Jungwon acenou se aproximando mais para o acompanhar.

— Oi — respondeu, esforçando-se para sorrir de volta, mas o peso do dia ainda pairava sobre si e não estava muito bom para disfarçar isso, mesmo que estivesse mais suave, ainda sentia um pouco do dia cansativo, pesando seu corpo, parecia sem energia.

Caminhavam lado a lado como de costume, todos os dias, daquele longo mês; O silêncio entre eles não era desconfortável, mas carregava algo mais. Algo que Jungwon não conseguia identificar, seu coração agora estava acelerado. Eles andavam próximos, próximos demais, diferente dos outros dias normais e Jay o observava de relance, percebendo a tensão nos ombros do amigo.

Menino Estranho - jaywon Onde histórias criam vida. Descubra agora