Acordei com a luz do sol entrando pelo meu quarto, iluminando as paredes com um tom suave. Espreguicei-me, tentando afastar a sonolência que ainda pesava sobre mim. Levantei da cama, calcei meu chinelo e fui até o banheiro. Lavei o rosto, escovei os dentes e fiz a minha higiene pessoal com um automático ritual que sempre parecia me acalmar.
Depois de me arrumar, desci as escadas e o cheiro do café fresco começou a invadir minhas narinas. Meus pais e meus avós já estavam na mesa, conversando em um tom baixo. O ambiente estava um pouco tenso, e eu podia sentir isso no ar. A noite passada ainda pairava em minha mente. A notícia da mudança para o campo havia me pegado de surpresa; eu não estava certa se estava pronta para deixar tudo para trás.
-Bom dia - disse eu, tentando sorrir, mesmo que a incerteza estivesse presente. Meus pais retribuíram o cumprimento, mas os olhos da minha avó estavam um pouco cansados. -Como você está se sentindo?- perguntou meu pai, com um olhar preocupado.
-Eu... estou bem a - respondi, hesitando. -Só... pensando em tudo isso.-
Minha avó sorriu de forma suave. - Eu sei que é difícil, querida. Mas no campo, eu poderei respirar melhor. Precisamos fazer isso por mim.- Suas palavras me tocaram. Eu sabia que a saúde dela era prioridade, mas a ideia de deixar minha cidade, meus amigos e tudo o que eu conhecia me deixava um nó na garganta.
-Eu vou sentir falta de tudo - murmurei, olhando para a xícara de café à minha frente.
-Eu também, mas podemos visitar e trazer um pouco da cidade para o campo - disse meu pai, tentando aliviar a tensão.
-Sim, e vocês vão se surpreender com o que o campo tem a oferecer - acrescentou minha mãe, com um otimismo cauteloso.
Conforme o café ia esfriando, a conversa se desenrolava lentamente, como se todos estivéssemos tentando encontrar um jeito de lidar com a mudança. Olhei nos olhos da minha avó e vi um brilho de esperança. Talvez, no fundo, essa mudança fosse realmente o melhor para ela. Eu ainda não estava completamente convencida, mas decidi que tentaria. No final das contas, família é o que importa.
Depois de tomar meu café da manhã, estava na cozinha, ajudando minha mãe a organizar algumas coisas. O cheiro do pão fresco preenchia o ar, mas uma sensação de ansiedade me acompanhava. Enquanto mexia em uma tigela de massa, não consegui segurar a curiosidade e perguntei:
-Mãe, para onde exatamente estamos indo? Qual é o nome do lugar?
Ela parou por um momento, olhando para mim com um sorriso que revelava um misto de entusiasmo e nostalgia.
-Vamos para um lugar chamado Avonlea!
Avonlea? O nome soava misterioso e, de repente, meu coração começou a palpitar de curiosidade.
-Avonlea? O que tem de tão especial lá?
Ela se aproximou, sentando-se na borda da mesa, os olhos brilhando.
-Ah, querida, Avonlea é um lugar mágico! É uma cidade pequena, rodeada por campos verdes e flores silvestres. Você vai adorar as trilhas para caminhadas e os piqueniques à beira do lago.
-Lago? Sério? - perguntei, começando a me imaginar explorando aquele lugar.
-Sim! E no verão, você pode nadar e até fazer passeios de barco. As pessoas lá são super acolhedoras; todos se conhecem e se ajudam. Você vai fazer novos amigos rapidinho!
-E quanto à escola? Vou ter que me adaptar a tudo isso de novo? - eu disse, um pouco apreensiva.
-A escola em Avonlea é bem menor do que aqui, mas isso significa que você terá mais oportunidades de se destacar. E, quem sabe, você pode até criar um clube de leitura ou algo assim! Você sempre adorou livros.
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AMORES A PARTE
FanfictionAo ter que se mudar de cidade por conta da doença da avó, Amelie passa por grandes aventuras descobrindo coisas novas e sentimentos novos. O que ela não sabe é que essa mudança vai trazer coisa do seu passado a tona, coisas essas que nem mesmo ela s...