Capítulo 1

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HIPÓTESE: Quando me for dada a possibilidade de escolher entre A (uma situação ligeiramente incômoda) e B (um pandemônio de grandes proporções com consequências desastrosas), eu vou acabar, inevitavelmente, optando por B

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HIPÓTESE: Quando me for dada a possibilidade de escolher entre A (uma situação ligeiramente incômoda) e B (um pandemônio de grandes proporções com consequências desastrosas), eu vou acabar, inevitavelmente, optando por B.

Dois anos e onze meses depois

Em defesa de Jennie, o homem não parecia se importar tanto com o beijo.

Sim, ele levou um momento para se acostumar – o que era perfeitamente compreensível, dadas as circunstâncias repentinas. Foi um minuto constrangedor, desconfortável e um tanto doloroso, no qual Jennie ao mesmo tempo pressionava os lábios contra os dele e ficava na ponta dos pés para manter a boca na mesma altura do seu rosto. Esse cara precisava ser tão alto?

Aquele beijo estava parecendo uma cabeçada meio desengonçada, e ela foi ficando ansiosa, achando que não ia conseguir levar a coisa toda adiante. Sua amiga Jisoo, que Jen tinha visto se aproximando havia alguns segundos, ia olhar aquilo e saber na mesma hora que não tinha a menor chance de Jennie e o Cara do Beijo estarem no meio de um encontro romântico.

Mas então o momento angustiante passou e o beijo ficou... diferente. O homem inspirou fundo e inclinou de leve a cabeça, fazendo com que Jennie deixasse de parecer um mico escalando um baobá. As mãos dele – que eram grandes e quentinhas no ar-condicionado do corredor – abraçaram a cintura dela. Elas se moveram mais alguns centímetros para cima, puxando Jennie para mais perto. Nem muito grudado, nem muito longe.

Na medida certa.

Estava mais para um selinho prolongado do que qualquer outra coisa, mas era gostoso, e naqueles poucos segundos Jennie se esqueceu de muitas coisas, inclusive do fato de estar atracada a um homem desconhecido e aleatório. Esqueceu que mal tivera tempo de sussurrar "Posso te beijar?" antes de grudar os lábios nos dele. E apagou da mente a razão que a levara a dar aquele showzinho – a esperança de enganar Anh, sua melhor amiga.

Um beijo dos bons é mesmo capaz disso: fazer uma garota se esquecer de si mesma por um tempo. Jennie já estava se aninhando naquele peito largo e firme. As mãos dela passeavam do queixo definido até os cabelos surpreendentemente fartos e macios e, então... então ela ouviu a si mesma suspirando, como se já estivesse sem fôlego, e foi aí que se deu conta, como se uma pedra tivesse caído em sua cabeça. Não. Não.

Não, não. Não.

Ela não deveria estar curtindo. Era um cara aleatório e tudo o mais.

Jennie teve um sobressalto e se afastou dele, olhando em volta desesperadamente, à procura de Jisoo. Sob o brilho azulado das onze da noite no corredor do laboratório de biologia, não havia nem sinal da amiga. Estranho. Jen tinha certeza de tê-la visto alguns segundos antes.

O Cara do Beijo, por outro lado, estava parado bem na frente dela, a boca entreaberta, o peito subindo e descendo e um brilho estranho nos olhos, e foi então que ela percebeu a enormidade do que tinha acabado de fazer. Ou de quem ela tinha acabado de beijar...

A Hipótese do Amor - TaennieOnde histórias criam vida. Descubra agora