-4-Ondas Sonoras

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Por 2 semanas, deixei que Pheem voltasse para casa com o Tio Lerm. Normalmente, eu esperava por ela para voltarmos juntas para casa depois da escola desde o 10º ano, e assim tinha sido por um ano. Uma coisa que ela nunca soube era que...

Eu tinha que alinhar meu tempo para ela. Pheem sempre tinha algumas atividades depois da escola, como aulas de tutoria com a Little Misses Gang ou prática de dulcimer na casa de música tailandesa...

Eu... que nunca tive aula de tutoria, praticava basquete ou jogava pétanque com os professores mais velhos, ou Pock, antes de ser hora de esperar pela garotinha no portão da escola. Pheem apenas pensava que eu tinha prática de basquete todos os dias.

Uma vez que eu consegui voltar para casa sozinha, foi muito mais fácil do que ter que esperar na escola até a noite como antes. No começo, poderia ser difícil inventar desculpas para negar a Pheem tantas vezes que simplesmente desapareci.

Eu me sentia mais confortável em estar ausente do que enfrentar alguém.

Hoje também?

Eu pulei quando estava prestes a ir para casa. Virei e vi aquela garota parada com os braços cruzados sobre o peito. Seus olhos redondos e penetrantes me encaravam, seus lábios cheios quase virados para baixo.

Olhei para ela, fazendo meu olhar mais vazio...

— Ei, Ky, você está indo? Oiii.... nãooooo, eu ia te dizer que preciso ir a algum lugar. Byeeeeee.

No meio da nossa guerra de nervos, a desatenta Pock acenou para mim de longe, mas assim que percebeu nós duas, ela recolheu a mão, mudando seu tom como uma ópera. Sua maneira de escapar da forma como estava entrando era horrível.

— Não tenho te visto nas práticas de basquete ultimamente.

— Estou diminuindo a prática de basquete... estou entediada.

Eu não conseguia ler os sentimentos por trás dos olhos de Pheem. Os brilhos que piscavam ali pareciam mais complicados do que antes. Seus lábios cheios agora tremiam, e parecia que falar estava fora de seu controle.

— Se você não quiser voltar para casa comigo... você pode apenas dizer.

"..."

Posso ser teimosa, mas não o suficiente para ouvir isso sem sentir algo... Engoli em seco, como sempre que encontro algo difícil de lidar. Mas o que eu poderia dizer? Afinal, qualquer que fosse a razão, seria apenas uma desculpa.

— OK.

"..."

Eu... não quero voltar para casa com você, Pheem.

Eu disse isso... o que estava pensando nas últimas 2 semanas, exceto que não expliquei mais que isso vinha do fato de eu não conseguir lidar com meus sentimentos desde que aprendi demais... naquela aula de autoestudo.

Após isso, rapidamente me virei e fui embora, deixando Pheem parada, congelada no lugar. Eu não me atrevi a olhar para trás, sabia... no segundo em que disse isso, aqueles olhos se encheram de lágrimas...

Eu não tinha certeza... não me atrevia a olhar.

Pock me esperava no portão da escola, como esperado. Eu a cumprimentei por hábito.

— Você ainda está aqui?

— Estou viva...

Pock acompanhou meu passo apressado. Eu não olhei para ninguém.

— Eu pensei que você estaria na prática de ópera agora.

— Você acha que sou boa?

— Se a Pheem tivesse uma faca, eu já estaria morta... sem a sua ajuda.

Somewhere somehow - Pt-Br versão (Amostra)Onde histórias criam vida. Descubra agora