A imagem de Will pendurado com uma corda no pescoço me paralisou instantaneamente.
Eu gritei tão alto que assustei minha alma. Um frio cortante percorreu meu corpo, e a mente ficou em um turbilhão de emoções. Não sabia como reagir; o desespero e o choque se entrelaçavam em meu peito. Minha primeira reação foi correr para pedir ajuda, mas a sensação de impotência me travou. A ideia de chamar a polícia se misturava com o medo de que, ao fazer isso, eu estivesse confirmando a tragédia diante de mim. A incerteza me consumia, e o tempo parecia se arrastar enquanto eu tentava processar a realidade horrenda que estava diante de mim.
Tremendo, movi-me até o telefone de parede na cozinha e liguei para a polícia. Eles não demoraram a chegar. A cena diante de mim me aterrorizou de uma maneira inimaginável. A cada passo que eu dava, com os olhos fechados, guiava-me pela parede para não ter que olhar para Will. As lágrimas caíram a brotar, e meu estômago se revirou. Vomitei no quintal e ali permaneci, incapaz de entrar naquela casa novamente. Como ele poderia fazer isso? Por que o fez?
— O que houve Carter? — O policial do bigode estúpido aparece.
— O Sr. Baged, ele... — Um soluço brota subindo pelo meu peito até fechar minha garganta.
— Tá tudo bem garoto. — O socorrista que estava na ambulância me abraça fazendo com que meu rosto fique enterrado em seu peito. — Vamos rapazes, entrem lá.
— Quando eu cheguei ele já estava... Ele já estava morto. Não consegui tirá-lo, me perdoe, eu juro que não consegui.
— Tudo vai ficar bem, preciso que vá com o policial até a delegacia, no caminho ligaremos para seus pais e eles vão nos encontrar lá.
— Não entendo por que ele fez isso? Will você prometeu. — Grito na esperança do Sr. Baged me ouvir seja lá onde ele esteja. — Não faz sentido.
— Tente perdoar, fique calmo e entre na viatura.
Vi seu corpo sendo levado em uma maca, dentro de um saco preto. A posição parecia desconfortável, mas você já não podia sentir, nem sentiria mais nada. Nem dor, nem alegria. Será que a morte é um alívio? Um jeito de escapar do labirinto confuso que é existir? Disseram-me que foi por causa de Ana. Eu sei que ele estava sofrendo, mas suicídio nunca pareceu uma opção. Ele tinha planos, planos para o futuro. Quem, querendo morrer, pensa no futuro com tanta clareza?
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Ao chegar à delegacia, encontrei todos os policiais agitados. Quando me viram, o ambiente ficou subitamente silencioso, como se estivessem à minha espera. Levaram-me a uma sala que lembrava aquelas de interrogatório dos filmes. Nunca imaginei que entraria em uma de verdade. Sentei-me em uma cadeira de ferro. Na sala havia apenas duas cadeiras e uma mesa, também de ferro, as cadeiras uma de frente para a outra. As paredes de um cinza pálido, o ambiente opressor. Eu só queria dar meu depoimento e sair dali o mais rápido possível. Um cara entra rapidamente pela porta, logo atrás dele meus pais entram, ele senta na cadeira de frente para mim.
— Sou o detetive Dante Orion. Preciso te fazer algumas perguntas. Sei que você está abalado, então prometo ser breve. Você se lembra da última vez que viu a vítima viva? Como ela estava, ou o que disse?
— Estávamos em um restaurante, na noite anterior. Desde que a Ana partiu, ele começou a passar mais tempo com a minha família, ele e a esposa, Amanda. A última coisa que ele me disse foi: "Me procure depois de amanhã, preciso da sua ajuda com uma coisa." Não entrou em detalhes, e agora nunca vou saber. Acabei esquecendo, fui até lá só para pegar umas fotos.
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Quem Matou Ana Baged?
Mystery / ThrillerQuem era Ana Baged de verdade? Os amigos de Ana se perguntaram ao descobrir coisas que eles nem imaginavam da sua melhor amiga, uma vida de segredos, era assim que ela vivia. Aquelas fotos, quem as tirou? - Carter se perguntava. - Foi por vingança...