A confusão de gênero pode levar a algo inusitado.... Ou apenas Satoru era burro o suficiente para não perceber que Suguru era um homem, e não uma linda mulher na qual ele estava dando em cima.
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Alguns dias haviam se passado. Satoru estava atrasado com o trabalho, e por conta disso ainda não tinha tido tempo para conversar adequadamente com Suguru. Na verdade, ele não havia visto o rapaz desde a última conversa na qual descobrira que Suguru era um homem. Se é que ele podia chamar aquilo de conversa. Gojo ainda se encontrava mexido com a informação e com sua lerdeza, o que apenas fez aflorar seu nervosismo por ainda não ter falado com Geto. Ele suspirou cansado, alguns copos de café pela mesa descuidada, um contraste gritante das mesas de seus colegas.
— Merda... — Caluniou apreensivo. E se Suguru achasse que ele não tinha mais interesse? Quer dizer, ele tinha ainda interesse? Satoru havia se perdido tanto e se envolvido tanto enquanto conversava com o atendente que ao menos parou para perceber quando o desejo de o ter havia sumido, sendo consumido pelo desejo de conhecer.
Conhecer e ser conhecido.
Imerso nas dezenas de perguntas que fazia a Geto, falando sem parar de si mesmo, ele não se deu conta quando seu coração mulherengo havia se afastado do desejo carnal, sobrando apenas o interesse genuíno sobre: Quem era Suguru Geto?
Ele suspirou ainda mais confuso e deslocado. Afinal, ele estava interessado pela atendente, quando achava que era uma garota, mas e agora? Satoru era hetero.
—... O que está te corroendo? — Nanami suspirou, largando as mãos do teclado e olhando para o colega ao lado. — Não sei como encará-lo... — O atendente? — Ele mesmo... — Ele respirou fundo, enterrando mais o rosto entre os braços apoiados na mesa. Nanami alinhou um pouco os cabelos loiros antes de dar uma resposta. — Apenas faça como você sempre fez. Ele não ficou irritado quando você confundiu o gênero dele. Caso o contrario ele já teria te corrigido. — Mas...uhm...será que ele fez isso pra... pra zombar de mim? — ...É isso que acha? — Satoru assentiu, um pouco apreensivo. — Então questione. Você só vai ter as respostas se falar com ele. — Estou com medo da resposta. — Então o esqueça de vez. — Mas eu não quero... — Então faça algo. Ficar parado não te moverá.
